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19/09/2003
-
18h37
SÉRGIO RIPARDO
da Folha Online
O C-Bond, principal título da dívida externa do Brasil, bateu hoje um novo recorde histórico. O papel fechou em alta de 0,26%, cotado a US$ 0,9306. O recorde anterior (US$ 0,9285) era do último dia 16 de junho.
Para justificar a valorização, operadores citaram os elogios do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre os rumos da economia brasileira e a expectativa de uma melhora da nota ("rating") do país. Hoje, o Brasil foi elogiado durante uma teleconferência promovida com investidores pela agência de classificação de risco Fitch, que adota uma perspectiva positiva para a nota do país -- o que significa que a elevação do "rating" está em estudo.
Com o recorde do C-Bond, o risco Brasil recuou mais de 1%, ficando abaixo dos 640 pontos, o menor nível desde março de 2000.
O diretor da corretora López León, Luiz Felipe da Rocha Brandão cita mais dois fatores que ajudam a explicar essa alta do C-Bond: as fortes compras de papéis da dívida de países emergentes -- especialmente do Brasil -- pelos investidores estrangeiros; e a maior confiança na retomada do crescimento da economia brasileira.
"A conclusão do primeiro turno da reforma tributária na Câmara, a continuidade de redução da taxa básica de juros, a adoção de medidas para estimular o consumo e vendas de setores como a indústria de eletrodomésticos e as montadoras de veículos, e a ajuda ao setor elétrico são notícias que estão repercutindo bem no exterior", diz Brandão.
Ele acredita que o C-Bond deve se manter nos atuais níveis, ou seja, acima do patamar de US$ 0,90.
"Os investidores estão bem aplicados em papéis brasileiros."
O diretor da López León afirma também que os títulos do Tesouro americano ainda oferecem taxas de retorno pouco atrativas para os investidores, pois o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) sinaliza que o juro básico de 1%, o menor nível em 45 anos, deve ser mantido por muito tempo, com o objetivo de aquecer a economia.
"Os sinais de crescimento dos EUA ainda não estão tão claros. Os investidores têm dúvidas se a retomada terá consistência firme em médio e longo prazos."
Com a pequena rentabilidade oferecida pelos papéis dos EUA, os grandes fundos de investimento preferem deixar elevadas quantias aplicadas em títulos de países emergentes, como o Brasil, pois rendem mais lucros em curto prazo.
Mas há quem considera preocupante a hipervalorização dos títulos brasileiros e que o otimismo em relação ao país é exagerado..
"Hoje os títulos brasileiros respondem por 20% dos papéis da dívida de países emergentes. Uma queda abrupta do C-Bond atingiria todo o mercado." diz o analista Paulo Cintra, da Global Invest.
Cintra aponta três tipos de notícias com potencial de derrubar os títulos brasileiros: uma queda da balança comercial, uma redução da economia do governo para pagar juros da dívida (o superávit primário) e a falta da aprovação final das reformas.
"O Brasil depende de financiamento externo. Com os presumidos US$ 20 bilhões do superávit comercial e US$ 30 bilhões do FMI, a conta de 2003 fecha. Mas e os próximos anos? Ainda há essa incerteza."
A entrada em vigor das medidas previstas na reforma da Previdência, que tramita no Senado, prevê uma economia de R$ 49 milhões no prazo de 20 anos.
C-Bond fecha com recorde histórico com elogios do FMI e Fitch
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da Folha Online
O C-Bond, principal título da dívida externa do Brasil, bateu hoje um novo recorde histórico. O papel fechou em alta de 0,26%, cotado a US$ 0,9306. O recorde anterior (US$ 0,9285) era do último dia 16 de junho.
Para justificar a valorização, operadores citaram os elogios do FMI (Fundo Monetário Internacional) sobre os rumos da economia brasileira e a expectativa de uma melhora da nota ("rating") do país. Hoje, o Brasil foi elogiado durante uma teleconferência promovida com investidores pela agência de classificação de risco Fitch, que adota uma perspectiva positiva para a nota do país -- o que significa que a elevação do "rating" está em estudo.
Com o recorde do C-Bond, o risco Brasil recuou mais de 1%, ficando abaixo dos 640 pontos, o menor nível desde março de 2000.
O diretor da corretora López León, Luiz Felipe da Rocha Brandão cita mais dois fatores que ajudam a explicar essa alta do C-Bond: as fortes compras de papéis da dívida de países emergentes -- especialmente do Brasil -- pelos investidores estrangeiros; e a maior confiança na retomada do crescimento da economia brasileira.
"A conclusão do primeiro turno da reforma tributária na Câmara, a continuidade de redução da taxa básica de juros, a adoção de medidas para estimular o consumo e vendas de setores como a indústria de eletrodomésticos e as montadoras de veículos, e a ajuda ao setor elétrico são notícias que estão repercutindo bem no exterior", diz Brandão.
Ele acredita que o C-Bond deve se manter nos atuais níveis, ou seja, acima do patamar de US$ 0,90.
"Os investidores estão bem aplicados em papéis brasileiros."
O diretor da López León afirma também que os títulos do Tesouro americano ainda oferecem taxas de retorno pouco atrativas para os investidores, pois o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) sinaliza que o juro básico de 1%, o menor nível em 45 anos, deve ser mantido por muito tempo, com o objetivo de aquecer a economia.
"Os sinais de crescimento dos EUA ainda não estão tão claros. Os investidores têm dúvidas se a retomada terá consistência firme em médio e longo prazos."
Com a pequena rentabilidade oferecida pelos papéis dos EUA, os grandes fundos de investimento preferem deixar elevadas quantias aplicadas em títulos de países emergentes, como o Brasil, pois rendem mais lucros em curto prazo.
Mas há quem considera preocupante a hipervalorização dos títulos brasileiros e que o otimismo em relação ao país é exagerado..
"Hoje os títulos brasileiros respondem por 20% dos papéis da dívida de países emergentes. Uma queda abrupta do C-Bond atingiria todo o mercado." diz o analista Paulo Cintra, da Global Invest.
Cintra aponta três tipos de notícias com potencial de derrubar os títulos brasileiros: uma queda da balança comercial, uma redução da economia do governo para pagar juros da dívida (o superávit primário) e a falta da aprovação final das reformas.
"O Brasil depende de financiamento externo. Com os presumidos US$ 20 bilhões do superávit comercial e US$ 30 bilhões do FMI, a conta de 2003 fecha. Mas e os próximos anos? Ainda há essa incerteza."
A entrada em vigor das medidas previstas na reforma da Previdência, que tramita no Senado, prevê uma economia de R$ 49 milhões no prazo de 20 anos.
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