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17/10/2002
-
19h58
da Folha de S.Paulo, em Nova York
O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que participou hoje de uma seminário promovido pelo banco JP Morgan em Nova York, disse que "é difícil dizer" se os presentes estavam otimistas em relação à economia brasileira.
Entre os participantes, estavam o ex-secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger; o presidente do JP Morgan, Bill Harrison; George Schultz, que ocupou cargos nos governos de George Bush (pai) e Ronald Reagan e dez grandes empresários americanos.
Segundo Armínio, não é fácil dizer se os americanos estão otimistas quanto ao Brasil. Para ele, os empresários americanos estão olhando a economia mundial para ver para que lado ela vai, antes de adotar qualquer tipo de posicionamento em relação ao Brasil.
A respeito da economia dos EUA, Armínio afirmou, com certa preocupação, que ela não pode voltar a entrar em recessão.
"Não pode haver um 'double deep' [recessão dupla] nos EUA", disse o presidente do BC.
Segundo ele, isso seria muito prejudicial não apenas para o país, como para o resto do mundo. Ele aproveitou para ressaltar a importância de uma recuperação na economia brasileira.
"Se o mundo se recuperar, é uma boa coisa. Mas, se o Brasil se ajustar, o peso é bem maior."
Para Armínio, é possível ter uma boa dose de otimismo em relação à economia do país. Ele afirmou que a conta corrente brasileira dá sinais diários de melhora.
"Os resultados do déficit na conta corrente brasileira estão surpreendentes, ele está caindo todos os dias. Revisamos esse número para baixo todos os dias."
Perguntado se pretende trabalhar no mercado em nos EUA ou em Nova York, Armínio disse que não isso o que quer.
"Não é minha intenção trabalhar aqui. Mas decidi só começar a pensar nisso no dia que sair [do BC]. Ainda tenho a quarentena de quatro meses depois que sair."
No começo da noite de hoje, Armínio daria uma palestra sobre economia brasileira a convite do grupo Money Marketeers. O grupo é presidido pelo vice-presidente do Fed (o BC americano) de Nova York, Jamie B. Stewart, de quem veio o convite para a palestra de Armínio. A maior parte da platéia será formada por profissionais do mercado de renda fixa.
O presidente do Fed de Nova York, William McDonough, disse hoje, durante uma reunião sobre crises financeiras, que a ajuda do FMI (Fundo Monetário Internacional) ao Brasil vai funcionar.
"Se repararmos nos números, não há razão alguma para que o programa no Brasil não funcione e não há nenhum motivo para uma crise no Brasil", disse ele.
Para McDonough, o candidato de oposição na eleição presidencial do país, Luiz Inácio Lula da Silva, não vai tomar decisões econômicas erradas só porque é de orientação política esquerdista.
"Não creio que ele fará coisas estúpidas."
Para Armínio é difícil medir otimismo nos EUA
SÉRGIO DÁVILAda Folha de S.Paulo, em Nova York
O presidente do Banco Central, Armínio Fraga, que participou hoje de uma seminário promovido pelo banco JP Morgan em Nova York, disse que "é difícil dizer" se os presentes estavam otimistas em relação à economia brasileira.
Entre os participantes, estavam o ex-secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger; o presidente do JP Morgan, Bill Harrison; George Schultz, que ocupou cargos nos governos de George Bush (pai) e Ronald Reagan e dez grandes empresários americanos.
Segundo Armínio, não é fácil dizer se os americanos estão otimistas quanto ao Brasil. Para ele, os empresários americanos estão olhando a economia mundial para ver para que lado ela vai, antes de adotar qualquer tipo de posicionamento em relação ao Brasil.
A respeito da economia dos EUA, Armínio afirmou, com certa preocupação, que ela não pode voltar a entrar em recessão.
"Não pode haver um 'double deep' [recessão dupla] nos EUA", disse o presidente do BC.
Segundo ele, isso seria muito prejudicial não apenas para o país, como para o resto do mundo. Ele aproveitou para ressaltar a importância de uma recuperação na economia brasileira.
"Se o mundo se recuperar, é uma boa coisa. Mas, se o Brasil se ajustar, o peso é bem maior."
Para Armínio, é possível ter uma boa dose de otimismo em relação à economia do país. Ele afirmou que a conta corrente brasileira dá sinais diários de melhora.
"Os resultados do déficit na conta corrente brasileira estão surpreendentes, ele está caindo todos os dias. Revisamos esse número para baixo todos os dias."
Perguntado se pretende trabalhar no mercado em nos EUA ou em Nova York, Armínio disse que não isso o que quer.
"Não é minha intenção trabalhar aqui. Mas decidi só começar a pensar nisso no dia que sair [do BC]. Ainda tenho a quarentena de quatro meses depois que sair."
No começo da noite de hoje, Armínio daria uma palestra sobre economia brasileira a convite do grupo Money Marketeers. O grupo é presidido pelo vice-presidente do Fed (o BC americano) de Nova York, Jamie B. Stewart, de quem veio o convite para a palestra de Armínio. A maior parte da platéia será formada por profissionais do mercado de renda fixa.
O presidente do Fed de Nova York, William McDonough, disse hoje, durante uma reunião sobre crises financeiras, que a ajuda do FMI (Fundo Monetário Internacional) ao Brasil vai funcionar.
"Se repararmos nos números, não há razão alguma para que o programa no Brasil não funcione e não há nenhum motivo para uma crise no Brasil", disse ele.
Para McDonough, o candidato de oposição na eleição presidencial do país, Luiz Inácio Lula da Silva, não vai tomar decisões econômicas erradas só porque é de orientação política esquerdista.
"Não creio que ele fará coisas estúpidas."
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