Saltar para o conteúdo principal

Publicidade

Publicidade

 
 
  Siga a Folha de S.Paulo no Twitter
09/10/2003 - 07h32

Agências descartam elevar nota do Brasil

Publicidade

FERNANDO CANZIAN
da Folha de S.Paulo, em Washington

As três principais agências de classificação de risco dos EUA descartaram ontem aumentar, no curto e médio prazos, as notas relativas à economia brasileira.

Diretores das agências Moody's, Fitch e Standard & Poor's disseram à reportagem que o grau de endividamento do setor público no Brasil é hoje o principal obstáculo a uma evolução da percepção de risco do país.

A atual fase de retomada do crescimento também é vista com cautela, pois poderá ter impacto negativo na balança comercial à medida que houver um aumento das importações e uma queda nas exportações provocada por mais demanda interna.

''O grande problema do Brasil continua sendo o tamanho de sua dívida pública. Esse peso ainda deixa o país muito vulnerável a mudanças de percepções do mercado'', afirma Vincent Truglia, diretor da Moody's.

Truglia diz que ''qualquer mudança de sentimento'' em relação ao Brasil acaba tendo um grande impacto sobre a dívida, ainda fortemente atrelada à variação cambial e aos juros de curto prazo.

Ontem, a Moody's decidiu dar grau de investimento para a Rússia, cinco anos após o país ter declarado moratória. A notícia trouxe otimismo ao mercado brasileiro e esperança de melhora na classificação do país.

Nesta semana, o diretor de Política Monetária do BC, Luiz Augusto Candiota, esteve em contato com a Moody's, Standard & Poor's e Fitch em Nova York, o que ajudou a alimentar o otimismo do mercado.

''Não há nenhuma perspectiva de mudança para a classificação do Brasil, que continua B2'', afirmou Truglia.

Roger Scher, diretor da divisão de classificação de riscos da Fitch, disse que o Brasil tem 50% de chance de obter uma melhora na sua avaliação ''nos próximos dois anos''. Ele descartou uma alta da nota atual (B+) no curto prazo.

''O B+ foi dado ao Brasil em junho em razão de notícias positivas na balança comercial, no combate à inflação e no sucesso da coalizão política do governo.''

''O Brasil vem apresentando bons progressos, mas o peso da dívida ainda é muito alto. Se a economia não crescer mais do que o previsto, aumentarão as questões sobre como essa dívida pode ser sustentável'', afirmou.

John Chambers, diretor da agência Standard & Poor's, disse que o tamanho da dívida brasileira diferencia o país, por exemplo, da própria Rússia.
A nota dos russos pela S&P é BB, acima da classificação B+ dada ao Brasil.

''A diferença é que o Brasil tem uma vulnerabilidade maior por causa de sua dívida. Enquanto não houver uma queda consistente do endividamento sobre o PIB, o país continuará sensível.''
 

Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página