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18/03/2003
-
08h06
da Folha de S.Paulo
Representantes de distribuidoras de combustíveis, como Shell, Esso e Ipiranga, foram convidadas há três semanas pelo Ministério de Minas e Energia a participar de um programa de contingenciamento do consumo de combustíveis no país, se um eventual ataque dos EUA ao Iraque persistir por mais de 30 dias.
O ministério, segundo a reportagem apurou, traçou três cenários para enfrentar uma eventual guerra. Nos dois primeiros, que considera mais provável, o conflito entre EUA e Iraque não duraria mais de um mês. Nesse caso, a Petrobras teria condições de manter o fornecimento de gasolina, diesel e óleo combustível.
No cenário menos provável _isto é, se a guerra for mais longa_, o governo quer contar com a participação das distribuidoras. Um das idéias é estabelecer cotas para a distribuição de combustível. Setores considerados prioritários, como hospitais, não seriam afetados. Os postos de gasolina teriam de participar do corte.
O governo também poderia restringir o consumo por meio do aumento de preços, segundo o representante de uma distribuidora de combustível que participou do encontro com representantes do Ministério de Minas e Energia.
"Por enquanto, as distribuidoras estão recebendo os volumes que elas encomendaram", diz Alísio Vaz, diretor do Sindicom, sindicato das distribuidoras. Elas não sabem, porém, qual é o estoque de combustível da Petrobras. O governo, segundo as distribuidoras, dizem que essa é uma informação estratégica.
As distribuidoras estão na expectativa de que possa ocorrer aumento de preços nos combustíveis de uma hora para outra, com ou sem guerra. Isso porque, segundo elas, existe uma defasagem em torno de 17% no preço da gasolina e de 25% no preço do diesel por causa do aumento do preço do petróleo no mercado internacional, além da alta do dólar.
Distribuidoras e postos informam que o impacto de uma eventual guerra entre EUA e Iraque seria maior no fornecimento de óleo diesel e de GLP (gás de cozinha), já que, no caso desses dois produtos, o Brasil depende de importação, o que não acontece com a gasolina. A produção de gasolina no Brasil é da ordem de 1,65 bilhão de litros por mês _o consumo interno é de 1,5 bilhão de litros por mês. Os outros 150 milhões de litros por mês são exportados.
No caso do óleo diesel, o Brasil produz 2,8 bilhões de litros por mês e consome 3,3 bilhões de litros por mês _importa 500 milhões de litros por mês, especialmente dos países árabes. No GLP, a demanda no país é de 1,2 bilhões de litros por mês _300 milhões de litros mensais vêm do exterior.
Governo brasileiro já prepara plano de guerra para gasolina
FÁTIMA FERNANDESda Folha de S.Paulo
Representantes de distribuidoras de combustíveis, como Shell, Esso e Ipiranga, foram convidadas há três semanas pelo Ministério de Minas e Energia a participar de um programa de contingenciamento do consumo de combustíveis no país, se um eventual ataque dos EUA ao Iraque persistir por mais de 30 dias.
O ministério, segundo a reportagem apurou, traçou três cenários para enfrentar uma eventual guerra. Nos dois primeiros, que considera mais provável, o conflito entre EUA e Iraque não duraria mais de um mês. Nesse caso, a Petrobras teria condições de manter o fornecimento de gasolina, diesel e óleo combustível.
No cenário menos provável _isto é, se a guerra for mais longa_, o governo quer contar com a participação das distribuidoras. Um das idéias é estabelecer cotas para a distribuição de combustível. Setores considerados prioritários, como hospitais, não seriam afetados. Os postos de gasolina teriam de participar do corte.
O governo também poderia restringir o consumo por meio do aumento de preços, segundo o representante de uma distribuidora de combustível que participou do encontro com representantes do Ministério de Minas e Energia.
"Por enquanto, as distribuidoras estão recebendo os volumes que elas encomendaram", diz Alísio Vaz, diretor do Sindicom, sindicato das distribuidoras. Elas não sabem, porém, qual é o estoque de combustível da Petrobras. O governo, segundo as distribuidoras, dizem que essa é uma informação estratégica.
As distribuidoras estão na expectativa de que possa ocorrer aumento de preços nos combustíveis de uma hora para outra, com ou sem guerra. Isso porque, segundo elas, existe uma defasagem em torno de 17% no preço da gasolina e de 25% no preço do diesel por causa do aumento do preço do petróleo no mercado internacional, além da alta do dólar.
Distribuidoras e postos informam que o impacto de uma eventual guerra entre EUA e Iraque seria maior no fornecimento de óleo diesel e de GLP (gás de cozinha), já que, no caso desses dois produtos, o Brasil depende de importação, o que não acontece com a gasolina. A produção de gasolina no Brasil é da ordem de 1,65 bilhão de litros por mês _o consumo interno é de 1,5 bilhão de litros por mês. Os outros 150 milhões de litros por mês são exportados.
No caso do óleo diesel, o Brasil produz 2,8 bilhões de litros por mês e consome 3,3 bilhões de litros por mês _importa 500 milhões de litros por mês, especialmente dos países árabes. No GLP, a demanda no país é de 1,2 bilhões de litros por mês _300 milhões de litros mensais vêm do exterior.
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