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18/10/2003
-
06h22
da Folha de S.Paulo
As negociações salariais com os bancos do setor público ocorreram de forma mais fácil no governo Lula, mas conseguir reajustes para repor as perdas da inflação foi tarefa tão difícil quanto a do setor privado. A avaliação é de sindicalistas da CNB (Confederação Nacional dos Bancários) do Sindicato dos Bancários de São Paulo, ambos filiados à CUT.
"Os canais de diálogo foram facilitados pelo fato de o governo ter origem no movimento sindical", diz José Ricardo Sasseron, coordenador da comissão de empresa dos funcionários do Banco do Brasil. "Essa será a primeira vez na história em que o BB vai seguir a convenção coletiva da categoria."
Segundo o sindicalista, desde a década de 90, a direção do banco vinha optando por recorrer ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) para conceder correções salariais determinadas pela Justiça.
"Do ponto de vista político, houve avanço. Mas, do econômico, a negociação foi muito difícil tanto no setor público como no privado, porque a inflação acumulada [de agosto de 2002 a setembro de 2003] chegou ao pico e atingiu 17% [pelo INPC do IBGE]", diz João Vaccari, presidente do sindicato.
Cálculos feitos pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos) a pedido da Folha mostram que os bancários das instituições privadas receberam 120% de reajuste salarial --incluída a correção de 12,6% aprovada na campanha deste ano.
Nesse mesmo período, os funcionários do Banco do Brasil receberam 53,31% de reajuste. Mas a inflação medida pelo ICV (Índice de Custo de Vida) do Dieese foi de 148,59% de setembro de 94 a agosto de 2003.
Isso equivale dizer que, enquanto o reajuste médio pago a cada 12 meses pelo setor privado foi de 9,16%, o do Banco do Brasil foi 4,86% --contra uma inflação média de 10,65% ao ano. Nos cálculos dos técnicos do Dieese, a perda salarial nos bancos privados é de 1,35% por ano --ou 11,5% no acumulado desde setembro de 94. Já no Banco do Brasil, a diferença entre a inflação pelo ICV e o reajuste recebido resulta em perda de 5,23% ao ano --ou 38,33%.
Sob Lula, negociação salarial com banco é mais fácil
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As negociações salariais com os bancos do setor público ocorreram de forma mais fácil no governo Lula, mas conseguir reajustes para repor as perdas da inflação foi tarefa tão difícil quanto a do setor privado. A avaliação é de sindicalistas da CNB (Confederação Nacional dos Bancários) do Sindicato dos Bancários de São Paulo, ambos filiados à CUT.
"Os canais de diálogo foram facilitados pelo fato de o governo ter origem no movimento sindical", diz José Ricardo Sasseron, coordenador da comissão de empresa dos funcionários do Banco do Brasil. "Essa será a primeira vez na história em que o BB vai seguir a convenção coletiva da categoria."
Segundo o sindicalista, desde a década de 90, a direção do banco vinha optando por recorrer ao TST (Tribunal Superior do Trabalho) para conceder correções salariais determinadas pela Justiça.
"Do ponto de vista político, houve avanço. Mas, do econômico, a negociação foi muito difícil tanto no setor público como no privado, porque a inflação acumulada [de agosto de 2002 a setembro de 2003] chegou ao pico e atingiu 17% [pelo INPC do IBGE]", diz João Vaccari, presidente do sindicato.
Cálculos feitos pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos) a pedido da Folha mostram que os bancários das instituições privadas receberam 120% de reajuste salarial --incluída a correção de 12,6% aprovada na campanha deste ano.
Nesse mesmo período, os funcionários do Banco do Brasil receberam 53,31% de reajuste. Mas a inflação medida pelo ICV (Índice de Custo de Vida) do Dieese foi de 148,59% de setembro de 94 a agosto de 2003.
Isso equivale dizer que, enquanto o reajuste médio pago a cada 12 meses pelo setor privado foi de 9,16%, o do Banco do Brasil foi 4,86% --contra uma inflação média de 10,65% ao ano. Nos cálculos dos técnicos do Dieese, a perda salarial nos bancos privados é de 1,35% por ano --ou 11,5% no acumulado desde setembro de 94. Já no Banco do Brasil, a diferença entre a inflação pelo ICV e o reajuste recebido resulta em perda de 5,23% ao ano --ou 38,33%.
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