Publicidade
Publicidade
25/06/2003
-
07h54
da Folha de S.Paulo
Os R$ 43, em média, depositados por quem abre uma conta popular na CEF (Caixa Econômica Federal) --a "Conta Caixa Aqui", que atraiu 150 mil novos correntistas para o banco desde que foi lançada, há três semanas-- dão a medida do perfil do cliente desse serviço.
É o excluído bancário, que é recusado sistematicamente por instituições financeiras que exigem depósitos iniciais de R$ 100 ou a comprovação de renda de R$ 500 para a abertura de conta.
Em contrapartida, a conta simplificada da CEF, apesar de não dar direito a talão de cheques ao correntista, não pede comprovação de renda, de residência ou depósito inicial.
É a oportunidade que muita gente que sempre passou longe do mundo das facilidades bancárias esperava, como prova a procura atípica pela abertura de contas na agência bancária Borba Gato da CEF, em Santo Amaro (zona sul de São Paulo).
A agência abre por dia de seis a oito contas simplificadas, cuja movimentação máxima permitida é de R$ 3.000 mensais. "A renda média desses correntistas é de três salários mínimos. Das contas correntes 'tradicionais', para as quais exigimos renda mínima de R$ 500, abrimos no máximo duas por dia", informou a gerente Sandra Maria Carrara de Encarnação.
Exigências
"Nunca tive conta em banco. Agora vou poder abrir. Na semana que vem devo depositar R$ 10, pretendo guardar dinheiro para emergência", relatou a dona-de-casa Joscelene de Azevedo, 31, mãe de cinco filhos.
Ela contou que fez várias tentativas de abrir conta em outros bancos, mas considerou "alto" o valor mínimo a ser depositado em alguns deles, de R$ 100.
Quem não tem a estabilidade de uma renda fixa mensal, caso de manicures, pintores ou cabeleireiros, por exemplo, também se beneficia do sistema.
"Em um mês minha renda é baixa, em outro é mais alta. Já consultei oito bancos, mas não consegui abrir conta em nenhum até agora", disse a promotora de eventos Simone Bukchowany, 23.
É a mesma dificuldade encontrada pelo balconista José Maria Simão, 37, e pelo pizzaiolo Gilson Gilberto Neres, 33, que ontem aguardavam na fila na mesma agência.
"Só tenho uma conta no Banco do Brasil para receber benefício do INSS. Agora vou poder movimentar meu dinheiro com um cartão", afirmou Simão.
Sudeste
Até o final deste ano, a CEF estima que 500 mil novas contas simplificadas sejam abertas, um aumento de 12% em relação aos atuais 4,5 milhões de correntistas do banco.
Até agora, a procura maior ocorre no Sudeste do país, onde estão localizados 37,4% dos clientes das contas populares. As regiões Norte e Nordeste têm 33,15%, a Sul, 21,59%, e a Centro-Oeste, 7,84%.
Conta popular atrai "excluído bancário"
MAELI PRADOda Folha de S.Paulo
Os R$ 43, em média, depositados por quem abre uma conta popular na CEF (Caixa Econômica Federal) --a "Conta Caixa Aqui", que atraiu 150 mil novos correntistas para o banco desde que foi lançada, há três semanas-- dão a medida do perfil do cliente desse serviço.
É o excluído bancário, que é recusado sistematicamente por instituições financeiras que exigem depósitos iniciais de R$ 100 ou a comprovação de renda de R$ 500 para a abertura de conta.
Em contrapartida, a conta simplificada da CEF, apesar de não dar direito a talão de cheques ao correntista, não pede comprovação de renda, de residência ou depósito inicial.
É a oportunidade que muita gente que sempre passou longe do mundo das facilidades bancárias esperava, como prova a procura atípica pela abertura de contas na agência bancária Borba Gato da CEF, em Santo Amaro (zona sul de São Paulo).
A agência abre por dia de seis a oito contas simplificadas, cuja movimentação máxima permitida é de R$ 3.000 mensais. "A renda média desses correntistas é de três salários mínimos. Das contas correntes 'tradicionais', para as quais exigimos renda mínima de R$ 500, abrimos no máximo duas por dia", informou a gerente Sandra Maria Carrara de Encarnação.
Exigências
"Nunca tive conta em banco. Agora vou poder abrir. Na semana que vem devo depositar R$ 10, pretendo guardar dinheiro para emergência", relatou a dona-de-casa Joscelene de Azevedo, 31, mãe de cinco filhos.
Ela contou que fez várias tentativas de abrir conta em outros bancos, mas considerou "alto" o valor mínimo a ser depositado em alguns deles, de R$ 100.
Quem não tem a estabilidade de uma renda fixa mensal, caso de manicures, pintores ou cabeleireiros, por exemplo, também se beneficia do sistema.
"Em um mês minha renda é baixa, em outro é mais alta. Já consultei oito bancos, mas não consegui abrir conta em nenhum até agora", disse a promotora de eventos Simone Bukchowany, 23.
É a mesma dificuldade encontrada pelo balconista José Maria Simão, 37, e pelo pizzaiolo Gilson Gilberto Neres, 33, que ontem aguardavam na fila na mesma agência.
"Só tenho uma conta no Banco do Brasil para receber benefício do INSS. Agora vou poder movimentar meu dinheiro com um cartão", afirmou Simão.
Sudeste
Até o final deste ano, a CEF estima que 500 mil novas contas simplificadas sejam abertas, um aumento de 12% em relação aos atuais 4,5 milhões de correntistas do banco.
Até agora, a procura maior ocorre no Sudeste do país, onde estão localizados 37,4% dos clientes das contas populares. As regiões Norte e Nordeste têm 33,15%, a Sul, 21,59%, e a Centro-Oeste, 7,84%.
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
- Por que empresa proíbe caminhões de virar à esquerda - e economiza milhões
- Megarricos buscam refúgio na Nova Zelândia contra colapso capitalista
- Com 12 suítes e 5 bares, casa mais cara à venda nos EUA custa US$ 250 mi
- Produção industrial só cresceu no Pará em 2016, diz IBGE
+ Comentadas
- Programa vai reduzir tempo gasto para pagar impostos, diz Meirelles
- Ministério Público pede bloqueio de R$ 3,8 bi de dono de frigorífico JBS
+ EnviadasÍndice