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23/01/2003 - 12h27

Pão de Açúcar vende marca Sé para banco ligado a ditador líbio

SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online

O grupo Pão de Açúcar vendeu hoje, em leilão, a marca Sé Supermercados para o Banco ABC Brasil por R$ 300 mil.

O leilão da marca era uma exigência do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) para aprovar a compra da rede de supermercados, anunciada em julho. Além do ABC, deu lance a Hermes Incorporação e Empreendimentos Mobiliários.

O banco comprador é controlado pelo ABC (Arab Banking Corporation), que tem entre seus acionistas o coronel Muammar Gaddafi, líder da Líbia e acusado de financiar terroristas.

A assessoria do Pão de Açúcar diz desconhecer os acionistas estrangeiros do controlador do ABC Banco.

Em até seis meses, as unidades com a marca Sé serão convertidas para as bandeiras do Pão de Açúcar -Extra, Barateiro ou Pão de Açúcar.

O Banco ABC Brasil é 82% controlado pelo Arab Banking Corporation. Com 245 funcionários e cinco agências, a unidade brasileira é composta pelo Banco ABC Brasil, um banco habilitado a operar nas carteiras comercial, de investimentos, financeira, crédito imobiliário e câmbio e com uma agência nas Ilhas Cayman.

Por meio da empresa Lafico (Libyan Arab Foreign Investments), Muammar Gaddafi, comprou nos últimos anos participações em várias empresas. Ele tem negócios em supermercados no Marrocos, companhias de petróleo na Holanda, hotéis na Ásia e no clube de futebol italiano Juventus.

Revenda
O vice-presidente do Banco ABC Brasil, Alfredo Moraes, afirmou que a instituição adquiriu a marca para revendê-la. Ele não revela o nome da empresa interessada na marca nem fixa um prazo para a conclusão do negócio.

Moraes explicou que, formalmente, quem adquiriu a marca foi a empresa de importação e exportação Marsau, também controlada pelo dono do ABC, o Arab Banking Corporation.

Moraes diz desconhecer que o ditador da Líbia Muamar Gaddafi seja acionista do Arab Banking Corporation, como divulga a imprensa mundial desde o ano passado. Gaddafi tem investimentos em supermercados no Marrocos.

O executivo do ABC afirma que 26,7% das ações do banco pertencem ao Banco Central da Líbia, que entrou no capital da instituição em 1980.

"O Gaddafi não está no grupo dos principais investidores do Arab Banking. Outros 25% das ações estão pulverizadas, a maior parte com investidores sauditas", afirma Moraes.

"Na época do embargo à Líbia, os EUA esmiuçaram tudo. O Arab Banking não sofreu nenhuma sanção", diz Moraes.
 

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