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18/07/2003 - 08h19

Lula retoma discussões sobre investimentos em infra-estrutura

da Folha de S.Paulo, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou as discussões com sua equipe sobre os investimentos do governo para os próximos anos. Durante mais de quatro horas, Lula ouviu de assessores relato sobre os programas que estão em andamento e as previsões do que deverá ser feito até 2007.

Após a reunião, o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda) afirmou que o crescimento econômico não se resolve imediatamente e que haverá uma reunião extraordinária do CMN (Conselho Monetário Nacional) na próxima semana para regulamentar algumas medidas para incentivar o microcrédito anunciadas em junho.

Após explicar que o governo quer reduzir o custo dos empréstimos bancários, ele afirmou que o processo de retomada do crescimento "não se resolve da noite para o dia" e que é "preciso ter consciência de que saímos de um processo de crise fiscal muito grande".

Palocci disse que outros países que passaram pela mesma situação tiveram queda de 10% e até 20% no PIB (Produto Interno Bruto) e que, apesar da melhora nas contas do país, a economia brasileira não está crescendo muito porque estamos saindo de uma crise.

Na reunião do CMN, o governo deve definir detalhes para que os bancos possam oferecer linhas de crédito para microempresários e pequenos poupadores. No mês passado, o governo definiu que os bancos devem destinar 2% dos seus depósitos à vista (na conta corrente) para empréstimos à população de baixa renda.

Na reunião, com participação do vice-presidente, José Alencar, 12 ministros e os presidentes dos principais bancos federais e dos três maiores fundos de pensão patrocinados por estatais, foi apresentada as prioridades dos ministros que têm programas voltados para a área de infra-estrutura e o que deverá ser incluído no PPA (Programa Plurianual) para o período 2004/2007, que será enviado ao Congresso Nacional em agosto.

Nova reunião sobre o programa deverá acontecer daqui a 15 dias.

O presidente do BNDES, Carlos Lessa, apresentaria um estudo com os principais projetos que o setor público deve financiar na área de infra-estrutura. São cerca de cem obras com investimentos de R$ 400 bilhões.

Participaram da reunião no Palácio do Planalto, entre outros, os ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda), José Dirceu (Casa Civil), Luiz Dulci (Secretária Geral da Presidência), Luiz Gushiken (Comunicação de Governo), Dilma Rousseff (Minas e Energia), Guido Mantega (Planejamento), Ciro Gomes (Integração Nacional) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento).

Aumento dos investimentos

À tarde, ao divulgar um documento do Ministério da Fazenda, o secretário de Política Econômica, Marcos Lisboa, afirmou que o crescimento econômico sustentado depende do aumento substancial dos investimentos. Segundo ele, o país terá até o final do ano apenas a retomada no nível de atividade econômica.

"Crescimento de longo prazo é um processo mais lento. Mexe com toda a discussão que o governo tem tido sobre a retomada de investimentos de infra-estrutura e, dada a restrição fiscal, sobre novas formas de parceria entre o setor público e o privado", afirmou.

Segundo Lisboa, há duas décadas o nível de investimentos no Brasil é baixo --cerca de 20% do PIB (total de riquezas produzidas pelo país)-- perto da necessidade de expansão da economia. "O crescimento sustentável requer a mudança de patamar da taxa de investimento para 24% do PIB", disse ele.

Ele acha que até o final do mandato de Lula será possível alcançar esse índice, que é verificado nas economias emergentes que conseguem taxas de crescimento substanciais.

Lisboa fez questão de diferenciar crescimento econômico de recuperação da atividade econômica. "Recuperação de consumo e recomposição de estoques, você recupera. Crescimento é outra coisa, é mais que isso, é expandir a capacidade de oferta da economia", afirmou.
 

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