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15/08/2003
-
08h43
da Folha de S. Paulo
CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical, as duas principais centrais sindicais do país, decidiram unificar as campanhas salariais das categorias profissionais com data-base no segundo semestre deste ano. Desde 2000, as duas centrais não realizavam campanhas em conjunto.
O objetivo é pressionar os empresários a conceder reajustes salariais que possam compensar a perda do poder aquisitivo dos trabalhadores, além de buscar a implementação do contrato coletivo nacional, antiga reivindicação do movimento sindical.
As duas centrais juntas dizem representar 38 milhões de pessoas no Brasil. Mais de 5 milhões de trabalhadores --como metalúrgicos, químicos, bancários, petroleiros, têxteis, empregados do setor de alimentação, entre outros-- devem participar dessa campanha nacional. Do total, 3,7 milhões estão concentrados no Estado de São Paulo.
Além de buscar unidade em suas campanhas salariais, o presidente da CUT, Luiz Marinho, e o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, vão discutir na próxima semana a unificação das bancadas de negociação dos trabalhadores --o que historicamente nunca ocorreu.
"Mesmo antes da formação das duas centrais, as negociações com o setores patronais foram feitas à parte. No caso dos metalúrgicos, por exemplo, o sindicato de São Paulo negociava com os empresários sua pauta. E o sindicato de São Bernardo, que era liderado pelo presidente Lula, fazia outra negociação com o setor patronal", afirmou o presidente da Força.
"As diferenças políticas e ideológicas têm de ser colocadas de lado na hora de discutir os direitos dos trabalhadores. O movimento sindical precisa aprender a trabalhar em conjunto se quer mesmo o contrato coletivo para garantir direitos a todos os trabalhadores do país", disse Marinho.
Paulinho é pré-candidato declarado à sucessão de Marta Suplicy (PT) na Prefeitura de São Paulo, no ano que vem. Marinho representa a ala da CUT mais afinada com o governo Lula.
Discussões
Com o contrato coletivo nacional, as centrais querem discutir redução da jornada de trabalho e piso salarial unificado para as categorias profissionais.
As centrais informaram que as categorias que já estavam em campanha --caso dos bancários da CUT, cuja data-base é 1º de setembro-- devem manter seus calendários de protestos e de negociação. A CUT, por exemplo, quer reunir hoje, em ato em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), cerca de 5.000 trabalhadores dos setores público e privado para marcar oficialmente a campanha salarial de 38 categorias profissionais. A manifestação estava prevista havia cerca de 15 dias.
Para José Silvestre Prado de Oliveira, economista e técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), a estratégia da unificação pode compensar os resultados negativos que os trabalhadores têm obtido nas negociações salariais, mas não será suficiente para recuperar a renda dos trabalhadores. Em queda há seis meses consecutivos, os rendimentos caíram 13,4% na comparação entre junho deste ano e igual mês de 2002, segundo pesquisa do IBGE em seis regiões metropolitanas do país. Só nos seis meses do governo Lula (entre janeiro e junho deste ano), o recuo chega a 3,8%.
"Com a subida da inflação no final de 2002, o desemprego em alta e o crescimento nulo da economia, as negociações salariais foram e são muito desfavoráveis para os trabalhadores", disse o técnico do Dieese.
CUT e Força farão campanha unificada
CLAUDIA ROLLIda Folha de S. Paulo
CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Força Sindical, as duas principais centrais sindicais do país, decidiram unificar as campanhas salariais das categorias profissionais com data-base no segundo semestre deste ano. Desde 2000, as duas centrais não realizavam campanhas em conjunto.
O objetivo é pressionar os empresários a conceder reajustes salariais que possam compensar a perda do poder aquisitivo dos trabalhadores, além de buscar a implementação do contrato coletivo nacional, antiga reivindicação do movimento sindical.
As duas centrais juntas dizem representar 38 milhões de pessoas no Brasil. Mais de 5 milhões de trabalhadores --como metalúrgicos, químicos, bancários, petroleiros, têxteis, empregados do setor de alimentação, entre outros-- devem participar dessa campanha nacional. Do total, 3,7 milhões estão concentrados no Estado de São Paulo.
Além de buscar unidade em suas campanhas salariais, o presidente da CUT, Luiz Marinho, e o presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, vão discutir na próxima semana a unificação das bancadas de negociação dos trabalhadores --o que historicamente nunca ocorreu.
"Mesmo antes da formação das duas centrais, as negociações com o setores patronais foram feitas à parte. No caso dos metalúrgicos, por exemplo, o sindicato de São Paulo negociava com os empresários sua pauta. E o sindicato de São Bernardo, que era liderado pelo presidente Lula, fazia outra negociação com o setor patronal", afirmou o presidente da Força.
"As diferenças políticas e ideológicas têm de ser colocadas de lado na hora de discutir os direitos dos trabalhadores. O movimento sindical precisa aprender a trabalhar em conjunto se quer mesmo o contrato coletivo para garantir direitos a todos os trabalhadores do país", disse Marinho.
Paulinho é pré-candidato declarado à sucessão de Marta Suplicy (PT) na Prefeitura de São Paulo, no ano que vem. Marinho representa a ala da CUT mais afinada com o governo Lula.
Discussões
Com o contrato coletivo nacional, as centrais querem discutir redução da jornada de trabalho e piso salarial unificado para as categorias profissionais.
As centrais informaram que as categorias que já estavam em campanha --caso dos bancários da CUT, cuja data-base é 1º de setembro-- devem manter seus calendários de protestos e de negociação. A CUT, por exemplo, quer reunir hoje, em ato em frente à Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), cerca de 5.000 trabalhadores dos setores público e privado para marcar oficialmente a campanha salarial de 38 categorias profissionais. A manifestação estava prevista havia cerca de 15 dias.
Para José Silvestre Prado de Oliveira, economista e técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), a estratégia da unificação pode compensar os resultados negativos que os trabalhadores têm obtido nas negociações salariais, mas não será suficiente para recuperar a renda dos trabalhadores. Em queda há seis meses consecutivos, os rendimentos caíram 13,4% na comparação entre junho deste ano e igual mês de 2002, segundo pesquisa do IBGE em seis regiões metropolitanas do país. Só nos seis meses do governo Lula (entre janeiro e junho deste ano), o recuo chega a 3,8%.
"Com a subida da inflação no final de 2002, o desemprego em alta e o crescimento nulo da economia, as negociações salariais foram e são muito desfavoráveis para os trabalhadores", disse o técnico do Dieese.
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