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13/04/2003
-
22h48
da Folha Online, em Teresopólis
A Embratel decidiu testar o discurso pró-competição adotado pelo governo Lula para o setor de telecomunicações. O Planalto defende que o consumidor só terá tarifas menores se existir mais concorrência.
Aproveitando a deixa, a companhia voltou a cobrar de Brasília a regulamentação do acesso às redes das empresas fixas (''unbundling'', no jargão).
A operadora de longa distância quer ter o direito de usar essa infra-estrutura para explorar novos produtos, como internet rápida (como o ''Speedy'' da Telefônica).
Atuar nesses mercados seria uma fonte extra de receita para a empresa, dona de um prejuízo de mais de R$ 620 milhões em 2002.
Para convencer o governo da vantagem da regulamentação, a Embratel cita que a sua entrada nesses segmentos poderia resultar em uma queda dos preços para o consumidor.
Desde o governo FHC, a Embratel pressiona a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) a regulamentar o compartilhamento de redes.
Segundo consultores, as operadoras fixas resistem à idéia de ''alugar'' suas redes para Embratel, porque temem perder fatia de mercado com uma nova rival.
A Embratel diz que não constrói sua própria rede para chegar à casa do cliente devido ao custo elevado, o que inviabilizaria seu plano de negócio.
Com a recente declaração do ministro Miro Teixeira (Telecomunicações) a favor da competição no setor, a Embratel não perdeu tempo e já articula a realização de uma consulta pública por três meses para a regulamentação do 'unbundling'.
Se vencer essa batalha na Anatel, a companhia pretende lançar novos serviços já no final deste ano.
Para esclarecer as questões técnicas do compartilhamento, a Embratel promoveu, na última sexta e sábado, um seminário sobre o ''unbundling'' em Teresópolis (região serrana do Rio).
Ela trouxe especialistas estrangeiros que relataram as experiências nos EUA e na Europa. Na platéia, estavam dois assessores da presidência da Anatel, um representante da liderança do PT.
''O discurso do novo governo está sintonizado com o da Embratel, o que não ocorria antes'', afirma a vice-presidente da operadora, a mexicana Purificación Carpinteyro.
Há três anos, a executiva foi escalada pela americana MCI/Worldcom, dona da Embratel, para remover o obstáculo jurídico que impede a empresa de explorar novos nichos de mercados no Brasil.
A executiva diz que já conversou com todos os conselheiros da Anatel sobre a necessidade do compartilhamento das redes.
Para ela, nem as críticas do governo ao poder das agências reguladoras devem atrapalhar o processo de regulamentação.
"Os técnicos do ministério e da Anatel estão trabalhando juntos."
Ela revela que já foi tachada pelo mercado de "Miss Unbundling" e de "Conspiração Carpinteyro" por seu trabalho junto à Anatel. Mas diz não se incomodar com essas referências.
"Na época da privatização, o governo brasileiro prometeu a competição no setor. Foi acreditando nisso que recomendei à MCI a compra da Embratel. Agora é preciso ter a persistência e insistir no que acreditamos. A agência reguladora precisa cumprir o seu papel e garantir o que está escrito na lei", diz a executiva.
Os assessores da Anatel, presentes no evento, preferiram não se manifestar oficialmente sobre o assunto.
*O repórter viajou a Teresópolis a convite da Embratel
Embratel retoma batalha em Brasília para compartilhar redes
SÉRGIO RIPARDOda Folha Online, em Teresopólis
A Embratel decidiu testar o discurso pró-competição adotado pelo governo Lula para o setor de telecomunicações. O Planalto defende que o consumidor só terá tarifas menores se existir mais concorrência.
Aproveitando a deixa, a companhia voltou a cobrar de Brasília a regulamentação do acesso às redes das empresas fixas (''unbundling'', no jargão).
A operadora de longa distância quer ter o direito de usar essa infra-estrutura para explorar novos produtos, como internet rápida (como o ''Speedy'' da Telefônica).
Atuar nesses mercados seria uma fonte extra de receita para a empresa, dona de um prejuízo de mais de R$ 620 milhões em 2002.
Para convencer o governo da vantagem da regulamentação, a Embratel cita que a sua entrada nesses segmentos poderia resultar em uma queda dos preços para o consumidor.
Desde o governo FHC, a Embratel pressiona a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) a regulamentar o compartilhamento de redes.
Segundo consultores, as operadoras fixas resistem à idéia de ''alugar'' suas redes para Embratel, porque temem perder fatia de mercado com uma nova rival.
A Embratel diz que não constrói sua própria rede para chegar à casa do cliente devido ao custo elevado, o que inviabilizaria seu plano de negócio.
Com a recente declaração do ministro Miro Teixeira (Telecomunicações) a favor da competição no setor, a Embratel não perdeu tempo e já articula a realização de uma consulta pública por três meses para a regulamentação do 'unbundling'.
Se vencer essa batalha na Anatel, a companhia pretende lançar novos serviços já no final deste ano.
Para esclarecer as questões técnicas do compartilhamento, a Embratel promoveu, na última sexta e sábado, um seminário sobre o ''unbundling'' em Teresópolis (região serrana do Rio).
Ela trouxe especialistas estrangeiros que relataram as experiências nos EUA e na Europa. Na platéia, estavam dois assessores da presidência da Anatel, um representante da liderança do PT.
''O discurso do novo governo está sintonizado com o da Embratel, o que não ocorria antes'', afirma a vice-presidente da operadora, a mexicana Purificación Carpinteyro.
Há três anos, a executiva foi escalada pela americana MCI/Worldcom, dona da Embratel, para remover o obstáculo jurídico que impede a empresa de explorar novos nichos de mercados no Brasil.
A executiva diz que já conversou com todos os conselheiros da Anatel sobre a necessidade do compartilhamento das redes.
Para ela, nem as críticas do governo ao poder das agências reguladoras devem atrapalhar o processo de regulamentação.
"Os técnicos do ministério e da Anatel estão trabalhando juntos."
Ela revela que já foi tachada pelo mercado de "Miss Unbundling" e de "Conspiração Carpinteyro" por seu trabalho junto à Anatel. Mas diz não se incomodar com essas referências.
"Na época da privatização, o governo brasileiro prometeu a competição no setor. Foi acreditando nisso que recomendei à MCI a compra da Embratel. Agora é preciso ter a persistência e insistir no que acreditamos. A agência reguladora precisa cumprir o seu papel e garantir o que está escrito na lei", diz a executiva.
Os assessores da Anatel, presentes no evento, preferiram não se manifestar oficialmente sobre o assunto.
*O repórter viajou a Teresópolis a convite da Embratel
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