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03/06/2003
-
19h10
da Folha de S.Paulo, em Washington
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, qualificou hoje a indústria siderúrgica dos EUA como "velha e obsoleta" e cobrou um ingresso maior de produtos siderúrgicos brasileiros e de outras áreas no mercado norte-americano.
O ministro afirmou que o Brasil se sentiu "discriminado" com a oferta inicial dos EUA para a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e que as negociações estão comprometidas pelo "protecionismo" americano. "Queremos abrir nosso mercado, mas com reciprocidade", disse.
Diante de uma platéia de cerca de 80 empresários e funcionários do Departamento de Comércio dos EUA, o ministro reforçou a estratégia do Brasil de aprofundar o Mercosul e procurou indicar que o país não precisa dos EUA e da Alca para ampliar seu comércio internacional.
"Sabemos exatamente onde [os EUA] estão nos machucando e onde podemos ceder para obter contrapartidas. Depende apenas de honestidade nas negociações", disse.
Segundo Furlan, o Brasil continuará com sua política para fortalecer o Mercosul e buscar mais parceiros comerciais em todo o mundo. "Sabemos que os EUA não estão contentes com a nossa estratégia para a América Latina, mas esse é o nosso desafio", afirmou.
Furlan disse que o Brasil vai usar recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para melhorar a infra-estrutura de transporte na região com o objetivo de facilitar o comércio.
O ministro afirmou que, embora os EUA absorvam 25% das exportações brasileiras, esse percentual tem se mantido estável por conta das restrições americanas _que incluem barreiras não-tarifárias como cotas nos casos do aço e do suco de laranja.
Novas opções
Furlan disse aos americanos que as exportações do Brasil para a China triplicaram nos últimos meses e que cresceram 40% para a Rússia e 150% para a Índia. Ele destacou ainda a recuperação dos negócios com a Argentina. "Estamos buscando outras alternativas", disse.
Nos últimos cinco meses, segundo o ministro, o Brasil aumentou suas exportações em US$ 6 bilhões. Ele deu a entender, no entanto, que o ritmo dos saldos comerciais pode diminuir nos próximos meses.
"Nossa prioridade no segundo semestre será o mercado interno e o crescimento." Furlan afirmou que não vê os EUA como "um mercado só". Segundo ele, a estratégia brasileira deverá se concentrar em negociações regionais, "começando com dez Estados e poucos produtos". Segundo ele, seu ministério deve trazer 642 empresas a mais de 20 eventos nos EUA no segundo semestre em busca de oportunidades.
Ao final do seu discurso, Furlan afirmou que em sua visita ao Brasil há alguns dias o representante comercial dos EUA, Robert Zoellick, levou "uma agenda completa de assuntos convergentes" que devem fazer com que "as negociações [entre Brasil e EUA] fiquem menos difíceis de ir em frente".
As propostas americanas devem ser discutidas pelo Brasil e EUA durante o encontro entre os presidente Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush no próximo dia 20, em Washington.
Para Furlan, siderúrgicas americanas são "velhas e obsoletas"
FERNANDO CANZIANda Folha de S.Paulo, em Washington
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, qualificou hoje a indústria siderúrgica dos EUA como "velha e obsoleta" e cobrou um ingresso maior de produtos siderúrgicos brasileiros e de outras áreas no mercado norte-americano.
O ministro afirmou que o Brasil se sentiu "discriminado" com a oferta inicial dos EUA para a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) e que as negociações estão comprometidas pelo "protecionismo" americano. "Queremos abrir nosso mercado, mas com reciprocidade", disse.
Diante de uma platéia de cerca de 80 empresários e funcionários do Departamento de Comércio dos EUA, o ministro reforçou a estratégia do Brasil de aprofundar o Mercosul e procurou indicar que o país não precisa dos EUA e da Alca para ampliar seu comércio internacional.
"Sabemos exatamente onde [os EUA] estão nos machucando e onde podemos ceder para obter contrapartidas. Depende apenas de honestidade nas negociações", disse.
Segundo Furlan, o Brasil continuará com sua política para fortalecer o Mercosul e buscar mais parceiros comerciais em todo o mundo. "Sabemos que os EUA não estão contentes com a nossa estratégia para a América Latina, mas esse é o nosso desafio", afirmou.
Furlan disse que o Brasil vai usar recursos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para melhorar a infra-estrutura de transporte na região com o objetivo de facilitar o comércio.
O ministro afirmou que, embora os EUA absorvam 25% das exportações brasileiras, esse percentual tem se mantido estável por conta das restrições americanas _que incluem barreiras não-tarifárias como cotas nos casos do aço e do suco de laranja.
Novas opções
Furlan disse aos americanos que as exportações do Brasil para a China triplicaram nos últimos meses e que cresceram 40% para a Rússia e 150% para a Índia. Ele destacou ainda a recuperação dos negócios com a Argentina. "Estamos buscando outras alternativas", disse.
Nos últimos cinco meses, segundo o ministro, o Brasil aumentou suas exportações em US$ 6 bilhões. Ele deu a entender, no entanto, que o ritmo dos saldos comerciais pode diminuir nos próximos meses.
"Nossa prioridade no segundo semestre será o mercado interno e o crescimento." Furlan afirmou que não vê os EUA como "um mercado só". Segundo ele, a estratégia brasileira deverá se concentrar em negociações regionais, "começando com dez Estados e poucos produtos". Segundo ele, seu ministério deve trazer 642 empresas a mais de 20 eventos nos EUA no segundo semestre em busca de oportunidades.
Ao final do seu discurso, Furlan afirmou que em sua visita ao Brasil há alguns dias o representante comercial dos EUA, Robert Zoellick, levou "uma agenda completa de assuntos convergentes" que devem fazer com que "as negociações [entre Brasil e EUA] fiquem menos difíceis de ir em frente".
As propostas americanas devem ser discutidas pelo Brasil e EUA durante o encontro entre os presidente Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush no próximo dia 20, em Washington.
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