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29/10/2002 - 19h15

Fundos de pensão especulam nomes para Petrobras e Previdência

FABIANA FUTEMA
da Folha Online

Os fundos de pensão, donos de uma carteira de investimentos de cerca de R$ 170 bilhões, já "elegeram" alguns nomes que gostariam de ver no Ministério da Previdência, Secretaria de Previdência Complementar e presidência da Petrobras do governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Entre um café e outro, paradas para almoço e conversas de corredor, o assunto preferido pelos dirigentes dos fundos de pensão é a nomeação da futura equipe de Lula. Representantes da maiores entidades de previdência complementar estão participando do 23º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, que acontece até o dia 31 em São Paulo (SP).

O presidente eleito ainda não fez nenhuma nomeação e anunciou que não pretende deixar vazar nenhum nome antes de fazer uma consulta à cúpula do PT e aos partidos da coligação e que apoiaram a sua candidatura durante o segundo turno.

Mas os dirigentes do setor já fizeram suas próprias nomeações. Para a presidência da Petrobras, o nome mais cotado é o de Wagner Victer, ex-funcionário de carreira da estatal, ex-secretário do candidato derrotado Anthony Garotinho (PSB) e já convidado para assumir uma secretaria no futuro governo de Rosinha Garotinho (PSB).

Um dirigente do setor, que pediu para não ser identificado, disse que a indicação de Wagner ''mata dois coelhos com uma cajadada só". ''Ele é querido e respeitado pela Petrobras e resolve a distribuição de cargos que o PT terá de fazer ao PSB em troca do apoio dado por Garotinho."

Outro nome cotado para a presidência da Petrobras, o de Antonio Maciel, atual presidente da Ford, e ex-funcionário da estatal, já foi rechaçado pelos diretores dos fundos de pensão. Segundo eles, Maciel saiu da Petrobras com uma imagem ''negativa", o que queimaria a sua indicação para o cargo.

Os fundos de pensão também já elegeram Luiz Gushiken, ex-deputado federal, braço direito do presidente do PT, José Dirceu, e coordenador do programa de governo de Lula para o setor como futuro ministro da Previdência.

Como Gushiken teria recusado o cargo, pois precisa se submeter a um tratamento de saúde, os fundos de pensão acreditam que ele acabará assumindo a Secretaria de Previdência Complementar. Mas o setor pressionara o futuro governo pela nomeação de Gushiken, que conta com bom trânsito no setor e respeitabilidade no setor.

''Para ocupar a Previdência, é preciso antes de tudo entender de Previdência", disse o presidente da Abrapp, Fernando Pimentel.

O diretor de um banco internacional disse que a bolsa de apostas para a equipe econômica é a mais arriscada e emocionante. ''Todo dia surge um nome novo e logo ele é queimado. Todos os nomes já indicados têm divergências passadas ou atuais com o PT."

Na bolsa de apostas dos fundos de pensão, os mais cotados para o Banco Central são Paulo Leme (Goldman Sachs) e Sergio Werlang (Itaú).
Para a Fazenda, Rubens Ricupero é um dos mais cotados para o cargo, segundo as entidades de previdência complementar.

No entanto, o diretor de um banco internacional afirmou que a Fazenda terá poucos poderes no futuro governo petista. Ficará apenas com a Secretaria do Tesouro Nacional e a Receita Federal. Outras secretarias serão transferidas para o Planejamento, que terá super poderes no governo petista.

Em função disso, os fundos de pensão dizem que mais importante que conhecer o nome do futuro ministro da Fazenda é saver quem ocupará o Planejamento. O mais cotado para o cargo é o prefeito licenciado de Ribeirão Preto, Antonio Palocci, nomeado hoje encarregado pela transição de governo de Lula.

Veja também o especial Governo Lula

 

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