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12/08/2003 - 10h30

Setor aéreo dá sinais de retomada

LÁSZLÓ VARGA
da Folha de S. Paulo

O setor de aviação começa a mostrar sinais de uma leve melhora, apesar da situação crítica que enfrenta. A taxa de ocupação média geral dos assentos nos vôos das empresas aumentou de 64% para 67% em julho em relação ao mesmo mês de 2002.

A determinação do governo para que as empresas reduzam o número de vôos contribuiu com o desempenho. A Gol e a Vasp, porém, não seguiram a orientação e registraram queda na ocupação.

Os sinais de melhora são baseados em dados do DAC (Departamento de Aviação Civil). A TAM aumentou de 58% para 65% a taxa de ocupação. A Varig passou de 68% para 70%.

As duas companhias fizeram cortes no número de aviões. Ou seja, reduziram os vôos, diminuíram suas frequências e, em consequência, elevaram o número de assentos ocupados.

Consumidor

Para Rodolpho Gerstner, vice-presidente da Braztoa (associação das operadoras), a reengenharia atinge o consumidor, pois com menos vôos há menos descontos nos preços das passagens. "Mas a reestruturação é necessária para garantir o equilíbrio financeiro das companhias", diz Gerstner.

O Ministério da Defesa confirmou ontem que tem estimulado as companhias aéreas a reduzir seu número de vôos, mas que acompanha o setor para evitar abusos de preços.

A Varig e a TAM afirmam que o aumento da taxa de ocupação foi consequência de decisões internas. As medidas para o aumento, no entanto, seguem à risca a política do governo, estabelecida em 14 de março pela Aeronáutica.

A portaria 243, de 14 de março deste ano, diz que o DAC deve estimular as companhias aéreas a desenvolver planos de racionalização de linhas. Limita também a importação de aviões à real comprovação de necessidade.

A Varig e a TAM seguiram à risca essas determinações. A Varig reduziu de 134 para 104 o número de aviões nos últimos 12 meses. A TAM diminuiu de 91 para 83.

As duas empresas, que preparam um acordo de fusão, trabalham desde março com um acordo de compartilhamento de vôos. Eliminaram vôos em horários próximos. A Varig afirma que a integração da malha aérea da empresa com a Rio-Sul e Nordeste, companhias coligadas, também permitiu o aumento da ocupação.

A Gol e a Vasp optaram, no entanto, por não seguir as recomendações do governo. A frota da Gol aumentou de 19 aviões em dezembro para os atuais 22 Boeing. Deixou de encomendar três Boeing. "A queda no número de ocupação de assentos em julho se deve à retração da economia. Em agosto, vamos voltar a crescer", afirma Constantino Júnior, presidente da Gol.

Constantino afirmou, no entanto, que a expansão do mercado de aviação depende atualmente da conclusão do processo de fusão da Varig com a TAM.

"Vai estar tudo parado até lá", disse o empresário. Constantino disse que possíveis planos de expansão de rotas da Gol estão suspensos até a união daquelas duas companhias. Em março, o DAC suspendeu uma rota da Gol que ligava São Paulo a Londrina (PR).

A Vasp afirmou que manteve sua frota de 32 aviões (a maioria da própria companhia) porque tem trabalhado em nichos de mercado, como venda de passagens para empresas.

"A Vasp está determinada a atuar em sintonia fina com seu público usuário, de modo que nem o passageiro nem a empresa sejam prejudicados", disse Wagner Canhedo, presidente da companhia.
 

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