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03/11/2002
-
04h04
da Folha de S.Paulo
Além da pressão da alta do dólar, as indústrias terão de enfrentar a queda de braço que algumas categorias profissionais vão travar para proteger seus salários.
A variação nos preços fez os Sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Campinas, Limeira e Santos -representam 100 mil trabalhadores- e a FUP (Federação Única dos Petroleiros) -reúne 32 mil- pedirem gatilho nas negociações deste ano. "Com a inflação na casa dos dois dígitos, não dá para pensar em estabilidade econômica e esquecer do salário", diz Luiz Carlos Prates, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região (filiado à CUT), que defende 3% de reposição nos salários quando a inflação atingir isso. Os petroleiros incluíram na pauta deste ano 2% de reposição.
Na avaliação do coordenador técnico do Dieese, Sérgio Mendonça, se a inflação permanecer alta em 2003, a tendência é de mais categorias pedirem gatilho mensal ou reajustes semestrais. "Há cinco anos os trabalhadores têm visto seus salários caírem. O descontrole da inflação vai levar os sindicatos a discutirem uma política salarial para compensar as perdas. Isso deve ocorrer se a inflação passar dos 10%."
Para o presidente da CUT, João Felício, o gatilho vai voltar às negociações se o dólar continuar subindo e os preços disparando. "A indexação foi maléfica no passado. Mas, com a inflação acima de 10%, teremos de negociar reajuste trimestral, semestral ou gatilho."
"Quem defende gatilho é a turma da esquerda da CUT", diz o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. Mas ele não descarta a possibilidade de incluir nas próximas pautas de reivindicação reajustes automáticos. "Se chegar a fevereiro em 8% ou 10%, não vai dar para esperar a data-base." Nessa semana, a central já pressiona os empresários ameaçando greve por tempo indeterminado, caso não consiga reajuste acima da inflação nas negociações salariais dos metalúrgicos.
Sindicato defende reposição nos salários
CLAUDIA ROLLIda Folha de S.Paulo
Além da pressão da alta do dólar, as indústrias terão de enfrentar a queda de braço que algumas categorias profissionais vão travar para proteger seus salários.
A variação nos preços fez os Sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Campinas, Limeira e Santos -representam 100 mil trabalhadores- e a FUP (Federação Única dos Petroleiros) -reúne 32 mil- pedirem gatilho nas negociações deste ano. "Com a inflação na casa dos dois dígitos, não dá para pensar em estabilidade econômica e esquecer do salário", diz Luiz Carlos Prates, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região (filiado à CUT), que defende 3% de reposição nos salários quando a inflação atingir isso. Os petroleiros incluíram na pauta deste ano 2% de reposição.
Na avaliação do coordenador técnico do Dieese, Sérgio Mendonça, se a inflação permanecer alta em 2003, a tendência é de mais categorias pedirem gatilho mensal ou reajustes semestrais. "Há cinco anos os trabalhadores têm visto seus salários caírem. O descontrole da inflação vai levar os sindicatos a discutirem uma política salarial para compensar as perdas. Isso deve ocorrer se a inflação passar dos 10%."
Para o presidente da CUT, João Felício, o gatilho vai voltar às negociações se o dólar continuar subindo e os preços disparando. "A indexação foi maléfica no passado. Mas, com a inflação acima de 10%, teremos de negociar reajuste trimestral, semestral ou gatilho."
"Quem defende gatilho é a turma da esquerda da CUT", diz o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. Mas ele não descarta a possibilidade de incluir nas próximas pautas de reivindicação reajustes automáticos. "Se chegar a fevereiro em 8% ou 10%, não vai dar para esperar a data-base." Nessa semana, a central já pressiona os empresários ameaçando greve por tempo indeterminado, caso não consiga reajuste acima da inflação nas negociações salariais dos metalúrgicos.
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