Publicidade
Publicidade
06/12/2002
-
12h30
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O'Neill, renunciou hoje ao cargo. O`Neill, que deixará o governo norte-americano em "poucas semanas", será o primeiro membro do gabinete do presidente George W. Bush a tomar tal decisão.
Apesar de abrupta, a decisão não chega a ser surpreendente. O'Neill, 67, vinha sendo muito criticado pela mídia e pelos investidores dos EUA devido ao enfraquecimento da economia local, que, apesar de não estar em recessão, tem apresentado diversos problemas, como o crescimento do déficit público e do desemprego.
Além do pífio desempenho da economia dos EUA, O'Neill também foi muito criticado por defender políticas mais duras dos países ricos em relação a ajudas financeiras para países em desenvolvimento por meio de organismos financeiros internacionais, como o FMI (Fundo Monetário Internacional).
Durante o auge da crise que precedeu as eleições brasileiras, duras declarações de O'Neill contrárias ao um novo acordo do Fundo com o país pressionaram a cotação do dólar.
Além disso, pouco antes de visitar Brasil, Argentina e Uruguai, em agosto deste ano, o secretário linha-dura também disse que não poderiam ser emprestados recursos para recuperar países em crise enquanto não houvesse garantias de que o dinheiro não acabaria em "contas na Suíça".
''Esses países [Argentina e Brasil] precisam adotar políticas que assegurem que o dinheiro que recebem seja bem aproveitado, e não saia direto para uma conta na Suíça'', disse ele em julho deste ano.
A pedido do governo brasileiro, os EUA se desculparam pela afirmação e negaram que tenham se referido ao Brasil.
Outra frase polêmica do ex-secretário foi proferida em agosto do ano passado, desta vez contra a Argentina. ''Estamos trabalhando para encontrar uma Argentina sustentável, não uma Argentina que continue a gastar o dinheiro de carpinteiros e encanadores americanos que se perguntam que diabos estamos fazendo com o dinheiro deles'', afirmou na época
Neste ano, O'Neill disparou contra o Brasil da mesma maneira: ''Jogar dinheiro dos contribuintes americanos nas incertezas políticas no Brasil não parece ser muito brilhante.''
''Se o Brasil fosse igual as suas empresas, os juros estariam em 6% em fevereiro'', afirmou ele há cerca de 12 meses, ao creditar à corrupção os altos juros do Brasil.
Motivos
Desde que assumiu o posto, em janeiro de 2001, o secretário tem sido alvo de severas críticas do mercado a respeito de sua habilidade para ser o porta-voz da economia norte-americana.
Um funcionário do governo afirmou que a decisão de O'Neill aconteceu depois de um pedido da própria Casa Branca, que está planejando fazer grandes mudanças em sua equipe econômica. No entanto, o governo ainda não se manifestou oficialmente.
Veja as frases polêmicas de O'Neill
Leia também:
Análise: O´Neill não deixará saudades
Renúncia de O'Neill favorece melhora dos títulos do Brasil, diz Unibanco
Paul O'Neill renuncia ao cargo de secretário do Tesouro dos EUA
da Folha OnlineO secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Paul O'Neill, renunciou hoje ao cargo. O`Neill, que deixará o governo norte-americano em "poucas semanas", será o primeiro membro do gabinete do presidente George W. Bush a tomar tal decisão.
Apesar de abrupta, a decisão não chega a ser surpreendente. O'Neill, 67, vinha sendo muito criticado pela mídia e pelos investidores dos EUA devido ao enfraquecimento da economia local, que, apesar de não estar em recessão, tem apresentado diversos problemas, como o crescimento do déficit público e do desemprego.
Reuters - 20.dez.2000 |
Paul O´neill (esq.) durante anúncio da escolha de seu nome para o cargo de secretário do Tesouro, feito pelo presidente George W. Bush, em dezembro de 2000 |
Durante o auge da crise que precedeu as eleições brasileiras, duras declarações de O'Neill contrárias ao um novo acordo do Fundo com o país pressionaram a cotação do dólar.
Além disso, pouco antes de visitar Brasil, Argentina e Uruguai, em agosto deste ano, o secretário linha-dura também disse que não poderiam ser emprestados recursos para recuperar países em crise enquanto não houvesse garantias de que o dinheiro não acabaria em "contas na Suíça".
''Esses países [Argentina e Brasil] precisam adotar políticas que assegurem que o dinheiro que recebem seja bem aproveitado, e não saia direto para uma conta na Suíça'', disse ele em julho deste ano.
A pedido do governo brasileiro, os EUA se desculparam pela afirmação e negaram que tenham se referido ao Brasil.
Outra frase polêmica do ex-secretário foi proferida em agosto do ano passado, desta vez contra a Argentina. ''Estamos trabalhando para encontrar uma Argentina sustentável, não uma Argentina que continue a gastar o dinheiro de carpinteiros e encanadores americanos que se perguntam que diabos estamos fazendo com o dinheiro deles'', afirmou na época
Neste ano, O'Neill disparou contra o Brasil da mesma maneira: ''Jogar dinheiro dos contribuintes americanos nas incertezas políticas no Brasil não parece ser muito brilhante.''
''Se o Brasil fosse igual as suas empresas, os juros estariam em 6% em fevereiro'', afirmou ele há cerca de 12 meses, ao creditar à corrupção os altos juros do Brasil.
Motivos
Desde que assumiu o posto, em janeiro de 2001, o secretário tem sido alvo de severas críticas do mercado a respeito de sua habilidade para ser o porta-voz da economia norte-americana.
Um funcionário do governo afirmou que a decisão de O'Neill aconteceu depois de um pedido da própria Casa Branca, que está planejando fazer grandes mudanças em sua equipe econômica. No entanto, o governo ainda não se manifestou oficialmente.
Leia também:
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice