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20/08/2003 - 17h56

Reajustes salariais perdem para inflação e vêm parcelados, diz Dieese

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FABIANA FUTEMA
da Folha Online

Os reajustes salariais negociados entre trabalhadores e empresas perderam para a inflação no primeiro semestre de 2003. Isso é o que mostra pesquisa divulgada hoje pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos).

De acordo com o levantamento, 54% dos contratos coletivos negociados de janeiro a junho obtiveram um reajuste inferior ao INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) do mesmo período.

Foi a primeira vez, desde a extinção da política salarial, que a maioria das negociações coletivas analisadas pelo Dieese resulta em reajustes salariais inferiores à variação integral do INPC.

No primeiro semestre de 1999, considerado o pior momento para as negociações salariais, 55% das categorias profissionais haviam pelo menos conseguido assegurar reajuste equivalente à inflação oficial.

A perda dos salários para a inflação ocorre ao mesmo tempo em que o desemprego atinge taxas cada vez mais elevadas. O desemprego na região metropolitana de São Paulo atingiu 20% da PEA (população economicamente ativa) no primeiro semestre. Foi a maior taxa medida na região desde 1985, superando o recorde histórico de 1999, quando o desemprego atingiu 19,9% da PEA.

De acordo com a pesquisa --que analisou 149 negociações salariais--, 37% dos contratos coletivos obtiveram reajustes iguais ao INPC e somente 31% conseguiram um aumento maior que o índice.

Entre as categorias que não conseguiram repor as perdas inflacionárias em seus salários, 17% tiveram reajuste 5 ou mais pontos percentuais abaixo do INPC.

Parcelamento

O Dieese observou uma nova tendência na forma de conceder o reajuste salarial: o parcelamento do aumento.

O parcelamento é o recurso utilizado pelos empresários para dividir o reajuste salarial ao longo dos meses seguintes à data-base.

De 1997 a 2002, entre 2% e 9% do total dos acordos analisados pelo Dieese parcelaram os reajustes negociados.

Em 2003, o parcelamento do reajuste foi aplicado em 33% dos acordos analisados. Dessa foram, em vez de aplicar o reajuste imediatamente, o patrão decompõe o índice em parcelas a serem incorporadas aos vencimentos dos trabalhadores no transcorrer do primeiro e segundo semestres.

A maioria das ocorrências de reajustes fracionados se aplicou à indústria (55%), enquanto os trabalhadores do setor de serviços firmaram 39% dos acordos desse tipo.
 

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