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28/11/2002
-
12h45
da Folha Online
A aparente necessidade do PT de mostrar que está no controle do país deve levar o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva a escolher uma equipe econômica sem a experiência desejável em mercado, segundo avaliação da consultoria britânica Dresdner Kleinwort Wasserstein, braço do Dresdner Bank.
Em relatório a clientes assinado pelo diretor de pesquisa em mercados emergentes, Neill Dougall, a instituição afirma que "é improvável" que a equipe econômica de Lula seja um 'dream team'", e que "membros importantes do gabinete econômico devem vir das fileiras do partido", o que deixaria, pela primeira vez em décadas, a equipe econômica fora da responsabilidade da "elite do mercado".
Entretanto, a consultoria ressalta que há expectativas de que o presidente do Banco Central e possivelmente a Secretaria do Tesouro seriam entregues a economistas profissionais, com larga experiência, fugindo de uma escolha meramente política.
Ainda assim, o banco, que destaca em seu relatório a escolha do substituto de Armínio Fraga como o primeiro sinal da política econômica do futuro governo, afirma que a indicação dos ministros "não vai, por si só, conferir credenciais econômicas ao governo Lula, que terá que construir seu próprio histórico".
A Dresdner acredita que o anúncio do presidente do BC seja feito na próxima semana, antes dos demais membros do gabinete, para que haja tempo de o escolhido ser sabatinado pelo Senado, como exige o protocolo do cargo, antes do recesso parlamentar. Para a consultoria, é improvável que Fraga permaneça no cargo até março, como acreditam alguns analistas brasileiros.
Entre outros "pontos de interrogação" citados pela consultoria no relatório, estão a política monetária e a crescente inflação, além da volatilidade dos mercados externos.
Já entre os aspectos positivos da eleição de Lula, o relatório destaca a agenda de reformas proposta pelo partido, as constantes afirmações no sentido da manutenção da austeridade fiscal e o sentimento de bem-estar generalizado que a vitória de Lula provocou em boa parte da população.
A Dresdner prevê que, no curto prazo, a projeção é de retorno contínuo e à normalidade, desde que a nova equipe econômica continue a mostrar comprometimento com a austeridade fiscal.
A equipe da Dresdner esteve no Brasil recentemente, onde se reuniu com executivos e autoridades do setor financeiro em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Equipe econômica de Lula não deve ser 'dream team', diz consultoria
LUCIANA COELHOda Folha Online
A aparente necessidade do PT de mostrar que está no controle do país deve levar o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva a escolher uma equipe econômica sem a experiência desejável em mercado, segundo avaliação da consultoria britânica Dresdner Kleinwort Wasserstein, braço do Dresdner Bank.
Em relatório a clientes assinado pelo diretor de pesquisa em mercados emergentes, Neill Dougall, a instituição afirma que "é improvável" que a equipe econômica de Lula seja um 'dream team'", e que "membros importantes do gabinete econômico devem vir das fileiras do partido", o que deixaria, pela primeira vez em décadas, a equipe econômica fora da responsabilidade da "elite do mercado".
Entretanto, a consultoria ressalta que há expectativas de que o presidente do Banco Central e possivelmente a Secretaria do Tesouro seriam entregues a economistas profissionais, com larga experiência, fugindo de uma escolha meramente política.
Ainda assim, o banco, que destaca em seu relatório a escolha do substituto de Armínio Fraga como o primeiro sinal da política econômica do futuro governo, afirma que a indicação dos ministros "não vai, por si só, conferir credenciais econômicas ao governo Lula, que terá que construir seu próprio histórico".
A Dresdner acredita que o anúncio do presidente do BC seja feito na próxima semana, antes dos demais membros do gabinete, para que haja tempo de o escolhido ser sabatinado pelo Senado, como exige o protocolo do cargo, antes do recesso parlamentar. Para a consultoria, é improvável que Fraga permaneça no cargo até março, como acreditam alguns analistas brasileiros.
Entre outros "pontos de interrogação" citados pela consultoria no relatório, estão a política monetária e a crescente inflação, além da volatilidade dos mercados externos.
Já entre os aspectos positivos da eleição de Lula, o relatório destaca a agenda de reformas proposta pelo partido, as constantes afirmações no sentido da manutenção da austeridade fiscal e o sentimento de bem-estar generalizado que a vitória de Lula provocou em boa parte da população.
A Dresdner prevê que, no curto prazo, a projeção é de retorno contínuo e à normalidade, desde que a nova equipe econômica continue a mostrar comprometimento com a austeridade fiscal.
A equipe da Dresdner esteve no Brasil recentemente, onde se reuniu com executivos e autoridades do setor financeiro em São Paulo e no Rio de Janeiro.
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