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25/06/2003
-
15h16
da Folha Online
O Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, decidiu hoje reduzir os juros básicos norte-americanos para 1% ao ano. A taxa chegou ao nível mais baixo desde 1958.
É a 13ª vez desde janeiro de 2001 que o Fed reduz as taxas de juros do país. Em janeiro de 2001, a taxa era de 6,5% e passou para 6%.
Com a redução dos juros, o governo americano espera uma retomada do crescimento da economia na expectativa de incentivar a produção e reduzir a taxa de desemprego de 6,1%, que atinge 8,8 milhões de trabalhadores americanos.
Por 11 votos a um, a decisão foi pelo corte de 0,25 ponto e não 0,50, como queriam alguns analistas.
A taxa de juros mais baixa é a principal arma para impedir o risco de deflação _ quando os preços caem como resultado da baixa atividade econômica.
A estimativa é que a inflação nos Estados Unidos encerre o ano entre zero e 1%. Nesse nível, as empresas não têm condições de reajustar os preços de seus produtos para garantir o faturamento. Com menos dinheiro, o setor corporativo é obrigado a cortar custos e investimentos elevando ainda mais o desemprego e reduzindo o consumo.
O próprio Greenspan reconheceu, em seu último depoimento no Congresso americano, em 21 de maio deste ano, que os indicadores econômicos do país eram desapontadores.
Se, por um lado, os juros incentivam a produção, eles também podem reduzir os ganhos dos bancos e financeiras _ que aplicam muito nas Bolsas.
Embora Greenspan e seus colegas afirmem que a chance de encerrar o ano com deflação é remota, economistas dizem que essa possibilidade ainda não pode ser totalmente descartada.
Se a deflação se confirmar, os Estados Unidos podem entrar na pior crise já registrada desde a Grande Depressão.
Outro medo é a crescente desvalorização do dólar perante o euro. A moela americana já perdeu 20% do valor em relação ao euro no último ano.
O dólar fragilizado ajuda nas exportações dos produtos americanos mas torna os investimentos locais menos interessantes.
Mesmo com os riscos, alguns dos principais analistas afirmaram que já se esperava um corte nos juros. Alguns apostaram em 0,25 ponto percentual e outros queriam uma redução de 0,50.
O economista do JP Morgan Securities, James Glassman, disse que o Banco Central americano reduziu em 0,25 ponto para balancear a retomada da economia com o receio de transparecer que a deflação pode se tornar real.
Amy Crews, economista da empresa Freddie Mac, disse que o Fed está mostrando exatamente o que quer fazer. "Está agindo de forma prudente para não ter que voltar atrás depois", disse.
Segundo o economista sênior do Banc One Capital Markets, Anthony Karydakis, a decisão não foi uma surpresa. "O Fed deixou a porta aberta para tomar uma futura atitude contra o risco de deflação", afirmou.
O economista sênior do Wells Capital Management, Gary Schlossberg, esperava um corte mais agressivo. Para ele, a retomada não deve ser explosiva com esse corte. "O próprio Fed reconhece isso", afirmou.
O próximo encontro do Fed para avaliar a taxa americana acontece em agosto.
Leia mais
Confira a trajetória dos juros norte-americanos desde 2001
ONU adverte sobre os riscos da desvalorização prolongada do dólar
Fed reduz os juros nos EUA para 1%, o mais baixo desde 1958
ROSE SASSARÃOda Folha Online
O Federal Reserve, o Banco Central dos EUA, decidiu hoje reduzir os juros básicos norte-americanos para 1% ao ano. A taxa chegou ao nível mais baixo desde 1958.
É a 13ª vez desde janeiro de 2001 que o Fed reduz as taxas de juros do país. Em janeiro de 2001, a taxa era de 6,5% e passou para 6%.
Com a redução dos juros, o governo americano espera uma retomada do crescimento da economia na expectativa de incentivar a produção e reduzir a taxa de desemprego de 6,1%, que atinge 8,8 milhões de trabalhadores americanos.
Por 11 votos a um, a decisão foi pelo corte de 0,25 ponto e não 0,50, como queriam alguns analistas.
A taxa de juros mais baixa é a principal arma para impedir o risco de deflação _ quando os preços caem como resultado da baixa atividade econômica.
A estimativa é que a inflação nos Estados Unidos encerre o ano entre zero e 1%. Nesse nível, as empresas não têm condições de reajustar os preços de seus produtos para garantir o faturamento. Com menos dinheiro, o setor corporativo é obrigado a cortar custos e investimentos elevando ainda mais o desemprego e reduzindo o consumo.
O próprio Greenspan reconheceu, em seu último depoimento no Congresso americano, em 21 de maio deste ano, que os indicadores econômicos do país eram desapontadores.
Se, por um lado, os juros incentivam a produção, eles também podem reduzir os ganhos dos bancos e financeiras _ que aplicam muito nas Bolsas.
Embora Greenspan e seus colegas afirmem que a chance de encerrar o ano com deflação é remota, economistas dizem que essa possibilidade ainda não pode ser totalmente descartada.
Se a deflação se confirmar, os Estados Unidos podem entrar na pior crise já registrada desde a Grande Depressão.
Outro medo é a crescente desvalorização do dólar perante o euro. A moela americana já perdeu 20% do valor em relação ao euro no último ano.
O dólar fragilizado ajuda nas exportações dos produtos americanos mas torna os investimentos locais menos interessantes.
Mesmo com os riscos, alguns dos principais analistas afirmaram que já se esperava um corte nos juros. Alguns apostaram em 0,25 ponto percentual e outros queriam uma redução de 0,50.
O economista do JP Morgan Securities, James Glassman, disse que o Banco Central americano reduziu em 0,25 ponto para balancear a retomada da economia com o receio de transparecer que a deflação pode se tornar real.
Amy Crews, economista da empresa Freddie Mac, disse que o Fed está mostrando exatamente o que quer fazer. "Está agindo de forma prudente para não ter que voltar atrás depois", disse.
Segundo o economista sênior do Banc One Capital Markets, Anthony Karydakis, a decisão não foi uma surpresa. "O Fed deixou a porta aberta para tomar uma futura atitude contra o risco de deflação", afirmou.
O economista sênior do Wells Capital Management, Gary Schlossberg, esperava um corte mais agressivo. Para ele, a retomada não deve ser explosiva com esse corte. "O próprio Fed reconhece isso", afirmou.
O próximo encontro do Fed para avaliar a taxa americana acontece em agosto.
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