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22/07/2003 - 21h18

General Motors demite 450 na fábrica de São José dos Campos

ELIANE MENDONÇA
CLAUDIA ROLLI

da Folha de S.Paulo, em São José dos Campos e SP

A GM (General Motors) demitiu hoje 450 funcionários da unidade de São José dos Campos. Os empregados dispensados receberam da empresa dois papéis que davam duas opções: aderir ao PDV (Plano de Demissões Voluntárias) ou assinar sua rescisão contratual.

Agora à noite, a empresa informou que reabriu negociações com os trabalhadores, a pedido do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (ligado ao PSTU), e suspendeu o processo de demissão.

"A meta era demitir 600 funcionários, mas, durante o processo de dispensas, o sindicato pediu para retomarmos as negociações. Interrompemos as demissões, e amanhã haverá nova reunião", disse o vice-presidente da GM, José Carlos Pinheiro Neto.

A proposta da GM para suspender as demissões na fábrica é a adoção do sistema de "lay-off" _suspensão do contrato de trabalho por até seis meses, mediante pagamento de 80% dos salários. "O 'lay-off' evita o mal maior. Por esse sistema, pagamos 80% do salário ao funcionário. O restante vem do governo", explicou Pinheiro Neto.

Os 20% restantes, de acordo com a legislação que permitiu as empresas a adotarem o "lay-off", vem dos recursos do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). Essa verba permite ao sindicato fazer cursos de requalificação profissional. O salário médio na fábrica, segundo o sindicato, é de R$ 1.400. No total, a GM emprega 8.500 em São José.

Pinheiro Neto informou que desde segunda-feira 150 dos 9.000 funcionários da GM de São Caetano aderiram ao "lay-off". "Adotamos esse mecanismo por duas vezes no ABC. Na primeira vez, houve um afastamento de três meses. Na segunda, por quatro meses. Encerrados esses períodos, os funcionários retornaram às suas atividades", disse.

Em São José, os metalúrgicos não queriam negociar nem banco de horas nem "lay-off" na empresa. "Nossa proposta é licença remunerada sem redução de salários", disse Luiz Carlos Prates, o Mancha, presidente do sindicato.

A empresa já tinha informado ao sindicato, na semana passada, que tinha um excedente de funcionários na unidade e que, caso não conseguisse 600 adesões ao PDV iria demitir.

A alegação da empresa é a urgência na reestruturação do quadro de funcionários da montadora no país.

As demissões foram informadas aos funcionários por meio de uma nota fixada no quadro de avisos da empresa, a qual dizia que a medida era necessária porque a empresa não tinha chegado a um acordo com o sindicato dos metalúrgicos. No entanto, os funcionários só souberam quem estava na lista dos demitidos no final do expediente.

"A empresa queria incluir uma cláusula que permitia demissões, caso, no decorrer do período, a crise se agravasse. Não aceitamos essa condição", disse Prates. Segundo ele, a empresa demitiu os funcionários para coagir o sindicato e mandar a mensagem de que não está para brincadeira.
 

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