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22/06/2003 - 08h43

Com Sars, empresas aéreas revivem 11 de setembro

ADRIANA MATTOS
da Folha de S.Paulo

Agora é fato: as empresas aéreas no mundo mediram o tamanho do tombo que levaram com a histeria em torno da epidemia de Sars (síndrome respiratória aguda grave) e com a guerra no Iraque. Concluíram que a crise atual teve um efeito nas contas similar ao registrado pós-atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

Um exemplo: na United Airlines a taxa média de ocupação das aeronaves, até maio, ficou em 70,2%. O índice é bem próximo ao apurado no primeiro trimestre de 2002 (70%) --período posterior à queda das torres gêmeas-- e inferior à média acumulada em todo o ano passado (72%).

Dados da Iata (Associação Internacional do Transporte Aéreo) revelam em abril --quando existiam 3,4 mil vítimas de Sars-- houve queda de 18% no número de assentos ocupados nas empresas aéreas. Essa retração supera à registrada nos primeiros meses do ano passado, depois do atentado em Nova York e Washington.

Nesse período, até esperava-se uma redução na ocupação de assentos de 20%, em média, nas empresas no mundo. Chegou-se, na prática, a 11%, informa a Continental Airlines em sua página na web. "Pelos números divulgados, a retração atual é igual ou até mais profunda do que a verificada após os atentados", diz Luiz da Gama Mór, vice-presidente da TAP.

A companhia esperava acumular lucro líquido de 12 milhões em 2003, após ficar no zero a zero em 2002, mas informa que será "mais difícil" chegar nesse número dentro do atual cenário.

Ainda na Europa, a Air France teve queda na taxa de ocupação em 2003, em relação ao período pós-atentados. Nas primeira semanas depois da queda das torres gêmeas, o índice médio de ocupação ficou entre 77% e 80%, subiu para 81% no início de 2002 e caiu para 73,5% em abril deste ano.

Problemas estruturais do setor e a necessidade de as empresas fazerem gastos urgentes após o ataque terrorista de 2001 tornou mais crítico o atual cenário. As companhias tiveram de desembolsar mais recursos com segurança dos aviões --a TAP gastou 25 milhões, desde meados do ano passado, só com isso.

Elas ainda amargaram uma série de greves que pipocaram desde janeiro --forçando, portanto, o cancelamento de vôos e queda na venda de bilhetes.
Analistas do setor esclarecem, no entanto, que é difícil saber em que nível essa retração tem como principal causa a epidemia e a guerra. Ou a retração econômica mundial e recente aumento nas tarifas de certas companhias têm peso maior nessa conta.

Na avaliação da United Airlines, em nota recente à imprensa, uma queda tão brusca nas taxas de ocupação das companhias, num período tão curto, não poderia ocorrer apenas por razões de elevação nos preços das passagens.
 

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