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23/09/2009 - 13h05

G20 surge como promotor de nova ordem mundial

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PACO PAZ
da Efe, em Washington

O G20 (grupo que reúne representantes de países desenvolvidos e dos principais emergentes) há um ano lidera a resposta internacional à crise econômica e financeira, mas ainda precisa consolidar sua autoridade como agente promotor de uma nova ordem mundial.

O grupo começou a ganhar destaque e relevância no fim do ano passado, quando o então presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, elegeu-o como o fórum mais apropriado para a elaboração de uma estratégia contra a crise financeira.

Integrado por Brasil, Alemanha, África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia (UE), o G20 realizou duas cúpulas em um ano, uma em Washington e outra em Londres. Amanhã, em Pittsburg (EUA), começa a terceira.

Definitivamente, o grupo, que nasceu no fim dos anos 1990 como um fórum de discussão econômica entre países industrializados e em desenvolvimento, virou o principal ator da crise atual. Desbancou até o G8 (as sete nações mais desenvolvidas e a Rússia), acusado de ser pouco eficiente e defender os interesses dos mais ricos.

O G20, por outro lado, surpreendeu pela rapidez com que tomou medidas para tirar a economia mundial da recessão.

Além de ter orientado o resgate ao sistema financeiro e promovido tanto a restauração do crédito como a maior regulação dos mercados, o grupo fez as grandes instituições financeiras reforçarem os cofres, condenou a adoção de medidas protecionistas e defendeu um modelo econômico ecologicamente sustentável.

Nesta nova ordem mundial que tenta promover, também quer aumentar a vigilância sobre os bancos, reduzir o valor dos bônus pagos aos executivos do setor financeiro, instituir medidas de boa governança para países e instituições e instaurar um multilateralismo baseado no respeito aos diferentes sistemas políticos e modelos de mercado.

Tudo parece pronto, portanto, para que o G20 conquiste outra grande vitória em Pittsburg e, de novo, una em torno de um novo compromisso comum os países que somam 90% da riqueza do planeta.

Mas este heterodoxo grupo de países estaria mesmo preparado para liderar o mundo na transição para uma nova ordem mundial? Ou o sucesso dele foi resultante do medo de um colapso no sistema financeiro internacional? Especialistas não conseguem chegar a um consenso.

Para Colin Bradfrd e Johannes Linn, analistas do Instituto Brookings de Washington, o G20 tornou-se a "principal manifestação" da nova ordem que a comunidade internacional quer instalar no planeta, já que tem "potencial" para estabelecer novos valores e novas formas de cooperação.

No entanto, acham que o formato dele, dentro do qual dez países industrializados e dez em desenvolvimento decidem, por consenso, questões sobre a economia mundial, é "ingovernável demais" para fazê-lo capaz de impor mudanças efetivas no planeta.

Para que o G20 continue sendo referência, escreveram Bradfrd e Linn num relatório, é importante que não incorpore outros países, se concentre em determinados aspectos de sua agenda e crie uma secretaria, 'pequena mas eficiente', para dar apoio logístico às cúpulas e ao acompanhamento das decisões.

Apesar de os analistas do Brookings acharem que seria bom para o grupo ter apenas 14 membros (G14), há pressão para que ele se abra a mais países, especialmente da Europa.

Paralelamente, a agenda do fórum fica cada vez maior. Além de reuniões para o debate de questões econômicas, o G20 já se encontrou para discutir a mudança climática e prepara uma cúpula sobre a não proliferação de armas nucleares para o primeiro semestre de 2010.

Outros especialistas veem outro problema: a capacidade dos 20 países de impor ao resto do planeta as decisões tomadas em relação à abertura do comércio, aos investimentos, à boa governança ou à regulação dos mercados.

"Deveríamos nos perguntar se este consenso existe além da retórica destas reuniões. Estes princípios são encontrados na China? Na Arábia Saudita?", questionam em artigo Richard Young e Laura Tedesco, da Fundação para as Relações Internacionais e o Diálogo Exterior.

"Por enquanto, o G20 parece estar muito longe de oferecer um sistema multilateral baseado em regras e valores", acredita a dupla de especialistas, que acha que ninguém deve se cegar com o resplendor do que for decidido em Pittsburg.

"Quando a imprensa nos afogar com notícias sobre os debates da cúpula de Pittsburg, devemos lembrar destas fragilidades do G20", destacaram Young e Tedesco no artigo.

Comentários dos leitores
Nivaldo Lacerda (112) 01/02/2010 17h30
Nivaldo Lacerda (112) 01/02/2010 17h30
Nao se deixem enganar pela propaganda, os EUA quebraram pois o governo nao teve controle dos especuladores, eles ficaram milionarios correndo riscos com dinheiro do imposto.
O Brasil nao teve problemas porque os bancos nao precisaram correr risco nenhum tiveram lucro usando dinheiro do governo com alto juros aprovado pelo governo, mas como os custos em geral estao crescendo muito impulsionado por propagandas suspeitas, quem pode quebrar no Brasil e a classe media pois nao terao $$ para pagar o alto custo dos servicos de crecdito brasileiro.
Portanto olho vivo nao se deixem individar por propagandas enganosas...a coisa pode quebrar, temos que ter o pe no cha.
sem opinião
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JOSE MOTTA (110) 01/02/2010 15h32
JOSE MOTTA (110) 01/02/2010 15h32
OS GRANDES SETORES, NACIONAIS OU ESTRANGEIROS), BANCOS, ESTATAIS (PETROBRAS, BANCO DO BRASIL, CAIXA ECONOMICVA FEDERSAL), AMBEV, AUTOMOTIVA, ALIMENTCIA, E MUITAS OUTROS, NESSE PÁIS MANDAM E DESMADAM, GANHAM QUANTO QUEREM. QUESTIONA-SE, SERÁ QUE UM PAIS DO PRIMEIRO MUNDO TERIAM TANTO LUCRO ASSIM SEM DAR NADA EM TROCA PARA A POPUÇÃO? E A PETROBRAS,O SOGAN "O PETROLEO É NOSSO", NOSSO DE QUEM? TEMOS UM DAS GASOLINAS MAIS CARA DO MUNDO. E O CAIXA PRETO DA PETROBRAS? VIVA O LULA. sem opinião
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Olmir Antonio de Oliveira (124) 29/01/2010 22h40
Olmir Antonio de Oliveira (124) 29/01/2010 22h40
A respeito da volta da cobrança do ipi. É por demais conhecida a alta carga trkibutária brasileira, assim como esta redução de preços, aos trabalhadores de salários baixos e buscando melhorias que possam lhes dar mais capacidade de consumo, a não repassar a volta da taxação do ipi seria uma retribuição aos beneficios recebidos, um empenho em prol de ganhos de escala. Consumidor brasileiro que paga preços altos quando comparado aos praticados em diversos países, históricamete tem sido assim. No pós estouro de manada, crise no país da maior econômia do mundo e diversos outros paises, muitas industrias tiveram boas vendas e lucros aqui, graça ao interese do consumidor brasileiro, esta hora, a da volta do ipi, seria oportuno que os industriais continuassem praticando os preços atuais, beneficiando o consumidor, e permitido que esles possam ter bons lucros em ganho de escala, dada as pespectivas, e nivel de poder econômico do consumidor. Certo é que mesmo sem majoração dos preços, mesmo assim os preços ainda estarão maiores ao praticado em muitos outros países, inclisive aos de origem de algumas industrias, lá estão tendo quedas de vendas e até enfretam falta de rentabilidade...... 2 opiniões
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