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06/01/2003 - 19h53

Exportadoras lideram perdas da Bovespa após forte queda do dólar

ELAINE COTTA
da Folha Online

As ações das empresas exportadoras lideraram hoje as perdas no Ibovespa _principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo, indo na contramão do índice que teve nesta segunda sua maior alta percentual desde o dia 30 de outubro, ao subir 3,61%.

As perdas foram puxadas pelo forte recuo na cotação do dólar. Por terem suas receitas na moeda norte-americana, as exportadoras foram as que mais ganharam com os picos de alta do dólar no final do ano passado. Agora, os preços estão se corrigindo.

As maiores quedas foram das ações preferenciais da CST (Companhia Siderúrgica de Tubarão). Os papéis PN da CST terminaram o dia com desvalorização de 3,8%, cotados a R$ 40,40,após terem recuado a R$ 40,29 à tarde.

Outra empresa prejudicada pelo recuo do dólar foi a Vale do Rio Doce. As ações PNA da companhia tiveram queda de 2,6%, negociadas a R$ 93,25. Em seguida ficaram os papéis PNB da Aracruz_exportadora de celulose_, que recuaram 2,2%, para R$ 6,55.

Embraer
A queda do dólar comercial também ajudou a anular a tendência de recuperação registrada de manhã pelas ações da Embraer. Os papéis preferenciais da fabricante de aeronaves fecharam em queda de 1,2%, cotados a R$ 13,43, após terem atingido o preço de R$ 13,70 (alta de 0,73%) pela manhã. As perdas também atingiram as ações ON (ordinárias), que recuaram 1,2%, cotadas a R$ 12,16.

Na última sexta-feira, os papéis da empresa tiveram perdas de mais de 3%, prejudicados pela decisão do governo de adiar por um ano o processo de compra de aeronaves para a FAB (Força Aérea Brasileira). As ações lideraram o movimento de queda do Ibovespa, fechando com queda de 3,2%, cotadas a R$ 13,60.

A Embraer concorria na licitação com outras quatro empresas (duas russas, uma anglo-sueca, uma norte-americana) e oferecia o caça Mirage 2000, que seria fabricado no Brasil em consórcio com sua já sócia francesa, a Dassault, construtora do Mirage.

"A queda de hoje tem mais a ver com o dólar do que com o adiamento da compra de aeronaves'', afirma o analista da corretora Planer, Luiz Antonio Vaz das Neves. Segundo Neves, a forte queda dos últimos dias precisaria ser revertida e a Embraer só não sustentou a recuperação registrada pela manhã por causa da queda do dólar. 'A Embraer não perdeu nada [com a suspensão da licitação]. Só deixou de ganhar'', afirmou.

Grande exportadora, a empresa foi uma das mais beneficiadas pela forte valorização da moeda norte-americana no ano passado. Em 2002, o dólar comercial subiu 53,1%. Hoje, a moeda norte-americana recua mais de 3,5%, vendido a R$ 3,34, menor cotação desde 17 de setembro.

O ministro da Defesa, José Viegas, confirmou na sexta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu postergar até 2004 a licitação para compra dos 12 caças e utilizar os recursos no programa Fome Zero. A compra é avaliada em US$ 760 milhões.

Havia uma expectativa no mercado de que a vitória de Lula na eleição beneficiaria a Embraer na licitação, já que o novo presidente deu declarações, ainda durante a campanha, de que gostaria que a compra fosse feita de uma empresa nacional.
 

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