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24/06/2003 - 17h11

Estado de São Paulo bate recorde de cheques sem fundos

IVONE PORTES
da Folha Online

De cada 1.000 cheques emitidos no Estado de São Paulo em maio, 53 foram devolvidos por falta de fundos, o que corresponde a um aumento de 15,6% em relação a igual mês de 2002. Os números fazem parte de levantamento da CheckOK, empresa nacional de verificação eletrônica de crédito, que tem como base informações do Banco Central.

Segundo a CheckOK, esse é o pior resultado para um mês de maio da série histórica fornecida pelo Banco Central, que tem início em 1997. Em maio daquele ano, foram devolvidos 15 cheques a cada 1.000 emitidos.

Em números absolutos, houve um aumento de 4,7% no total de cheques recusados por falta de fundos em relação a maio do ano anterior. No mês passado, foram devolvidos 3,955 milhões de cheques.

Em todo o país, o número de cheques devolvidos por falta de fundos subiu 6,9% na comparação com maio do ano passado. Dos 185,3 milhões de documentos emitidos no país no mês passado, 10,6 milhões eram frios.

De cada 1.000 cheques emitidos em maio deste ano no Brasil, 57 tiveram o pagamento negado, 15,4% a mais do que no mesmo período de 2002, quando o total foi de 49 em cada mil compensados.

Em 12 meses, a inadimplência no país aumentou 14,9%. Em maio foram devolvidos quase 1,5 milhão de cheques a mais do que em junho de 2002, de acordo com levantamento da CheckOK.

Alan Marinovic, analista da ABM Consulting, aponta a política monetária adotada pelos governos anterior e atual como responsável direta pelo aumento dos índices de inadimplência.

Segundo ele, os juros elevados retraíram a atividade econômica a ponto de inibir as compras a prazo ou mesmo inviabilizar uma série de investimentos que poderiam ser rentáveis caso o custo do capital fosse menor como, por exemplo, pagar as dívidas.

Outro fator que colabora com o aumento da inadimplência é o elevado recolhimento compulsório que os bancos Brasil devem manter em custódia no Banco Central.

O analista lembra que 60% dos depósitos à vista, 25% das captações por cadernetas de poupança e 15% dos depósitos a prazo são obrigatoriamente mantidos no Banco Central, sem remuneração.

"O governo, ciente da situação e preocupado com o desaquecimento econômico, declarou que tomará medidas para aumentar a oferta do crédito e assim buscar a redução das taxas ao tomador final, podendo com isso reduzir a inadimplência e aumentar o nível de atividade econômica", disse Marinovic.
 

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