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20/10/2000
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06h16
CÉLIA CHAIM, da Folha de S.Paulo
Proibida no Brasil desde 1935, a mais forte bebida do planeta está de volta.
O amargo absinto, preparado com as folhas de uma pequena erva aromática européia, que começou a ser distribuído em São Paulo há menos de um mês pela Companhia Gastronômica, já está em 40 bares e restaurantes da cidade. Esgotou o primeiro lote de importação e avança rapidamente rumo a outras capitais do país.
O Brasil é o terceiro país do mundo a permitir sua venda, ao lado de Portugal e a República Tcheca.
O embargo se deve ao espantoso teor alcoólico de 68º -o teor do vinho, por exemplo, é de 17,5º.
O primeiro lote de 15,6 mil garrafas evaporou. O segundo está chegando, com 62,4 mil garrafas. O diretor de marketing da Companhia Gastronômica, dona de quatro restaurantes em São Paulo, Lizandro Lauretti, nem precisou da bebida que surgiu na Suíça em 1792 para ficar eufórico.
"O absinto está virando moda", disse ele.
Puro, embriaga com a rapidez de transmissão de uma mensagem pela Internet. Mas também pode ser base de drinques, especialidade do barman português Pedro Cardoso, do bar JK, em São Paulo, que sugere o Monet: absinto, soda, limão e hortelã.
Poção mágica
O apelo mercadológico é forte. Enaltecido nos poemas de Oscar Wilde, o absinto inspirou o escritor Ernest Hemingway e pintores como Degas, Toulouse-Lautrec e Picasso, que pintou pelo menos oito telas sob sua inspiração. Cultuada como medicamento capaz de curar males do estômago e aumentar a disposição, a bebida se tornou mitológica.
Até ser banida de seu país de origem como o "elixir proibido", reinou como Fada Verde (pela cor esverdeada), Deusa Verde ou Musa Verde. Seu maior trunfo seria o poder afrodisíaco, do qual Picasso, homem de muitas mulheres e filhos tardios, foi testemunha.
A Companhia Gastronômica traz o produto de Portugal, da cave Neto da Costa, que aceitou fazer um absinto com o teor alcoólico permitido pela lei brasileira. A graduação máxima permitido às bebidas importadas é de 54º. Cada garrafa custa R$ 75, mais que um uísque médio.
O consumidor, porém, não deve se iludir.
O absinto é um grande negócio, uma bebida mítica, quase uma poção mágica. Mas seu consumo em excesso tem consequências desastrosas. Um dos alertas frequentes é de que pode, em excesso, causar cegueira e problemas nos nervos.
Clique aqui para ler mais sobre economia no Dinheiro Online e na Folha Online
Mística do absinto volta à moda e bebida já é comercializada no país
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Proibida no Brasil desde 1935, a mais forte bebida do planeta está de volta.
O amargo absinto, preparado com as folhas de uma pequena erva aromática européia, que começou a ser distribuído em São Paulo há menos de um mês pela Companhia Gastronômica, já está em 40 bares e restaurantes da cidade. Esgotou o primeiro lote de importação e avança rapidamente rumo a outras capitais do país.
O Brasil é o terceiro país do mundo a permitir sua venda, ao lado de Portugal e a República Tcheca.
O embargo se deve ao espantoso teor alcoólico de 68º -o teor do vinho, por exemplo, é de 17,5º.
O primeiro lote de 15,6 mil garrafas evaporou. O segundo está chegando, com 62,4 mil garrafas. O diretor de marketing da Companhia Gastronômica, dona de quatro restaurantes em São Paulo, Lizandro Lauretti, nem precisou da bebida que surgiu na Suíça em 1792 para ficar eufórico.
"O absinto está virando moda", disse ele.
Puro, embriaga com a rapidez de transmissão de uma mensagem pela Internet. Mas também pode ser base de drinques, especialidade do barman português Pedro Cardoso, do bar JK, em São Paulo, que sugere o Monet: absinto, soda, limão e hortelã.
Poção mágica
O apelo mercadológico é forte. Enaltecido nos poemas de Oscar Wilde, o absinto inspirou o escritor Ernest Hemingway e pintores como Degas, Toulouse-Lautrec e Picasso, que pintou pelo menos oito telas sob sua inspiração. Cultuada como medicamento capaz de curar males do estômago e aumentar a disposição, a bebida se tornou mitológica.
Até ser banida de seu país de origem como o "elixir proibido", reinou como Fada Verde (pela cor esverdeada), Deusa Verde ou Musa Verde. Seu maior trunfo seria o poder afrodisíaco, do qual Picasso, homem de muitas mulheres e filhos tardios, foi testemunha.
A Companhia Gastronômica traz o produto de Portugal, da cave Neto da Costa, que aceitou fazer um absinto com o teor alcoólico permitido pela lei brasileira. A graduação máxima permitido às bebidas importadas é de 54º. Cada garrafa custa R$ 75, mais que um uísque médio.
O consumidor, porém, não deve se iludir.
O absinto é um grande negócio, uma bebida mítica, quase uma poção mágica. Mas seu consumo em excesso tem consequências desastrosas. Um dos alertas frequentes é de que pode, em excesso, causar cegueira e problemas nos nervos.
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