Publicidade
Publicidade
15/03/2003
-
09h41
O chanceler (primeiro-ministro) alemão, Gerhard Schröder, apresentou ontem um pacote de medidas destinadas a retirar do marasmo a economia do país, que flerta com a recessão e vive um crescimento no desemprego.
O projeto, que se baseia em uma drástica redução dos direitos trabalhistas, despertou a ira de sindicatos e de alas mais radicais da coalização governista, de centro-esquerda, enquanto foi tachado de tímido pelos conservadores.
"Ou nos modernizamos ou seremos modernizados pela incessante força dos mercados", afirmou Schröder, que apresentou as medidas em discurso a um lotado Bundestag (Parlamento).
Depois de anos de inércia, Schröder, cuja popularidade está em queda, decidiu flexibilizar as leis trabalhistas na tentativa de reavivar a economia e criar mais empregos. O governo também pretende criar uma linha de crédito de 15 bilhões, com juros subsidiados, para estimular as empresas de pequeno porte.
No momento em que, no front político, oferece dura oposição aos EUA e ao Reino Unido, o socialista Schröder se viu obrigado a adotar, ao menos em parte, a agenda liberal de seus oposicionistas. Mas empresários e conservadores queriam que o plano fosse além, copiando as reformas liberalizantes que a ex-primeira-ministra britânica Margaret Tchatcher (79-90) implantou no Reino Unido na década de 80.
O seguro-desemprego, que hoje é pago por até 32 meses, seria cortado para um máximo de 12 meses (dependendo da idade do beneficiário, o limite subiria para 18 meses). Os trâmites de demissão também serão simplificados, para facilitar as dispensas e, em tese, incentivar as contratações.
O chanceler afirmou que empresários e trabalhadores devem encontrar formas de cortas as rígidas legislações alemãs e buscar acordos regionais. "Espero que as partes, nas negociações salariais, cheguem a acordos locais. Se isso não acontecer, o governo terá que agir", disse Schröder.
Existem hoje 4,7 milhões de desempregados na Alemanha (mais de 10% da força de trabalho), o maior número em cinco anos. Quando assumiu, em 1998, o líder do Partido Social Democrata tinha como principal promessa a redução do desemprego.
Nas eleições do ano passado, o chanceler conquistou uma apertada vitória, devida em larga medida ao seu discurso pacifista. Mas a estagnação econômica e o aumento do desemprego, especialmente na parte oriental do país, têm corroído a popularidade de Schröder.
Mesmo que o chanceler consiga a aprovação de seu pacote, as medidas só deverão surtir efeitos a partir do próximo ano.
Pacote alemão corta direitos trabalhistas
da Folha de S.PauloO chanceler (primeiro-ministro) alemão, Gerhard Schröder, apresentou ontem um pacote de medidas destinadas a retirar do marasmo a economia do país, que flerta com a recessão e vive um crescimento no desemprego.
O projeto, que se baseia em uma drástica redução dos direitos trabalhistas, despertou a ira de sindicatos e de alas mais radicais da coalização governista, de centro-esquerda, enquanto foi tachado de tímido pelos conservadores.
"Ou nos modernizamos ou seremos modernizados pela incessante força dos mercados", afirmou Schröder, que apresentou as medidas em discurso a um lotado Bundestag (Parlamento).
Depois de anos de inércia, Schröder, cuja popularidade está em queda, decidiu flexibilizar as leis trabalhistas na tentativa de reavivar a economia e criar mais empregos. O governo também pretende criar uma linha de crédito de 15 bilhões, com juros subsidiados, para estimular as empresas de pequeno porte.
No momento em que, no front político, oferece dura oposição aos EUA e ao Reino Unido, o socialista Schröder se viu obrigado a adotar, ao menos em parte, a agenda liberal de seus oposicionistas. Mas empresários e conservadores queriam que o plano fosse além, copiando as reformas liberalizantes que a ex-primeira-ministra britânica Margaret Tchatcher (79-90) implantou no Reino Unido na década de 80.
O seguro-desemprego, que hoje é pago por até 32 meses, seria cortado para um máximo de 12 meses (dependendo da idade do beneficiário, o limite subiria para 18 meses). Os trâmites de demissão também serão simplificados, para facilitar as dispensas e, em tese, incentivar as contratações.
O chanceler afirmou que empresários e trabalhadores devem encontrar formas de cortas as rígidas legislações alemãs e buscar acordos regionais. "Espero que as partes, nas negociações salariais, cheguem a acordos locais. Se isso não acontecer, o governo terá que agir", disse Schröder.
Existem hoje 4,7 milhões de desempregados na Alemanha (mais de 10% da força de trabalho), o maior número em cinco anos. Quando assumiu, em 1998, o líder do Partido Social Democrata tinha como principal promessa a redução do desemprego.
Nas eleições do ano passado, o chanceler conquistou uma apertada vitória, devida em larga medida ao seu discurso pacifista. Mas a estagnação econômica e o aumento do desemprego, especialmente na parte oriental do país, têm corroído a popularidade de Schröder.
Mesmo que o chanceler consiga a aprovação de seu pacote, as medidas só deverão surtir efeitos a partir do próximo ano.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice