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25/08/2003 - 10h13

Ex-funcionários de empresas falidas tentam driblar crise

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FABIANO FALSI
do Agora

Uma mistura de abandono e traição. Um pressentimento de que a Justiça não cumprirá o seu dever, apesar de confiar nela. Essas são as sensações dos funcionários de empresas que faliram e não honraram as suas dívidas trabalhistas.

Depois de passar 31 anos trabalhando para a Transbrasil, Jarci Isaura Kassick, 55 anos, soube que seria demitida em setembro de 2000. Ela era gerente de serviço de bordo da companhia aérea, que encerrou suas atividades em dezembro do ano seguinte. "Toda a empresa tem o direito de demitir qualquer funcionário, mas tem o dever de pagá-los", disse Jarci.

Jarci afirma ter direito de receber R$ 160 mil em verbas rescisórias. Segundo ela, a empresa ainda lhe deve a multa de 40% do FGTS. "Meu padrão de vida mudou muito", disse Jarci, que ganhava R$ 3.000 mensais e só conseguiu um emprego de operadora de telemarketing, para receber R$ 600 mensais.

A situação foi ainda pior para Moisés dos Santos Rodrigues, 34 anos, um ex-controlador de reservas de vôo da companhia. Demitido em 2001, ele afirma não ter recebido seus direitos e ficado com o nome sujo na praça, nos oito meses seguintes, em que ficou desempregado. Outros 2.000 funcionários demitidos passaram por situações semelhantes.

Um pouco antes da companhia aérea, uma outra grande empresa brasileira foi à bancarrota e deixou, até hoje, os seus funcionários na mão. A Sharp pediu concordata em 1999. "Consegui fazer um acordo para parcelar as rescisões em oito prestações, para cada funcionário, mas nenhuma foi paga até hoje", conta o ex-gerente nacional de recursos humanos da empresa, Fernando Pavani.

A secretária Ângela Aparecida Almeida, 44 anos, que trabalhou por sete anos na empresa e afirma ter R$ 8.500 para receber, está desempregada até hoje. "Hoje eu não tenho dinheiro nem para pegar ônibus para procurar emprego", lamenta, Sônia que fez dívidas no banco e no cartão de crédito.
 

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