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03/07/2003
-
20h07
da Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
A brasileira Petrobras também está na lista das empresas que pedem reajuste das tarifas dos serviços públicos argentinos, entre eles o gás, área em que atua a estatal.
Os preços estão congelados desde o fim da paridade cambial entre peso e dólar, em janeiro de 2002. Na época, o governo temia que a desvalorização cambial provocasse uma hiperinflação. Por isso, optou pelo congelamento, que atingiu também as tarifas de telefonia, energia elétrica e água.
O diretor-geral da Petrobras Energia, nome de atuação da estatal brasileira na Argentina, Alberto Guimarães, afirmou, em palestra para técnicos do setor em Buenos Aires, que o reajuste das tarifas é uma das variáveis que vai pesar na decisão de fazer ou não novos investimentos no país.
"Para os estudos que estamos fazendo, não é necessário um reajuste das tarifas. Mas, para investir dinheiro novo, sim. Necessitamos de sinais positivos do governo", disse Guimarães ao jornal "La Nación". "Entendo que se trata de uma situação complexa e que o governo precisa ter o seu tempo, mas o gás, como o petróleo e a nafta, é commodity [que tem preço cotado no mercado internacional]. Não esperamos soluções em 24 horas, mas é preciso começar uma negociação."
Em outubro de 2002, a Petrobras comprou por US$ 1,2 bilhão a Perez Companc, empresa com forte atuação nos setores de petróleo e gás no país vizinho. A operação só foi concluída em abril deste ano. A aquisição ajudou a ampliar em 7% a produção desses produtos pela Petrobras em maio.
Analistas do setor de petróleo e gás estimam que a defasagem no preço do gás na Argentina em relação ao praticado no mercado internacional supere os 60%. O reajuste que as empresas do setor pedem, ainda segundo esses analistas, é a metade, cerca de 30%.
Em recentes declarações, o presidente argentino, Néstor Kirchner, afirmou que pretende autorizar um reajuste das tarifas, mas que o percentual terá de ser negociado. "Quem ganhou muito no passado vai ter de abrir mão agora e entender que a população não tem condições de pagar um aumento como o que se pede", disse.
Hoje, a matriz espanhola da Telefónica deu início a um processo judicial contra a Argentina para pressionar o governo a reajustar as tarifas de telefonia. A empresa se somou a outras 15 companhias estrangeiras que atuam nos setores de gás, energia, telefonia e água que pedem o fim do congelamento dos preços.
Petrobras pede reajuste de preço na Argentina
ELAINE COTTAda Folha de S.Paulo, em Buenos Aires
A brasileira Petrobras também está na lista das empresas que pedem reajuste das tarifas dos serviços públicos argentinos, entre eles o gás, área em que atua a estatal.
Os preços estão congelados desde o fim da paridade cambial entre peso e dólar, em janeiro de 2002. Na época, o governo temia que a desvalorização cambial provocasse uma hiperinflação. Por isso, optou pelo congelamento, que atingiu também as tarifas de telefonia, energia elétrica e água.
O diretor-geral da Petrobras Energia, nome de atuação da estatal brasileira na Argentina, Alberto Guimarães, afirmou, em palestra para técnicos do setor em Buenos Aires, que o reajuste das tarifas é uma das variáveis que vai pesar na decisão de fazer ou não novos investimentos no país.
"Para os estudos que estamos fazendo, não é necessário um reajuste das tarifas. Mas, para investir dinheiro novo, sim. Necessitamos de sinais positivos do governo", disse Guimarães ao jornal "La Nación". "Entendo que se trata de uma situação complexa e que o governo precisa ter o seu tempo, mas o gás, como o petróleo e a nafta, é commodity [que tem preço cotado no mercado internacional]. Não esperamos soluções em 24 horas, mas é preciso começar uma negociação."
Em outubro de 2002, a Petrobras comprou por US$ 1,2 bilhão a Perez Companc, empresa com forte atuação nos setores de petróleo e gás no país vizinho. A operação só foi concluída em abril deste ano. A aquisição ajudou a ampliar em 7% a produção desses produtos pela Petrobras em maio.
Analistas do setor de petróleo e gás estimam que a defasagem no preço do gás na Argentina em relação ao praticado no mercado internacional supere os 60%. O reajuste que as empresas do setor pedem, ainda segundo esses analistas, é a metade, cerca de 30%.
Em recentes declarações, o presidente argentino, Néstor Kirchner, afirmou que pretende autorizar um reajuste das tarifas, mas que o percentual terá de ser negociado. "Quem ganhou muito no passado vai ter de abrir mão agora e entender que a população não tem condições de pagar um aumento como o que se pede", disse.
Hoje, a matriz espanhola da Telefónica deu início a um processo judicial contra a Argentina para pressionar o governo a reajustar as tarifas de telefonia. A empresa se somou a outras 15 companhias estrangeiras que atuam nos setores de gás, energia, telefonia e água que pedem o fim do congelamento dos preços.
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