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14/07/2003
-
19h42
RAFAEL CARIELLO
enviados da Folha de S.Paulo a Recife
O presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, anunciou hoje em Recife, após participar da 55ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), um reajuste nas tarifas de energia nuclear que, segundo ele, será o primeiro passo para que se retome o projeto de construção da usina nuclear Angra 3.
O reajuste, publicado no "Diário Oficial" da União, foi determinado pelo Conselho Nacional de Política Energética. Com isso, o valor do MWh da energia vendida pela Eletronuclear (que administra as usinas Angra 1 e Angra 2) passará de R$ 63 para R$ 80. Segundo Pinguelli, o custo desse aumento para o consumidor será de 0,3% e apenas nas regiões Sul e Sudeste.
Pinguelli afirmou que a Eletronuclear tinha prejuízos médios diários de R$ 1 milhão com a venda de sua energia com preços defasados. "Não há nenhum projeto para iniciar a construção de Angra 3 neste ano e não estamos dizendo aqui que a usina será feita, mas o primeiro passo foi dado hoje [ontem], ao resolvermos o problema de custeio da empresa. Uma empresa que trabalha abaixo do custo não pode tomar iniciativas como Angra 3", afirmou.
Ele disse ainda que o custo de construção de Angra 3 seria de US$ 1,7 bilhão nos próximos cinco anos e que, como a produção de energia nuclear é um monopólio da União, o governo federal não teria condições de arcar com esse custo.
O presidente da Eletrobrás afirmou, no entanto, que a empresa estuda criar uma espécie de empresa-espelho da Eletronuclear, que participaria do investimento para a construção e venderia a energia produzida pela estatal na nova usina. "A empresa seria dona da energia de Angra 3, mas não do reator", disse.
Pinguelli anunciou que a Eletronuclear fará uma licitação no valor de US$ 100 milhões para a troca dos geradores de vapor da usina Angra 1. Ele afirmou que pretende destinar parte desse valor para a indústria nacional.
A Eletrobrás aproveitou a reunião da SBPC para anunciar também que negociou com a Petrobras uma redução de 10% no preço do óleo diesel que a estatal de petróleo brasileiro vende para a Eletrobrás com o objetivo de produzir energia. Segundo Pinguelli, foi montada uma comissão para estudar nos próximos 15 dias a viabilidade de ampliar a redução.
Também foi anunciado que a Eletrobrás investirá R$ 8 milhões num projeto de viabilização da produção do biodiesel nas regiões Norte e Nordeste. O biodiesel é um óleo que pode ser extraído do abacate, da soja ou da mamona e utilizado na produção de energia. Ele é menos poluente do que o óleo diesel.
Eletrobrás reajusta energia nuclear e acena com Angra 3
ANTÔNIO GOISRAFAEL CARIELLO
enviados da Folha de S.Paulo a Recife
O presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa, anunciou hoje em Recife, após participar da 55ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), um reajuste nas tarifas de energia nuclear que, segundo ele, será o primeiro passo para que se retome o projeto de construção da usina nuclear Angra 3.
O reajuste, publicado no "Diário Oficial" da União, foi determinado pelo Conselho Nacional de Política Energética. Com isso, o valor do MWh da energia vendida pela Eletronuclear (que administra as usinas Angra 1 e Angra 2) passará de R$ 63 para R$ 80. Segundo Pinguelli, o custo desse aumento para o consumidor será de 0,3% e apenas nas regiões Sul e Sudeste.
Pinguelli afirmou que a Eletronuclear tinha prejuízos médios diários de R$ 1 milhão com a venda de sua energia com preços defasados. "Não há nenhum projeto para iniciar a construção de Angra 3 neste ano e não estamos dizendo aqui que a usina será feita, mas o primeiro passo foi dado hoje [ontem], ao resolvermos o problema de custeio da empresa. Uma empresa que trabalha abaixo do custo não pode tomar iniciativas como Angra 3", afirmou.
Ele disse ainda que o custo de construção de Angra 3 seria de US$ 1,7 bilhão nos próximos cinco anos e que, como a produção de energia nuclear é um monopólio da União, o governo federal não teria condições de arcar com esse custo.
O presidente da Eletrobrás afirmou, no entanto, que a empresa estuda criar uma espécie de empresa-espelho da Eletronuclear, que participaria do investimento para a construção e venderia a energia produzida pela estatal na nova usina. "A empresa seria dona da energia de Angra 3, mas não do reator", disse.
Pinguelli anunciou que a Eletronuclear fará uma licitação no valor de US$ 100 milhões para a troca dos geradores de vapor da usina Angra 1. Ele afirmou que pretende destinar parte desse valor para a indústria nacional.
A Eletrobrás aproveitou a reunião da SBPC para anunciar também que negociou com a Petrobras uma redução de 10% no preço do óleo diesel que a estatal de petróleo brasileiro vende para a Eletrobrás com o objetivo de produzir energia. Segundo Pinguelli, foi montada uma comissão para estudar nos próximos 15 dias a viabilidade de ampliar a redução.
Também foi anunciado que a Eletrobrás investirá R$ 8 milhões num projeto de viabilização da produção do biodiesel nas regiões Norte e Nordeste. O biodiesel é um óleo que pode ser extraído do abacate, da soja ou da mamona e utilizado na produção de energia. Ele é menos poluente do que o óleo diesel.
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