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Telefônica planeja investir mais de R$ 2 bi no Brasil e critica Vivendi
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da Reuters
A Telefônica pretende investir mais de R$ 2 bilhões de reais no Brasil em 2010 e vai focar em seu negócio de banda larga, afirmou nesta terça-feira o presidente da unidade brasileira da companhia, Antônio Carlos Valente.
"O foco total é banda larga e tudo que for relacionado a ela", afirmou Valente.
Ainda ressentido pela perda da GVT para a Vivendi, Valente afirmou que fazer gol de mão não vale, referindo-se a possíveis irregularidades no negócio envolvendo os franceses.
O grupo espanhol Telefónica esteve envolvido em uma batalha com a Vivendi pela aquisição da GVT porque via como melhor alternativa para ampliar sua atuação, hoje concentrada no Estado de São Paulo, para todo o Brasil.
"(A perda da) GVT foi uma tristeza para a companhia", disse Valente.
A Vivendi anunciou em 13 de novembro ter assegurado uma participação majoritária no capital da GVT, por meio de acordo com os controladores e contratos irrevogáveis de opção de compra de ações da empresa-alvo.
O grupo francês se dispôs a pagar, em sua oferta vencedora, R$ 56 por ação da GVT, acima dos R$ 50,50 apresentados pela Telesp, subsidiária da Telefónica no país.
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) informou no final de novembro que investigações levantaram dúvidas sobre a capacidade de as contrapartes da Vivendi nos contratos de opção de ações honrarem seus compromissos.
"Estávamos tentando colocar a bola no gol com o pé. Fazer gol com a mão não pode", afirmou Valente, que classificou a operação entre Vivendi e GVT de "um pouco heterodoxa".
"Nós viemos obedecendo a lei e com transparência em nossa oferta pela GVT. Sempre achamos que poderíamos oferecer mais, porque temos sinergias óbvias com a GVT e conhecemos o mercado brasileiro", comentou.
Competição
Para enfrentar o aumento da competição esperado com a chegada da Vivendi por meio da GVT ao mercado brasileiro, a Telefônica prepara proposta comercial mais "agressiva" em termos de preço para clientes de internet rápida.
A previsão da empresa era de realizar investimentos de R$ 2,4 bilhões de reais neste ano, mas a suspensão das vendas do serviço de banda larga Speedy durante alguns meses e a valorização do real contra o dólar, que torna equipamentos importados mais baratos, farão com que o valor gasto até o final do ano seja menor.
Sem a GVT, Valente disse que a companhia vai agora buscar sinergias com a operadora celular Vivo, que tem o controle dividido por Telefônica e Portugal Telecom.
A Vivo detém uma licença nacional para a exploração de serviços de TV paga por satélite (DTH), e a Telefônica oferece a terceiros infraestrutura para o provimento de serviços de TV, citou Valente, sem dar mais detalhes.
De acordo com o executivo, existem poucas oportunidades de aquisições no mercado brasileiro. Ele frisou que a empresa não está em negociações atualmente para qualquer compra de ativo de rede.
Ao mesmo tempo, disse que a opção de se construir novas redes de telecomunicações no país é pouco viável, dado o nível de competição no mercado.
A companhia, que em meados deste ano ficou por dois meses proibida de vender o Speedy por falhas no serviço, resolveu todos os problemas e agora está buscando adicionar valor para os atuais clientes.
Valente afirmou que isso envolve permitir que os usuários possam se conectar à internet em outros locais além de suas residências.
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