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04/10/2002
-
09h41
da Folha de S. Paulo
A reestruturação das grandes companhias aéreas, como Varig e TAM, que têm abandonado rotas consideradas pouco lucrativas, está abrindo mercados para empresas regionais.
A Pantanal Airlines, de São Paulo, está apostando em dois novos vôos diários saindo do aeroporto de Congonhas para as cidades de Bauru e Marília (SP). As rotas foram abandonadas pela TAM no final de setembro.
''A empresa [TAM] tinha dificuldade em ocupar os 108 assentos de um Fokker-100 nessas rotas, partindo de Congonhas. A Pantanal voa com aviões menores", disse ontem à reportagem o vice-presidente da empresa, Ramiro Tojal.
A TAM, por exemplo, acaba de cortar 25% de seus vôos para Ribeirão Preto (SP), passando de oito para seis viagens diárias. Com sete aviões turboélices ATR-42, de 45 assentos cada um, a Pantanal espera fechar o primeiro mês dos quatro vôos diários para Bauru e cinco para Marília com ocupação média de 50%. "A partir daí teremos lucro."
Grandes companhias precisam ocupar cerca de 55% de aviões como o Fokker para obter lucro.
A Pantanal está competindo diretamente com a TAM, pois esta transferiu a saída dos vôos para Bauru e Marília de Congonhas para o aeroporto de Guarulhos, distante do centro de São Paulo. A passagem mais barata da Pantanal para Bauru custa R$ 518. A TAM cobra R$ 592.
A Pantanal atende hoje dez cidades (em SP, MG, e BA). Dentro de 15 dias inaugura uma rota para Poços de Caldas (MG). Essa cidade é um dos alvos da Air Minas, nova companhia que também está aproveitando o vácuo deixado por grandes empresas aéreas.
De propriedade do empresário Clésio Soares de Andrade, presidente licenciado da CNT (Confederação Nacional do Transporte), a Air Minas já alugou dois aviões ATR-42 e inicia as atividade em meados de outubro. Atenderá nove cidades, como São Paulo (aeroporto de Congonhas) e Belo Horizonte (Pampulha).
Congonhas-Guarulhos
Outro segmento da aviação civil que não é atendido pelas grandes companhias é a ligação entre dois aeroportos de uma mesma metrópole. A empresa OceanAir inaugurou em meados de julho a ponte aérea que liga Congonhas a Guarulhos e está obtendo sucesso. O vôo diário, que custa R$ 63, está com todas as vagas reservadas para este mês.
A rota é usada, por exemplo, por passageiros que vêm do interior paulista ou de outros Estados e embarcam depois em vôos internacionais em Guarulhos.
A eliminação de rotas para o interior paulista não impediu, porém, que a TAM garantisse ao menos parte desse mercado em dezembro e em janeiro. A empresa fechou ontem com a operadora de turismo CVC o contrato de 90 vôos fretados para cidades como São José dos Campos e Campinas.
A TAM anuncia hoje um acordo de compartilhamento de assentos com a holandesa KLM. As companhias venderão passagens que valerão para as aeronaves das duas empresas. A TAM já tinha acordos do mesmo tipo com a Air France e a American Airlines.
Empresa regional ocupa ''vácuo'' de grandes companhias aéreas
LÁSZLÓ VARGAda Folha de S. Paulo
A reestruturação das grandes companhias aéreas, como Varig e TAM, que têm abandonado rotas consideradas pouco lucrativas, está abrindo mercados para empresas regionais.
A Pantanal Airlines, de São Paulo, está apostando em dois novos vôos diários saindo do aeroporto de Congonhas para as cidades de Bauru e Marília (SP). As rotas foram abandonadas pela TAM no final de setembro.
''A empresa [TAM] tinha dificuldade em ocupar os 108 assentos de um Fokker-100 nessas rotas, partindo de Congonhas. A Pantanal voa com aviões menores", disse ontem à reportagem o vice-presidente da empresa, Ramiro Tojal.
A TAM, por exemplo, acaba de cortar 25% de seus vôos para Ribeirão Preto (SP), passando de oito para seis viagens diárias. Com sete aviões turboélices ATR-42, de 45 assentos cada um, a Pantanal espera fechar o primeiro mês dos quatro vôos diários para Bauru e cinco para Marília com ocupação média de 50%. "A partir daí teremos lucro."
Grandes companhias precisam ocupar cerca de 55% de aviões como o Fokker para obter lucro.
A Pantanal está competindo diretamente com a TAM, pois esta transferiu a saída dos vôos para Bauru e Marília de Congonhas para o aeroporto de Guarulhos, distante do centro de São Paulo. A passagem mais barata da Pantanal para Bauru custa R$ 518. A TAM cobra R$ 592.
A Pantanal atende hoje dez cidades (em SP, MG, e BA). Dentro de 15 dias inaugura uma rota para Poços de Caldas (MG). Essa cidade é um dos alvos da Air Minas, nova companhia que também está aproveitando o vácuo deixado por grandes empresas aéreas.
De propriedade do empresário Clésio Soares de Andrade, presidente licenciado da CNT (Confederação Nacional do Transporte), a Air Minas já alugou dois aviões ATR-42 e inicia as atividade em meados de outubro. Atenderá nove cidades, como São Paulo (aeroporto de Congonhas) e Belo Horizonte (Pampulha).
Congonhas-Guarulhos
Outro segmento da aviação civil que não é atendido pelas grandes companhias é a ligação entre dois aeroportos de uma mesma metrópole. A empresa OceanAir inaugurou em meados de julho a ponte aérea que liga Congonhas a Guarulhos e está obtendo sucesso. O vôo diário, que custa R$ 63, está com todas as vagas reservadas para este mês.
A rota é usada, por exemplo, por passageiros que vêm do interior paulista ou de outros Estados e embarcam depois em vôos internacionais em Guarulhos.
A eliminação de rotas para o interior paulista não impediu, porém, que a TAM garantisse ao menos parte desse mercado em dezembro e em janeiro. A empresa fechou ontem com a operadora de turismo CVC o contrato de 90 vôos fretados para cidades como São José dos Campos e Campinas.
A TAM anuncia hoje um acordo de compartilhamento de assentos com a holandesa KLM. As companhias venderão passagens que valerão para as aeronaves das duas empresas. A TAM já tinha acordos do mesmo tipo com a Air France e a American Airlines.
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