Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
30/10/2002 - 15h53

Empresa da Varig vai propor à FAB compra de 18 caças holandeses

SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

A VEM (Varig Engenharia e Manutenção), subsidiária da Varig, maior companhia aérea do Brasil, vai propor à FAB (Força Aérea Brasileira) a compra de 18 caças F-16, pertencentes ao governo holandês, por U$ 6,5 milhões cada para a substituição temporária dos velhos Mirage a partir de 2005, informa o presidente da VEM, Evandro Braga de Oliveira.

Essa proposta vai disputar com a feita pela israelense IAI (Israel Aircraft Industries), que ofereceu há dois meses ao governo brasileiro o caça Kfir C10 ao preço de US$ 7,7 milhões cada em um contrato de leasing por um período de cinco anos, segundo Oliveira. Os modelos israenlenses estão em um deserto em Israel.

''Oferecemos um modelo 15% mais barato. A diferença é que a FAB não terá de nos devolver os aviões, pois a nossa proposta não é um contrato de leasing'', diz o executivo da VEM.

Segundo Oliveira, a VEM já obteve do governo holandês a garantia de fornecimento dos 18 caças F-16, sendo de 16 de ataque (F-16 A) e 4 de treinamento (F-16 B). A VEM ficaria responsável pela revitalização dos aviões militares (troca de motores, revisões e atualização tecnológica de sistemas eletrônicos).

"Com esses serviços, podemos dar aos F-16 mais 20 anos de vida", diz Oliveira.

A compra dos caças seria feita diretamente entre os governos do Brasil e Holanda, segundo o executivo da VEM.

"Estamos aguardando novidades sobre a forma que a FAB vai encaminhar o processo de compra dos aviões, se será por licitação ou consulta direta. Nos dois casos, apresentaremos nossa proposta", afirma Oliveira.

Ele diz que não tem data fechada ainda para realizar uma apresentação formal da proposta ao Comando da Aeronáutica.

"Conversamos só com pessoas do baixo escalão. Acho que a história deve ter vazado", diz o executivo do VEM, em referência a uma reportagem sobre o interesse da subsidiária da Varig publicada hoje no "Jornal do Brasil".

A proposta da VEM prevê ainda, segundo Oliveira, a participação da empresa holandesa Stork, que comprou as operações de manutenção de aviões militares da empresa holandesa falida Fokker.

"A Stork tem a tecnologia para fazer o upgrade do F-16. Haveria um contrato de transferência de tecnologia da empresa com a gente. Nossos técnicos iriam até a Holanda para renovar quatro caças. Os outros 14 seriam trabalhados no Brasil", afirma Oliveira.

Ele informa ainda que os quatro F-16 de dois assentos usados em treinamentos militares seriam adquiridos pelo governo holandês da Força Aérea dos EUA, que já teria demonstrado interesse em vender os aviões.

"Os holandeses não possuem os quatro aviões de treinamento", explica o executivo da VEM.

A intenção da FAB é "aposentar" até 2005 a frota de Mirage, sediada na base militar de Anápolis (GO) e adotar um modelo temporário até 2007. A partir dessa data, a FAB receberá os 12 supersônicos definitivos previstos no programa FX, como é chamado o ograma de substituição dos Mirage.

A aquisição dos aviões do FX, que deveria ter sido decidida em agosto depois de inúmeros adiamentos, é o primeiro estágio de um acordo multibilionário que seria um dos maiores contratos militares na história recente da América Latina.

A concorrência, de preço mínimo de US$ 700 milhões, virou uma polêmica política durante a campanha presidencial. A oposição questionou supostos favorecimentos no processo de licitação.

Em agosto, reportagem da revista "IstoÉ" afirmou que EUA teriam embutido, no empréstimo de US$ 30 bilhões do FMI, a escolha do Gripen, avião oferecido pelo consórcio anglo-sueco composto pela BAe (British Aerospace, britânica) e pela Saab (sueca). Boa parte dos sistemas do Gripen é americana, prejudicando os franceses da Dassault (com o Mirage 2000BR) e os russos da Rosoboronexoport (Sukhoi Su-35), que também estão na disputa.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página