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26/09/2003
-
19h04
LUIZ ANDRÉ FERREIRA
CINDY CORRÊA
da Folha Online, no Rio e São Paulo
A Infraero pretende realizar o sonho do DAC (Departamento de Aviação Civil) e do Comando da Aeronaútica: reduzir os vôos dos aeroportos centrais. Os três tentam há dois anos retirar vôos de Congonhas (SP), Santos Dumont (RJ) e de Pampulha (MG), mas o interesse comercial das companhias aéreas dificulta a transferência para aeroportos mais distantes.
Dessa vez, a desculpa será obras que a Infraero está realizando em cada um desses aeroportos. Detalhe: as obras são para melhoria do terminal de passageiros, para melhorar o conforto durante a espera do embarque, e também no estacionamento.
Segundo o presidente da Infraero, Carlos Wilson Campos, a estatal pretende restringir as operações nos três aeroportos a rotas da ponte aérea. Ele considera ponte aérea apenas vôos entre Rio, SP e Belo Horizonte. Para as companhias aéreas, os principais destinos incluem também Brasília, Curitiba e Porto Alegre.
Essa possível redução promete causar discussão, como todas as vezes que o DAC, Infraero e Comando de Aeronáutica tentam diminuir os vôos desses aeroportos.
As três entidades utilizam a segurança de vôo como desculpa para as tentativas, já que as companhias aéreas afirmam que os clientes não querem ir até os aeroportos distantes como Guarulhos (SP) e Antônio Carlos Jobim (antigo Galeão), no Rio de Janeiro.
A Infraero está promovendo reformas nos terminais dos principais aeroportos. A unidade paulista já está com as obras em andamento, o mineiro e o carioca devem começar até o início do próximo ano.
Wilson afirmou que pretende utilizar a reforma do Santos Dumont como ponta pé inicial para a transferência dos vôos de longa distância para os aeroportos internacionais.
"A Infraero vai solicitar ao DAC que todos os vôos para Brasília e outras localidades que não seja São Paulo ou Belo Horizonte, sejam transferidos, em janeiro, para o Aeroporto Antônio Carlos Jobim (Galeão) alegando questão de segurança por causa da realização da obra. Depois tentaremos fazer o mesmo com Congonhas e Pampulha", disse.
Ele afirmou que muitas empresas estão promovendo irregularidades, partindo de aeroportos centrais, com destino ao Distrito Federal, onde o número dos vôos são trocados para poder seguir a destinos mais longos.
A Infraero também pretende criar mecanismos para desafogar as operações no aeroporto internacional de Guarulhos em São Paulo e aumentar o fluxo no Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro.
"O que levou a fuga das empresas para São Paulo, provocando esse congestionamento, foi o aumento do ICMS, promovido por gestões passadas no governo fluminense. O querosene de aviação do Estado do Rio é o mais alto do país. Já reduzimos os aluguéis de espaços no Rio em 40% e pretendemos também diminuir as taxas de embarque, desembarque, pouso e decolagem".
Com relação à segurança, já que os principais acessos ao Tom Jobim são a Linha Vermelha e a Avenida Brasil, pontos considerados de alto risco de assalto, Wilson explicou que trata-se de exagero.
"A violência não é um problema do Rio, mas nacional. A prova de que não é verdade é que o turista aponta a violência no Rio como quarto maior problema do Rio, enquanto em outras cidades ela aparece em primeiro".
Carlos Wilson anunciou ainda que a Infraero pretende transformar alguns terminais em aeroportos industriais. Fazem parte desse pacote: o Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, o de Petrolina (PE), Campina Grande (PB) e São José dos Campos.
"Eles serão destinados a exportação. Além dessas operações, vamos estimular ainda a instalação de indústrias e empresas no entorno. Assim aproveitamos os pontos ociosos nesses aeroportos que podem servir para a instalação esses empresas. Como estímulo vamos oferecer vantagens tarifárias e de receita".
Infraero usa obra como desculpa para reduzir vôos em aeroportos centrais
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CINDY CORRÊA
da Folha Online, no Rio e São Paulo
A Infraero pretende realizar o sonho do DAC (Departamento de Aviação Civil) e do Comando da Aeronaútica: reduzir os vôos dos aeroportos centrais. Os três tentam há dois anos retirar vôos de Congonhas (SP), Santos Dumont (RJ) e de Pampulha (MG), mas o interesse comercial das companhias aéreas dificulta a transferência para aeroportos mais distantes.
Dessa vez, a desculpa será obras que a Infraero está realizando em cada um desses aeroportos. Detalhe: as obras são para melhoria do terminal de passageiros, para melhorar o conforto durante a espera do embarque, e também no estacionamento.
Segundo o presidente da Infraero, Carlos Wilson Campos, a estatal pretende restringir as operações nos três aeroportos a rotas da ponte aérea. Ele considera ponte aérea apenas vôos entre Rio, SP e Belo Horizonte. Para as companhias aéreas, os principais destinos incluem também Brasília, Curitiba e Porto Alegre.
Essa possível redução promete causar discussão, como todas as vezes que o DAC, Infraero e Comando de Aeronáutica tentam diminuir os vôos desses aeroportos.
As três entidades utilizam a segurança de vôo como desculpa para as tentativas, já que as companhias aéreas afirmam que os clientes não querem ir até os aeroportos distantes como Guarulhos (SP) e Antônio Carlos Jobim (antigo Galeão), no Rio de Janeiro.
A Infraero está promovendo reformas nos terminais dos principais aeroportos. A unidade paulista já está com as obras em andamento, o mineiro e o carioca devem começar até o início do próximo ano.
Wilson afirmou que pretende utilizar a reforma do Santos Dumont como ponta pé inicial para a transferência dos vôos de longa distância para os aeroportos internacionais.
"A Infraero vai solicitar ao DAC que todos os vôos para Brasília e outras localidades que não seja São Paulo ou Belo Horizonte, sejam transferidos, em janeiro, para o Aeroporto Antônio Carlos Jobim (Galeão) alegando questão de segurança por causa da realização da obra. Depois tentaremos fazer o mesmo com Congonhas e Pampulha", disse.
Ele afirmou que muitas empresas estão promovendo irregularidades, partindo de aeroportos centrais, com destino ao Distrito Federal, onde o número dos vôos são trocados para poder seguir a destinos mais longos.
A Infraero também pretende criar mecanismos para desafogar as operações no aeroporto internacional de Guarulhos em São Paulo e aumentar o fluxo no Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro.
"O que levou a fuga das empresas para São Paulo, provocando esse congestionamento, foi o aumento do ICMS, promovido por gestões passadas no governo fluminense. O querosene de aviação do Estado do Rio é o mais alto do país. Já reduzimos os aluguéis de espaços no Rio em 40% e pretendemos também diminuir as taxas de embarque, desembarque, pouso e decolagem".
Com relação à segurança, já que os principais acessos ao Tom Jobim são a Linha Vermelha e a Avenida Brasil, pontos considerados de alto risco de assalto, Wilson explicou que trata-se de exagero.
"A violência não é um problema do Rio, mas nacional. A prova de que não é verdade é que o turista aponta a violência no Rio como quarto maior problema do Rio, enquanto em outras cidades ela aparece em primeiro".
Carlos Wilson anunciou ainda que a Infraero pretende transformar alguns terminais em aeroportos industriais. Fazem parte desse pacote: o Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro, o de Petrolina (PE), Campina Grande (PB) e São José dos Campos.
"Eles serão destinados a exportação. Além dessas operações, vamos estimular ainda a instalação de indústrias e empresas no entorno. Assim aproveitamos os pontos ociosos nesses aeroportos que podem servir para a instalação esses empresas. Como estímulo vamos oferecer vantagens tarifárias e de receita".
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