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15/05/2003 - 15h10

Furlan e presidente do BC alemão apostam cerveja nas reformas

da Deutsche Welle, em Frankfurt

O ministro Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento) chegou à 8ª Conferência Latino-Americana da Economia Alemã com o objetivo de propalar o atual bom momento da economia brasileira.

A expectativa criada pelas últimas notícias sobre o governo Lula foi tão grande que o evento promovido pela Iniciativa do Empresariado Alemão para a América Latina recebeu uma enxurrada de inscrições de última hora.

Mais de 500 executivos, sobretudo alemães, mas também latino-americanos, assim como representantes de instituições, foram a Frankfurt ouvir as boas novas diretamente da boca do ministro.

Sem razão para medo

A política econômica dos primeiros 100 dias do governo Lula venceu o medo que havia desde a subida da estrela vermelha, admitiu Wolf Klinz, presidente da Câmara de Indústria e Comércio de Frankfurt, inspirando-se na frase "a esperança venceu o medo", usada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao vencer as eleições em outubro.

Único estrangeiro na mesa de abertura da conferência, o ministro Furlan anunciou o início de uma nova era no Brasil, no Mercosul e na América Latina. "Temos novos líderes no Brasil e no Paraguai e, em breve, na Argentina", lembrou.

Segundo o ex-empresário, a crise econômica que freia a economia alemã e dos demais países desenvolvidos não afetará o Brasil, pois o atual boom de exportação --25% ao ano-- dirige-se sobretudo à Rússia, Oriente Médio, Argentina e especialmente a China.

Somente para este país asiático, as vendas brasileiras cresceram 100% nos quatro primeiros meses deste ano. Em abril, a China ultrapassou a Argentina e a Alemanha e foi o segundo maior parceiro comercial do Brasil. No balanço anual, está em quarto lugar, posição até há pouco tempo ocupada pelo Japão.

Aposta a ser ganha

Para que o Brasil retome de forma duradoura o crescimento, Furlan lembrou que o governo Lula está fazendo o dever de casa e já apresentou ao Congresso Nacional suas propostas de reforma da previdência e tributária, ao contrário do que muitos acreditavam dentro e fora do país.

O ministro disse aos empresários alemães que vai ganhar uma aposta feita com o presidente do Banco Central da Alemanha, Ernst Welteke, em janeiro, durante o Fórum Econômico Mundial.

"Quando anunciei em Davos que terminaríamos 2003 com estas reformas aprovadas, ele me olhou com grande ceticismo. Desafiei-o para uma aposta, valendo uma caixa de cerveja. Vou ganhar. As propostas já estão no Congresso. A reforma da Previdência deverá estar finalizada em quatro meses e a tributária, até o fim do ano", disse Furlan muito otimista.

Mais agronegócios

O ex-presidente da Sadia cobrou a parte dos países desenvolvidos. "Só podemos continuar nos desenvolvendo também se houver acesso aos mercados", disse o ministro. Ele destacou que as negociações para um acordo de livre comércio entre Mercosul e União Européia avançaram bastante, com boas ofertas da UE.

"No entanto, elas não incluem o setor de agronegócios, aquele que mais interessa aos países do Mercosul", afirmou Furlan, acrescentando que 80% das exportações uruguaias, 50% das argentinas e 40% das brasileiras são de produtos deste setor.

Flexibilização e continuidade

Na Declaração de Frankfurt, divulgada ao fim da conferência, o empresariado alemão "conclama novamente a UE a acelerar as negociações do planejado acordo com os países do Mercosul" e lembra que "para o sucesso das negociações é preciso maior flexibilidade na política agrária européia".

Os alemães afirmam ainda ver a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) como algo positivo, mas que ela não deve levar as empresas alemãs à perda de suas fatias de mercado. No documento, os países latino-americanos se comprometem, por sua vez, a dar continuidade às reformas estruturais, privatizações, desregulamentações, liberalização e democratização.
 

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