Publicidade
Publicidade
07/04/2003
-
07h38
da Folha de S.Paulo
Espaço para alta ainda há, mas obstáculos, também.
Como em 2003 o prêmio de risco valorizou-se mais do que o Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, o índice paulista ainda teria espaço para subir, segundo analistas. As projeções desse potencial de alta, na busca de equiparação da melhora da Bolsa com a do risco-país, variam de pouco mais de 400 pontos a 1.100 pontos.
Mas, nessa corrida, a Bolsa pode esbarrar, em algum momento desta ou da próxima semana, num obstáculo.
''Essa enorme euforia nos mercados locais pode continuar, mas não parece ser o mais racional a se esperar, dado o importante ajuste de preços que já ocorreu, reflexo do exagerado otimismo'', disse um gestor.
Como investidores, sabe-se, não são racionais, a animação pode ou não se manter. As possibilidades de uma realização de lucros no curto prazo ou até mesmo a paralisação no atual patamar em que se encontra a Bolsa dividem uma boa parcela do mercado, para quem o bom humor anda escancarado demais.
''O cenário mais provável é o de uma parada: a Bolsa sobe dois dias, desce outros dois'', diz Luiz Antônio Vaz das Neves, diretor de pesquisa da corretora Planner. Ficaria estabilizada no patamar de 12 mil pontos.
Desculpa
''O mercado procura uma desculpa para realização de lucros'', afirma Ricardo Schneider, gestor de renda variável do ABN Asset Management.
''O problema é acertar na mosca, o momento certo: a hora de entrar e sair porque ninguém disse que não irá subir depois de uma eventual queda para realizar os lucros'', acrescenta Schneider.
Uma desculpa possível pode ser um possível fraco desempenho da economia americana.
O cenário interno, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, tende a ganhar mais força na precificação de ativos. Está reaberta a temporada de resultados das empresas.
''A microeconomia ganha espaço. A política aqui e a geopolítica nos EUA perdem o destaque, em razão dos resultados das empresas no primeiro trimestre do ano, que começarão a sair. Muitos deles não deverão vir muito animadores'', diz Vaz das Neves.
Na próxima semana, Aracruz, Gerdau e Copel estão entre as empresas que divulgam seus resultados. Nos Estados Unidos, serão conhecidos os balanços trimestrais de General Eletric, PanAmSat, Abbot e Yahoo, entre outras.
Inflação
Amanhã sai a primeira prévia de abril do IGP-M. A expectativa é de nova queda da inflação neste mês. A apreciação cambial e o cenário mais favorável para a safra agrícola deverão contribuir para a redução dos preços agrícolas no atacado, em relação à primeira prévia do mês passado.
Também na agenda da semana, o IPC do mesmo período e o IGP-DI de março.
Humor
Depois de a Bolsa acumular alta de 9,66% em março e 7,02% nos quatro primeiros dias deste mês, analistas andam rindo à toa. Alguns fazem graça da própria euforia do mercado.
''Na semana passada, estivemos 'perto do limite da irresponsabilidade', como diria o Ricardo Sérgi'', brincou um analista, para quem a festa não vai muito longe.
Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor do Banco do Brasil à época do escândalo do grampo do BNDES, durante a privatização do sistema Telebrás, revelado em maio de 1999, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Bovespa ainda tem espaço para subir mais
MARIA CRISTINA FRIASda Folha de S.Paulo
Espaço para alta ainda há, mas obstáculos, também.
Como em 2003 o prêmio de risco valorizou-se mais do que o Ibovespa, da Bolsa de Valores de São Paulo, o índice paulista ainda teria espaço para subir, segundo analistas. As projeções desse potencial de alta, na busca de equiparação da melhora da Bolsa com a do risco-país, variam de pouco mais de 400 pontos a 1.100 pontos.
Mas, nessa corrida, a Bolsa pode esbarrar, em algum momento desta ou da próxima semana, num obstáculo.
''Essa enorme euforia nos mercados locais pode continuar, mas não parece ser o mais racional a se esperar, dado o importante ajuste de preços que já ocorreu, reflexo do exagerado otimismo'', disse um gestor.
Como investidores, sabe-se, não são racionais, a animação pode ou não se manter. As possibilidades de uma realização de lucros no curto prazo ou até mesmo a paralisação no atual patamar em que se encontra a Bolsa dividem uma boa parcela do mercado, para quem o bom humor anda escancarado demais.
''O cenário mais provável é o de uma parada: a Bolsa sobe dois dias, desce outros dois'', diz Luiz Antônio Vaz das Neves, diretor de pesquisa da corretora Planner. Ficaria estabilizada no patamar de 12 mil pontos.
Desculpa
''O mercado procura uma desculpa para realização de lucros'', afirma Ricardo Schneider, gestor de renda variável do ABN Asset Management.
''O problema é acertar na mosca, o momento certo: a hora de entrar e sair porque ninguém disse que não irá subir depois de uma eventual queda para realizar os lucros'', acrescenta Schneider.
Uma desculpa possível pode ser um possível fraco desempenho da economia americana.
O cenário interno, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, tende a ganhar mais força na precificação de ativos. Está reaberta a temporada de resultados das empresas.
''A microeconomia ganha espaço. A política aqui e a geopolítica nos EUA perdem o destaque, em razão dos resultados das empresas no primeiro trimestre do ano, que começarão a sair. Muitos deles não deverão vir muito animadores'', diz Vaz das Neves.
Na próxima semana, Aracruz, Gerdau e Copel estão entre as empresas que divulgam seus resultados. Nos Estados Unidos, serão conhecidos os balanços trimestrais de General Eletric, PanAmSat, Abbot e Yahoo, entre outras.
Inflação
Amanhã sai a primeira prévia de abril do IGP-M. A expectativa é de nova queda da inflação neste mês. A apreciação cambial e o cenário mais favorável para a safra agrícola deverão contribuir para a redução dos preços agrícolas no atacado, em relação à primeira prévia do mês passado.
Também na agenda da semana, o IPC do mesmo período e o IGP-DI de março.
Humor
Depois de a Bolsa acumular alta de 9,66% em março e 7,02% nos quatro primeiros dias deste mês, analistas andam rindo à toa. Alguns fazem graça da própria euforia do mercado.
''Na semana passada, estivemos 'perto do limite da irresponsabilidade', como diria o Ricardo Sérgi'', brincou um analista, para quem a festa não vai muito longe.
Ricardo Sérgio de Oliveira era diretor do Banco do Brasil à época do escândalo do grampo do BNDES, durante a privatização do sistema Telebrás, revelado em maio de 1999, no governo de Fernando Henrique Cardoso.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice