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13/01/2003
-
18h58
da Folha Online
O rebaixamento do mercado brasileiro de ações pelo banco americano Goldman Sachs levou a Bovespa a fechar em queda de 1,08%, após uma alta de 3,8% acumulada nos últimos dois pregões da semana passada.
"O mercado precisava de uma desculpa para embolsar os ganhos com as altas recentes. Quando saiu o relatório do Goldman Sachs, tudo virou", conta o diretor do Lloyds TSB, Pedro Thomazoni.
O volume financeiro totalizou R$ 550,239 milhões, inferior ao giro do pregão de sexta-feira (R$ 685 milhões).
Durante o período da manhã, o Ibovespa chegou a subir até 0,87% ao atingir a máxima de 12.349 pontos.
Nem a divulgação de relatórios otimistas pelos bancos americanos Merrill Lynch e Bear Stearns com visões opostas à avaliação do Goldman Sachs foi suficiente para recolocar o índice paulista em trajetória positiva.
A entrevista do ministro Antonio Palocci(Fazenda), realizada no meio da tarde, também não teve nenhuma influência nos negócios.
"O Palocci está fazendo o que o Pedro Malan (ex-ministro) fez em oito anos: repetir sempre a mesma história, a de que o governo é responsável e que está empenhado em tirar as reformas do papel", diz Thomazoni.
A queda de hoje expressa apenas um ajuste nas carteiras dos investidores. O momento ainda é favorável para o mercado brasileiro de ações, segundo analistas.
Hoje o banco americano Merrill Lynch destacou que o Brasil é o seu país preferido na América Latina para receber mais investimentos em ações no início de 2003.
A instituição se prepara para elevar a posição do Brasil na sua carteira de aplicações - o que, em tese, significa mais dinheiro na Bovespa. Hoje o México foi rebaixado.
No entanto, há quem prefira manter a cautela ao traçar os cenários sobre o poder de atração de novos investimentos pela Bolsa paulista em 2003.
"Para subir mais, a Bovespa precisa de um volume maior de negócios. O problema é que há pouco dinheiro reservado para a América Latina", diz o diretor da corretora Planner, Luiz Antonio Vaz das Neves.
Quanto às recentes captações externas anunciadas pelos bancos, o analista diz que, no ano passado, houve um movimento semelhante.
"A Bolsa subiu muito no início de 2002 com o embalo das captações, que depois pararam. Muitas dessas operações anunciadas nos últimos dias foram contratadas no ano passado", lembra Neves, cético com a volta do capital externo no curto prazo.
Para o diretor da Planner, a semana está carregada com o calendário de divulgação de indicadores importantes nos EUA - o que poderá influenciar os próximos passos da Bovespa.
"No final de semana, o pacote dos EUA para reativar a economia já começou a ser reavaliado. É possível que as medidas não surtam efeito no curto prazo, o que esvaziaria o efeito positivo do pacote. Wall Street pode patinar esta semana", afirma Neves.
A proximidade do vencimento dos contratos de opções - na próxima segunda-feira - também deve mexer com a Bolsa nos próximos dias. A principal disputa entre os investidores "comprados" [que apostam na alta] e "vendidos" [que apostam na queda] será em cima do contrato de compra da ação da Telemar a R$ 30.
Hoje, o papel chegou a ser negociado na máxima de R$ 30, mas fechou a R$ 29,60, uma alta de 0,54%.
BRADESCO E ARACRUZ
A ação da Aracruz fechou em alta de 1,40%, a R$ 6,50. Hoje, a companhia abriu a temporada de balanços de 2002. A empresa anunciou um lucro de R$ 12,110 milhões no ano passado, uma queda de 94,25% em relação ao ano anterior.
Já Bradesco PN terminou em baixa de 0,44%, a R$ 11,17 o lotel de mil. Hoje banco anunciou a compra da filial brasileira do espanhol BBVA por cerca de R$ 2,63 bilhões.
Apesar de a aquisição ser positiva para a posição do banco no ranking nacional do sistema financeiro, alguns investidores temem o impacto negativo de possíveis "passivos" desconhecidos da instituição adquirida, explica um operador.
"O lado negativo desse anúncio é que os espanhóis estão pulando fora do Brasil. Ainda bem que estão conseguindo achar comprador para os ativos. O lado positivo é que esquenta a briga entre Bradesco e Itaú. Não deixa de ser um sinal de confiança neste início do governo Lula", diz o diretor da corretora Planner.
Nos EUA, as Bolsas operaram a maior parte do dia próximo do zero a zero, sem firmar uma tendência única.
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Bovespa fecha em queda de 1% com rebaixamento do Goldman Sachs
SÉRGIO RIPARDOda Folha Online
O rebaixamento do mercado brasileiro de ações pelo banco americano Goldman Sachs levou a Bovespa a fechar em queda de 1,08%, após uma alta de 3,8% acumulada nos últimos dois pregões da semana passada.
"O mercado precisava de uma desculpa para embolsar os ganhos com as altas recentes. Quando saiu o relatório do Goldman Sachs, tudo virou", conta o diretor do Lloyds TSB, Pedro Thomazoni.
Durante o período da manhã, o Ibovespa chegou a subir até 0,87% ao atingir a máxima de 12.349 pontos.
Nem a divulgação de relatórios otimistas pelos bancos americanos Merrill Lynch e Bear Stearns com visões opostas à avaliação do Goldman Sachs foi suficiente para recolocar o índice paulista em trajetória positiva.
A entrevista do ministro Antonio Palocci(Fazenda), realizada no meio da tarde, também não teve nenhuma influência nos negócios.
"O Palocci está fazendo o que o Pedro Malan (ex-ministro) fez em oito anos: repetir sempre a mesma história, a de que o governo é responsável e que está empenhado em tirar as reformas do papel", diz Thomazoni.
A queda de hoje expressa apenas um ajuste nas carteiras dos investidores. O momento ainda é favorável para o mercado brasileiro de ações, segundo analistas.
Hoje o banco americano Merrill Lynch destacou que o Brasil é o seu país preferido na América Latina para receber mais investimentos em ações no início de 2003.
A instituição se prepara para elevar a posição do Brasil na sua carteira de aplicações - o que, em tese, significa mais dinheiro na Bovespa. Hoje o México foi rebaixado.
No entanto, há quem prefira manter a cautela ao traçar os cenários sobre o poder de atração de novos investimentos pela Bolsa paulista em 2003.
"Para subir mais, a Bovespa precisa de um volume maior de negócios. O problema é que há pouco dinheiro reservado para a América Latina", diz o diretor da corretora Planner, Luiz Antonio Vaz das Neves.
Quanto às recentes captações externas anunciadas pelos bancos, o analista diz que, no ano passado, houve um movimento semelhante.
"A Bolsa subiu muito no início de 2002 com o embalo das captações, que depois pararam. Muitas dessas operações anunciadas nos últimos dias foram contratadas no ano passado", lembra Neves, cético com a volta do capital externo no curto prazo.
Para o diretor da Planner, a semana está carregada com o calendário de divulgação de indicadores importantes nos EUA - o que poderá influenciar os próximos passos da Bovespa.
"No final de semana, o pacote dos EUA para reativar a economia já começou a ser reavaliado. É possível que as medidas não surtam efeito no curto prazo, o que esvaziaria o efeito positivo do pacote. Wall Street pode patinar esta semana", afirma Neves.
A proximidade do vencimento dos contratos de opções - na próxima segunda-feira - também deve mexer com a Bolsa nos próximos dias. A principal disputa entre os investidores "comprados" [que apostam na alta] e "vendidos" [que apostam na queda] será em cima do contrato de compra da ação da Telemar a R$ 30.
Hoje, o papel chegou a ser negociado na máxima de R$ 30, mas fechou a R$ 29,60, uma alta de 0,54%.
BRADESCO E ARACRUZ
A ação da Aracruz fechou em alta de 1,40%, a R$ 6,50. Hoje, a companhia abriu a temporada de balanços de 2002. A empresa anunciou um lucro de R$ 12,110 milhões no ano passado, uma queda de 94,25% em relação ao ano anterior.
Já Bradesco PN terminou em baixa de 0,44%, a R$ 11,17 o lotel de mil. Hoje banco anunciou a compra da filial brasileira do espanhol BBVA por cerca de R$ 2,63 bilhões.
Apesar de a aquisição ser positiva para a posição do banco no ranking nacional do sistema financeiro, alguns investidores temem o impacto negativo de possíveis "passivos" desconhecidos da instituição adquirida, explica um operador.
"O lado negativo desse anúncio é que os espanhóis estão pulando fora do Brasil. Ainda bem que estão conseguindo achar comprador para os ativos. O lado positivo é que esquenta a briga entre Bradesco e Itaú. Não deixa de ser um sinal de confiança neste início do governo Lula", diz o diretor da corretora Planner.
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