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17/12/2002
-
08h38
da Folha de S.Paulo
O consumidor se endividou no cartão de crédito para finalizar as compras de Natal. E pagou pouco à vista. O movimento foi percebido na segunda semana do mês _de 8 a 14_, quando 36,17% das pessoas usaram esse meio de pagamento na hora da compra. Outros 16% também jogaram a data de vencimento da parcela para a frente, usando o cheque pré-datado. A taxa é considerada alta pela Fecomércio/SP, que realizou o levantamento pela primeira vez.
Para chegar a essa conclusão, os economistas compararam os dados com a média do ano. No comércio paulista em geral, 18,7% das compras são feitas com o cartão e 42,3%, à vista. No entanto na segunda semana apenas 17% das pessoas pagaram no ato. E quase o dobro (36,17%) _em relação à média normal_ usou o cartão.
Seria natural esperar aumento nas vendas com cartão, já que a segunda parcela do 13º salário só será paga na próxima sexta-feira. Além disso, há um volume grande de presentes a serem comprados _e alguns preferem usar vários meios de pagamento.
Mas a taxa ainda é vista como elevada. E pior: quem utiliza o cartão pode cair na cilada do crédito rotativo. Caso não tenha recursos para arcar com os gastos quando a fatura chegar, o cliente acaba pagando apenas uma parte. E financia o resto, a taxas médias de 10,5% ao mês.
"O raciocínio até faz sentido: o cliente que compra hoje com cartão, e tem data de pagamento da fatura no dia 15, por exemplo, só vai quitar o débito em um mês. Mas, para isso, precisará de recursos para pagar a dívida, ou ficará à mercê dos juros", diz Antonio Borges, diretor da Fecomércio.
Ter ou não recursos depende da renda disponível. E ela anda em queda consecutiva. Esse cenário tende a elevar a taxa de inadimplência, que está sob controle, mas, historicamente, sobe em janeiro. Cerca de 293 mil pessoas estão inadimplentes no comércio da capital paulista, número 12,6% menor do que há um ano.
Há outra armadilha na compra com cartão ou com vários cheques pré-datados. Quanto maior o número de parcelas, maior a chance de que o cliente tenha dificuldades em arcar com a dívida. Como as lojas de varejo e os cartões lançaram promoções _com vendas em 10 ou 12 vezes sem juros_, o consumidor acabou parcelando a compra. E cai no grupo de consumidores com alto risco de insolvência.
A chance de o cliente não conseguir pagar uma compra em seis vezes é dez vezes maior em relação a uma compra à vista, informa a Servloj, empresa de crédito ao consumidor.
Paulistano ignora juros altos e se endivida na compra de Natal
ADRIANA MATTOSda Folha de S.Paulo
O consumidor se endividou no cartão de crédito para finalizar as compras de Natal. E pagou pouco à vista. O movimento foi percebido na segunda semana do mês _de 8 a 14_, quando 36,17% das pessoas usaram esse meio de pagamento na hora da compra. Outros 16% também jogaram a data de vencimento da parcela para a frente, usando o cheque pré-datado. A taxa é considerada alta pela Fecomércio/SP, que realizou o levantamento pela primeira vez.
Para chegar a essa conclusão, os economistas compararam os dados com a média do ano. No comércio paulista em geral, 18,7% das compras são feitas com o cartão e 42,3%, à vista. No entanto na segunda semana apenas 17% das pessoas pagaram no ato. E quase o dobro (36,17%) _em relação à média normal_ usou o cartão.
Seria natural esperar aumento nas vendas com cartão, já que a segunda parcela do 13º salário só será paga na próxima sexta-feira. Além disso, há um volume grande de presentes a serem comprados _e alguns preferem usar vários meios de pagamento.
Mas a taxa ainda é vista como elevada. E pior: quem utiliza o cartão pode cair na cilada do crédito rotativo. Caso não tenha recursos para arcar com os gastos quando a fatura chegar, o cliente acaba pagando apenas uma parte. E financia o resto, a taxas médias de 10,5% ao mês.
"O raciocínio até faz sentido: o cliente que compra hoje com cartão, e tem data de pagamento da fatura no dia 15, por exemplo, só vai quitar o débito em um mês. Mas, para isso, precisará de recursos para pagar a dívida, ou ficará à mercê dos juros", diz Antonio Borges, diretor da Fecomércio.
Ter ou não recursos depende da renda disponível. E ela anda em queda consecutiva. Esse cenário tende a elevar a taxa de inadimplência, que está sob controle, mas, historicamente, sobe em janeiro. Cerca de 293 mil pessoas estão inadimplentes no comércio da capital paulista, número 12,6% menor do que há um ano.
Há outra armadilha na compra com cartão ou com vários cheques pré-datados. Quanto maior o número de parcelas, maior a chance de que o cliente tenha dificuldades em arcar com a dívida. Como as lojas de varejo e os cartões lançaram promoções _com vendas em 10 ou 12 vezes sem juros_, o consumidor acabou parcelando a compra. E cai no grupo de consumidores com alto risco de insolvência.
A chance de o cliente não conseguir pagar uma compra em seis vezes é dez vezes maior em relação a uma compra à vista, informa a Servloj, empresa de crédito ao consumidor.
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