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23/01/2003
-
07h47
da Folha de S.Paulo
A taxa mensal de juro cobrada no crédito pessoal deve sofrer um aumento médio de 0,36% caso a elevação da taxa Selic seja totalmente repassada pelas instituições financeiras e pelo comércio às suas linhas de financiamento. A projeção foi feita pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
O repasse do aumento da Selic levaria as taxas cobradas nas linhas de empréstimo pessoal nas financeiras _crédito tomado principalmente pelos consumidores de menor renda_ a 325,24% ao ano, segundo os cálculos da Anefac.
Já os juros mensais das linhas de crédito para empresas _capital de giro, desconto de duplicatas, de cheques e conta garantida_ aumentarão em média 0,64%. Além do impacto no custo do dinheiro, a alta da Selic "vai provocar uma maior seletividade na concessão de crédito e restrição dos bancos nessas operações", diz Miguel Oliveira, vice-presidente da Anefac.
Comparado ao efeito do último aumento da Selic, quando a taxa básica saltou de 22% para 25% ao ano, o impacto da decisão de ontem será pequeno.
Em dezembro, o repasse do aumento da Selic nos juros mensais pagos por pessoas físicas foi de 2,5%, segundo a Anefac. Para pessoas jurídicas o impacto foi, então, um aumento de 4,47% na taxa média mensal.
Oliveira diz não acreditar em repasse integral do aumento da Selic às taxas praticadas por bancos e financeiras. "Os bancos se anteciparam em novembro e dezembro, elevando seus juros acima da alta da Selic", diz ele. "As lojas não deverão fazer alterações em suas taxas, que já estão muito altas", acrescenta.
Segundo Oliveira, em dezembro o juro no crediário caiu, puxado pelo recuo nas taxas cobradas no financiamento de veículos. Também caíram as taxas praticadas nos empréstimos por financeiras e bancos. Mas os juros do cheque especial e do cartão de crédito subiram.
Segundo os cálculos da Anefac, a linha de crédito para pessoa física que poderá ser mais afetada pela atual alta da Selic é o CDC (crédito Direto ao Consumidor) dos bancos.
A entidade projeta uma alta de 0,66% no juro mensal dessa linha, caso os bancos repassem integralmente o aumento da Selic. No entanto, essa é a linha de crédito mais barata, ainda, do mercado: está em 70,96% ao ano. Com o aumento da Selic, chegaria a 71,55%.
As taxas mais altas são de empréstimo pessoal em financeiras. Antes do aumento da Selic, o juro médio anual era de 323,88% ao ano. "Mas há financeiras em que essas taxas chegam a atingir 600% ao ano", diz Oliveira.
Alta dos juros pode levar taxa para consumidor a 325% ao ano
SANDRA BALBIda Folha de S.Paulo
A taxa mensal de juro cobrada no crédito pessoal deve sofrer um aumento médio de 0,36% caso a elevação da taxa Selic seja totalmente repassada pelas instituições financeiras e pelo comércio às suas linhas de financiamento. A projeção foi feita pela Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).
O repasse do aumento da Selic levaria as taxas cobradas nas linhas de empréstimo pessoal nas financeiras _crédito tomado principalmente pelos consumidores de menor renda_ a 325,24% ao ano, segundo os cálculos da Anefac.
Já os juros mensais das linhas de crédito para empresas _capital de giro, desconto de duplicatas, de cheques e conta garantida_ aumentarão em média 0,64%. Além do impacto no custo do dinheiro, a alta da Selic "vai provocar uma maior seletividade na concessão de crédito e restrição dos bancos nessas operações", diz Miguel Oliveira, vice-presidente da Anefac.
Comparado ao efeito do último aumento da Selic, quando a taxa básica saltou de 22% para 25% ao ano, o impacto da decisão de ontem será pequeno.
Em dezembro, o repasse do aumento da Selic nos juros mensais pagos por pessoas físicas foi de 2,5%, segundo a Anefac. Para pessoas jurídicas o impacto foi, então, um aumento de 4,47% na taxa média mensal.
Oliveira diz não acreditar em repasse integral do aumento da Selic às taxas praticadas por bancos e financeiras. "Os bancos se anteciparam em novembro e dezembro, elevando seus juros acima da alta da Selic", diz ele. "As lojas não deverão fazer alterações em suas taxas, que já estão muito altas", acrescenta.
Segundo Oliveira, em dezembro o juro no crediário caiu, puxado pelo recuo nas taxas cobradas no financiamento de veículos. Também caíram as taxas praticadas nos empréstimos por financeiras e bancos. Mas os juros do cheque especial e do cartão de crédito subiram.
Segundo os cálculos da Anefac, a linha de crédito para pessoa física que poderá ser mais afetada pela atual alta da Selic é o CDC (crédito Direto ao Consumidor) dos bancos.
A entidade projeta uma alta de 0,66% no juro mensal dessa linha, caso os bancos repassem integralmente o aumento da Selic. No entanto, essa é a linha de crédito mais barata, ainda, do mercado: está em 70,96% ao ano. Com o aumento da Selic, chegaria a 71,55%.
As taxas mais altas são de empréstimo pessoal em financeiras. Antes do aumento da Selic, o juro médio anual era de 323,88% ao ano. "Mas há financeiras em que essas taxas chegam a atingir 600% ao ano", diz Oliveira.
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