Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
03/04/2003 - 14h25

Inflação recua em março mas é a maior para o mês desde 95

IVONE PORTES
da Folha Online

A inflação do município de São Paulo ficou em 0,67% no mês passado, segundo dados do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe.

Essa é a menor taxa para um fechamento de mês desde junho de 2002, quando a inflação havia ficado em 0,31%, e igual à verificada em julho do ano passado. No entanto, é a maior inflação para um mês de março desde 1995, quando atingiu 1,92%.

A variação de março ficou um pouco abaixo da última previsão feita pelo economista e coordenador da pesquisa de preços da Fipe, Heron do Carmo, que projetava 0,70% para o mês.

As maiores pressões no mês passado vieram dos aumentos ainda verificados nos produtos ''in natura'' e nos remédios, de 5,04% e 4,14%, respectivamente, que contribuíram com peso de 0,30 ponto percentual no índice. Ou seja, se não fossem as altas desses produtos, a inflação de março teria ficado em 0,37%.

O tomate subiu 48,55% no mês, acumulando alta de 79% no ano, devido problemas de clima e de oferta. Foi o produto que mais pressionou a inflação, com peso de 0,09 ponto percentual sobre o índice.

Entre os remédios, os maiores impactos foram dos medicamentos para sistema cardiovascular, que subiram 3,84%, e para aparelho digestivo o e metabolismo (4,89%).

Heron do Carmo avalia, porém, que o preço do tomate deve se estabilizar nesse mês, podendo até cair. Os remédios também não devem continuar em tendência forte de alta. Com isso, ele reduziu a previsão de inflação para abril de 0,50% para 0,40%.

''A estimativa de 0,40% para abril é perfeitamente plausível'', disse ele. Segundo Heron, o aumento menor ou queda dos hortifrutigranjeiros esperada para março não ocorreu, mas deve ser verificada em abril.

''O tomate já subiu 79% no ano. Ou seja, é muito aumento. Isso não deve se sustentar porque trata-se de um produto com várias produções no ano'', disse.

O aumento do salário mínimo de R$ 200 para R$ 240, segundo ele, não deve impulsionar a demanda, porque na realidade houve apenas uma recomposição da renda.

''O aumento do salário mínimo vai simplesmente repor a perda de valor dos últimos meses e não terá nenhum impacto na inflação.''

Para o ano, o coordenador da Fipe manteve a previsão de inflação de 9%. ''Só alterarei a previsão do ano com conhecimento do reajuste de telefonia, energia elétrica e água e esgoto.''

O economista avalia que até junho as taxas de inflação deverão ser baixas, mas em julho e agosto podem disparar o que já é um movimento histórico, devido reajustes de preços administrados. A partir de setembro, porém, as taxas voltam a recuar.

''A questão que preocupa é o fato de telefonia e energia terem um peso de 7% no índice. Mas o governo poderá negociar os aumentos desses serviços sem prejudicar o equilíbrio econômico-financeiro dos contratos'', disse ele.
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página