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19/04/2003
-
08h09
da Folha de S.Paulo
Em tempos de crescimento de shoppings centers, preços baixos e concentração de produtos fazem a força das ruas com tradição comercial, as preferidas dos paulistanos para comprar roupas.
As calças, camisas, saias e vestidos vendidos pelo comércio de rua em São Paulo são procurados por 64% dos paulistanos, índice próximo aos 67% que compram em shoppings, segundo dados da consultoria Toledo & Associados.
A conhecida rua 12 de outubro, na Lapa, é a primeira que vem à cabeça do morador da capital na hora de ir às compras, com 13% das preferências, de acordo com informações da consultoria.
A via é seguida de perto pelas também tradicionais ruas Maria Marcolina, no Brás, com 12%, José Paulino, no Bom Retiro, com 10%, e 25 de março, no centro, com 9%. Os índices vêm de pesquisa realizada pela Toledo & Associados, que ouviu 2.800 pessoas das cinco principais regiões de São Paulo em 2002.
Segundo os dados, 88% das pessoas que escolhem lojas de rua para consumir roupas apontam preços mais baixos como principal atrativo. O segundo principal motivo, citado por 16% dos consumidores ouvidos, é a conveniência, já que essas vias são passagem para o trabalho ou para casa.
De acordo com Fábio Pina, economista da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), os gastos menores com a estrutura das lojas diminuem o preço ao consumidor.
"Os lojistas gastam bem menos com locação dos imóveis do que os de shoppings, normalmente localizados em áreas nobres. Além disso, inexiste o custo com condomínio", afirmou.
Shlomo Shoel, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro (CDL), lembra que muitas lojas de rua fabricam suas roupas: "A maior parte dos comerciantes de roupas da rua José Paulino tem confecções próprias e assim podem cobrar menos".
A proximidade também é um ponto valorizado pelos clientes em potencial das principais regiões de São Paulo. Quando o consumidor de roupas ouvido é o da zona sul da capital, a rua do Largo 13, em Santo Amaro, é a primeira lembrada, com 21,9% da preferência de quem respondeu à pesquisa. Na zona oeste, a rua eleita foi a Teodoro Sampaio, em Pinheiros, com 29,9%.
Mas a fama de algumas vias comerciais supera distâncias: a 12 de outubro foi a mais lembrada por 29,4% das pessoas ouvidas na zona norte. Tanto no centro como na zona leste, com respectivamente 20,5% e 23,2%, a primeira é a Maria Marcolina.
Tradição
A história comercial das ruas preferidas pelo consumidor paulistano para comprar roupas ajuda a explicar os preços mais baixos cobrados por suas lojas.
A maioria dessas vias tem vocação atacadista, já que elas se concentravam em pontos próximos a estações de trem e até portos, o que possibilitava o transporte fácil das mercadorias.
A rua 12 de outubro, na Lapa, ficava próxima à primeira estação ferroviária do bairro, e começou a concentrar lojistas por volta de 1910. Há 109 anos agregando comerciantes, a 25 de março surgiu por causa da proximidade com um porto localizado onde hoje fica a ladeira Porto Geral, onde passava o rio Tamanduateí.
Preços mais baixos atraem clientes ao comércio de rua
MAELI PRADOda Folha de S.Paulo
Em tempos de crescimento de shoppings centers, preços baixos e concentração de produtos fazem a força das ruas com tradição comercial, as preferidas dos paulistanos para comprar roupas.
As calças, camisas, saias e vestidos vendidos pelo comércio de rua em São Paulo são procurados por 64% dos paulistanos, índice próximo aos 67% que compram em shoppings, segundo dados da consultoria Toledo & Associados.
A conhecida rua 12 de outubro, na Lapa, é a primeira que vem à cabeça do morador da capital na hora de ir às compras, com 13% das preferências, de acordo com informações da consultoria.
A via é seguida de perto pelas também tradicionais ruas Maria Marcolina, no Brás, com 12%, José Paulino, no Bom Retiro, com 10%, e 25 de março, no centro, com 9%. Os índices vêm de pesquisa realizada pela Toledo & Associados, que ouviu 2.800 pessoas das cinco principais regiões de São Paulo em 2002.
Segundo os dados, 88% das pessoas que escolhem lojas de rua para consumir roupas apontam preços mais baixos como principal atrativo. O segundo principal motivo, citado por 16% dos consumidores ouvidos, é a conveniência, já que essas vias são passagem para o trabalho ou para casa.
De acordo com Fábio Pina, economista da Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado de São Paulo), os gastos menores com a estrutura das lojas diminuem o preço ao consumidor.
"Os lojistas gastam bem menos com locação dos imóveis do que os de shoppings, normalmente localizados em áreas nobres. Além disso, inexiste o custo com condomínio", afirmou.
Shlomo Shoel, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas do Bom Retiro (CDL), lembra que muitas lojas de rua fabricam suas roupas: "A maior parte dos comerciantes de roupas da rua José Paulino tem confecções próprias e assim podem cobrar menos".
A proximidade também é um ponto valorizado pelos clientes em potencial das principais regiões de São Paulo. Quando o consumidor de roupas ouvido é o da zona sul da capital, a rua do Largo 13, em Santo Amaro, é a primeira lembrada, com 21,9% da preferência de quem respondeu à pesquisa. Na zona oeste, a rua eleita foi a Teodoro Sampaio, em Pinheiros, com 29,9%.
Mas a fama de algumas vias comerciais supera distâncias: a 12 de outubro foi a mais lembrada por 29,4% das pessoas ouvidas na zona norte. Tanto no centro como na zona leste, com respectivamente 20,5% e 23,2%, a primeira é a Maria Marcolina.
Tradição
A história comercial das ruas preferidas pelo consumidor paulistano para comprar roupas ajuda a explicar os preços mais baixos cobrados por suas lojas.
A maioria dessas vias tem vocação atacadista, já que elas se concentravam em pontos próximos a estações de trem e até portos, o que possibilitava o transporte fácil das mercadorias.
A rua 12 de outubro, na Lapa, ficava próxima à primeira estação ferroviária do bairro, e começou a concentrar lojistas por volta de 1910. Há 109 anos agregando comerciantes, a 25 de março surgiu por causa da proximidade com um porto localizado onde hoje fica a ladeira Porto Geral, onde passava o rio Tamanduateí.
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