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15/05/2003 - 18h53

Número de fraudes em empresas cai mas continua alto, diz KPMG

IVONE PORTES
da Folha Online

O número de fraudes nas empresas brasileiras do setor público e privado diminuiu no ano passado em relação a 2000, mas continua alto.

A segunda edição do estudo da KPMG Forensic sobre fraudes revela que 76% dos entrevistados afirmaram ter sofrido algum tipo de fraude no ano passado. Em 2000, primeira vez que o levantamento foi realizado, o índice era de 81%.

O diretor da KPMG Forensic, Barry Wolfe, avalia que depois do escândalo provocado pela fraude no balanço da gigante norte-americana do setor de energia Enron, houve uma maior conscientização por parte das empresas. Antes disso, segundo ele, era destinada pouca atenção a questões de fraudes.

"As empresas estão tentando aumentar a transparência, com foco na governança corporativa", disse. No entanto, o executivo avalia que ainda há muito para se fazer, pois a ocorrência de fraudes permanece "bastante" elevada. "É preciso aumentar ainda mais a transparência e a eficiência."

A pesquisa revela que as medidas mais adotadas pelas companhias após a descoberta das fraudes são demissão dos envolvidos (65%), investigação pela auditoria interna (40%), registro de queixa criminal (38%) e pedidos de indenização (11%).

Ceticismo

Apesar da redução no número de fraudes em relação a 2000, 64% dos entrevistados acreditam que as fraudes aumentarão no futuro em razão de uma série de questões, como enfraquecimento dos valores da sociedade, falhas no sistema de controle, impunidade e pressões econômicas.

Wolfe considera, porém, que essa percepção pode estar mudando, já que a pesquisa foi realizada no ano passado, em um período conturbado da economia brasileira, devido às incertezas eleitorais.

Para 85% dos empresários, a fraude é ou pode tornar-se um grande problema para a empresa, o que eleva a importância dos controles internos.

As maiores ameaças, para 48% dos entrevistados, são os funcionários, com destaque para o pessoal de suporte. As fraudes que geraram as maiores perdas em 2002 foram falsificação de cheques ou documentos, além de roubo de ativos e contas de despesas.

A pesquisa de 2002 detectou também a fraude eletrônica. No ano passado, cerca de 9% das empresas entrevistadas tiveram problemas de segurança em transações eletrônicas.

A espionagem corporativa é outro fator de preocupação para 66% dos entrevistados. Como prevenção, as estratégias mais utilizadas são restrições ao acesso de informações e às áreas sensíveis da empresa. Para conquistar lealdade, grande parte das companhias adota a ênfase na ética (68%), aumento na transparência das operações (52%) e implementação de programas de satisfação dos funcionários (49%).

O levantamento da KPMG foi feito com cerca de 200 empresas de diversos setores (seguros, serviços, água e energia, bancos, comércio, indústria e outros) com faturamento na faixa de menos de R$ 50 milhões a mais de R$ 5 bilhões.
 

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