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25/11/2002
-
21h23
O fim do "corralito", na próxima segunda-feira, liberará 21 bilhões de pesos (cerca de US$ 6 bilhões) que hoje estão presos nos bancos argentinos. A liberação põe fim a uma das medidas que enfureceram a população argentina no final do ano passado, mas não deve mudar nada no cenário econômico argentino. A maior parte dos recursos é de grandes empresas que, avaliam o governo e especialistas argentinos, devem mantê-los onde estão: nos bancos.
O "corralito" havia congelado os depósitos à vista _de conta corrente e de poupança. Outra medida, que na Argentina ficou conhecida como "curralon", congelou os depósitos a prazo, que continuarão retidos nos bancos.
Como o governo estava aos poucos afrouxando as amarras do "corralito" _aumentando os limites de saque_, a avaliação de analistas é que restam poucos recursos de pequenos poupadores. A maioria já teria sacado ou usado os recursos para comprar bens ou pagar dívidas.
"O que está agora nos bancos são recursos de grandes empresas e de um ou outro grande poupador. Mas a maior parte das pessoas físicas não está mais 'presa' [pelo 'corralito']", diz Dalvo Ferro, economista da
Fundação Mercado, uma consultoria argentina.
Muitas empresas, explicam os economistas, utilizavam esses recursos como meio de pagamento: pagavam fornecedores e dívidas com os recursos do "corralito" por meio de cheques ou transações eletrônicas.
Ficar nos bancos
Do ponto de vista das empresas, o que muda é que os recursos podem ser sacados. "Mas dificilmente as empresas sacarão o dinheiro. Pode haver casos isolados, mas a maior parte dos recursos deve ficar nos bancos", diz o economista.
Outro receio que o governo argentino tinha há alguns meses, o de que os correntistas sacassem pesos para comprar dólares, também é descartado agora. Primeiro, porque o dólar está estável, e as aplicações de renda fixa rendem juros altos. Apostar no dólar significa abrir mão de uma aplicação com ganhos razoáveis.
Um sinal de que isso deve ocorrer é o crescimento dos depósitos a prazo, mesmo com recursos que hoje já estão livres e poderiam ser sacados pelos correntistas: Ele saltaram de pouco mais de 100 milhões de pesos no início do ano para quase 6 bilhões de pesos em outubro.
Segundo, porque as empresas precisam dos pesos para fechar as operações diárias _pagando salários e fornecedores, por exemplo_ e não faria sentido perder "liquidez" _disponibilidade de caixa_ comprando dólares.
Argentinos devem deixar pesos no banco mesmo com fim do "corralito"
da Folha de S.Paulo, em Buenos AiresO fim do "corralito", na próxima segunda-feira, liberará 21 bilhões de pesos (cerca de US$ 6 bilhões) que hoje estão presos nos bancos argentinos. A liberação põe fim a uma das medidas que enfureceram a população argentina no final do ano passado, mas não deve mudar nada no cenário econômico argentino. A maior parte dos recursos é de grandes empresas que, avaliam o governo e especialistas argentinos, devem mantê-los onde estão: nos bancos.
O "corralito" havia congelado os depósitos à vista _de conta corrente e de poupança. Outra medida, que na Argentina ficou conhecida como "curralon", congelou os depósitos a prazo, que continuarão retidos nos bancos.
Como o governo estava aos poucos afrouxando as amarras do "corralito" _aumentando os limites de saque_, a avaliação de analistas é que restam poucos recursos de pequenos poupadores. A maioria já teria sacado ou usado os recursos para comprar bens ou pagar dívidas.
"O que está agora nos bancos são recursos de grandes empresas e de um ou outro grande poupador. Mas a maior parte das pessoas físicas não está mais 'presa' [pelo 'corralito']", diz Dalvo Ferro, economista da
Fundação Mercado, uma consultoria argentina.
Muitas empresas, explicam os economistas, utilizavam esses recursos como meio de pagamento: pagavam fornecedores e dívidas com os recursos do "corralito" por meio de cheques ou transações eletrônicas.
Ficar nos bancos
Do ponto de vista das empresas, o que muda é que os recursos podem ser sacados. "Mas dificilmente as empresas sacarão o dinheiro. Pode haver casos isolados, mas a maior parte dos recursos deve ficar nos bancos", diz o economista.
Outro receio que o governo argentino tinha há alguns meses, o de que os correntistas sacassem pesos para comprar dólares, também é descartado agora. Primeiro, porque o dólar está estável, e as aplicações de renda fixa rendem juros altos. Apostar no dólar significa abrir mão de uma aplicação com ganhos razoáveis.
Um sinal de que isso deve ocorrer é o crescimento dos depósitos a prazo, mesmo com recursos que hoje já estão livres e poderiam ser sacados pelos correntistas: Ele saltaram de pouco mais de 100 milhões de pesos no início do ano para quase 6 bilhões de pesos em outubro.
Segundo, porque as empresas precisam dos pesos para fechar as operações diárias _pagando salários e fornecedores, por exemplo_ e não faria sentido perder "liquidez" _disponibilidade de caixa_ comprando dólares.
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