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27/07/2003 - 21h12

Dona da Embratel é alvo de nova suspeita de fraude nos EUA

da Folha de S. Paulo

A MCI, segunda maior companhia de telefonia de longa distância dos EUA e controladora da Embratel, está sendo investigada pelo governo americano por suspeita de fraudar, durante uma década, outras empresas do setor.

As fraudes teriam causado um prejuízo estimado em US$ 1 bilhão a outras companhias, revelou o "New York Times".

Segundo a investigação do governo americano, as fraudes consistiriam em registrar chamadas de longa distância como chamadas locais.

Com isso, a companhia teria evitado o pagamento de tarifas de acesso especial às companhias locais.

A nova investigação ocorre um ano depois da revelação de que a WorldCom, fundida à MCI em 1999, cometeu fraudes contábeis de cerca de US$ 11 bilhões.

Depois das fraudes contábeis, a WorldCom entrou em processo de concordata e mudou seu nome para MCI, numa tentativa desesperada de restabelecer sua imagem entre investidores.

Entre 2001 e 2002, outros escândalos contábeis, como os da Enron, da Qwest, da Xerox e da Adelphia, destruíram a credibilidade de companhias norte-americanas.

A nova investigação contra a MCI, que abrange os EUA e o Canadá, é baseada em documentos internos e informações de ex-executivos da MCI e de três outras companhias de telefonia: AT&T, SBC Communications e Verizon.

As pessoas envolvidas no caso, segundo a reportagem do jornal, apontaram evidências técnicas significativas que mostrariam que a MCI continua praticando a mesma irregularidade para evitar as tarifas de acesso.

Essas tarifas são a maior fonte de custos da MCI para realizar chamadas e transmitir dados.

A MCI recebeu uma intimação na semana passada para apresentar documentos e outros materiais que possam ajudar nas investigações.

Em resposta aos investigadores e à matéria do "Times", a MCI disse que os argumentos foram articulados por rivais. No entanto, admitiu estar fazendo sua própria investigação interna para determinar se houve o uso de tais procedimentos para evitar tarifas.

Comunicado divulgado pela MCI no final de semana diz: "os encargos de acesso entre operadoras locais e de longa distância existem há décadas e são rotina na indústria. Como sempre, tomamos as investigações da procuradoria-geral muito seriamente e vamos cooperar plenamente com qualquer averiguação".

O porta-voz do Departamento de Justiça americano, Jorge Martinez, não quis falar sobre a reportagem, afirmando apenas que não confirmava nem desmentia as informações.

Segundo o jornal, o departamento tem evidências de que a MCI pode, na prática, ter "lavado" o custo das chamadas por meio de pequenas companhias. Ou redirecionado chamadas domésticas através do Canadá, para evitar o pagamento de taxas de acesso ou a obrigação de trocá-las com operadores de longa distância de concorrentes.

Advogados ligados às investigações disseram que a MCI pode ter desviado 40% a 50% de todas as chamadas para reduzir o pagamento de tarifas.

A nova investigação deve causar impacto no processo de concordata da MCI, programado para durar até outubro. Os concorrentes da companhia dizem que a MCI deve ser liquidada e seus ativos -entre eles o controle da Embratel-, vendidos para pagar credores. Já os executivos da MCI se esforçam para convencer os credores a manter a companhia intacta depois da concordata.
 

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