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18/10/2000
-
11h59
FABIANA FUTEMA
da Folha Online
As centrais sindicais já estão se mobilizando para impedir que a conta de R$ 43 bilhões seja paga com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) num prazo de 30 anos.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical está convocando greve geral para as categorias profissionais com data-base entre setembro e dezembro.
A inauguração da série de manifestações da CUT começa hoje, por volta de 14h, em frente à sede da central em São Paulo, na rua Caetano Pinto, no Brás.
Segundo o presidente da CUT estadual, Antonio Carlos Spis, a rua Caetano Pinto é símbolo da greve geral de 1917, quando um alfaiate foi assassinado durante uma manifestação sindical.
Já a Força Sindical até aceita negociar o parcelamento da dívida do FGTS, desde que o dinheiro saia da União num prazo inferior a 30 anos.
"Não podemos aceitar esse prazo de 30 anos. Isso é coisa de loucura. Não terá trabalhador que vai sobreviver para ver o pagamento de seu FGTS", disse o presidente da central, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
A alternativa da Força para a "proposta indecente" de FHC é pagar R$ 10 bilhões em ações de estatais e R$ 10 bilhões por meio de parcelamento.
Segundo cálculos da entidade, os R$ 20 bilhões restantes seriam depositados em contas vinculadas e ativas do FGTS, e que portanto não podem ser sacadas agora.
O FGTS só pode ser sacado em casos de demissão sem justa causa, morte, aposentadoria, financiamento de moradia e doenças graves, como câncer e Aids.
Mas a CUT discorda dessa posição. "Não aceitamos parcelamento nem pagamento com ações de estatais. Queremos o dinheiro na conta do trabalhador", disse Spis.
Para ele, o governo quer transformar a vitória dos trabalhadores -julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal que reconheceu o direito à correção do FGTS para 33 trabalhadores- em derrota do movimento sindical.
"O governo arrumou um jeito bem esperto de dizer que deve, quer pagar, mas não vai. Quer empurrar a dívida para o trabalhador e chantagear as pessoas com o fim do financiamento habitacional", afirmou Spis.
Além da briga pelo FGTS, a manifestação também faz parte da campanha salarial das categorias com data-base entre setembro e dezembro.
As centrais querem reajuste salarial de 20% e redução da jornada de trabalho.
E-mail: fabiana.futema@folha.com.br
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Centrais protestam hoje contra demora na correção do FGTS
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As centrais sindicais já estão se mobilizando para impedir que a conta de R$ 43 bilhões seja paga com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) num prazo de 30 anos.
A CUT (Central Única dos Trabalhadores) e a Força Sindical está convocando greve geral para as categorias profissionais com data-base entre setembro e dezembro.
A inauguração da série de manifestações da CUT começa hoje, por volta de 14h, em frente à sede da central em São Paulo, na rua Caetano Pinto, no Brás.
Segundo o presidente da CUT estadual, Antonio Carlos Spis, a rua Caetano Pinto é símbolo da greve geral de 1917, quando um alfaiate foi assassinado durante uma manifestação sindical.
Já a Força Sindical até aceita negociar o parcelamento da dívida do FGTS, desde que o dinheiro saia da União num prazo inferior a 30 anos.
"Não podemos aceitar esse prazo de 30 anos. Isso é coisa de loucura. Não terá trabalhador que vai sobreviver para ver o pagamento de seu FGTS", disse o presidente da central, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho.
A alternativa da Força para a "proposta indecente" de FHC é pagar R$ 10 bilhões em ações de estatais e R$ 10 bilhões por meio de parcelamento.
Segundo cálculos da entidade, os R$ 20 bilhões restantes seriam depositados em contas vinculadas e ativas do FGTS, e que portanto não podem ser sacadas agora.
O FGTS só pode ser sacado em casos de demissão sem justa causa, morte, aposentadoria, financiamento de moradia e doenças graves, como câncer e Aids.
Mas a CUT discorda dessa posição. "Não aceitamos parcelamento nem pagamento com ações de estatais. Queremos o dinheiro na conta do trabalhador", disse Spis.
Para ele, o governo quer transformar a vitória dos trabalhadores -julgamento do STF (Supremo Tribunal Federal que reconheceu o direito à correção do FGTS para 33 trabalhadores- em derrota do movimento sindical.
"O governo arrumou um jeito bem esperto de dizer que deve, quer pagar, mas não vai. Quer empurrar a dívida para o trabalhador e chantagear as pessoas com o fim do financiamento habitacional", afirmou Spis.
Além da briga pelo FGTS, a manifestação também faz parte da campanha salarial das categorias com data-base entre setembro e dezembro.
As centrais querem reajuste salarial de 20% e redução da jornada de trabalho.
E-mail: fabiana.futema@folha.com.br
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