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07/11/2003
-
21h39
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
Os produtores rurais gaúchos se recusam a pagar royalties à multinacional Monsanto a respeito da produção de soja transgênica colhida na safra atual. O assunto deverá ser motivo de negociações nos próximos dias.
Quanto ao pagamento à Monsanto em safras futuras, o presidente da Fecoagro (federação das cooperativas), Rui Polidoro Pinto, disse saber que isso deverá ser feito. A Monsanto é proprietária da tecnologia de soja transgênica Roundup Ready e, por isso, já anunciou que cobrará royalties pelo seu uso.
Reunidos anteontem no município de Cruz Alta, 80 produtores das maiores cooperativas de soja do Estado decidiram não aceitar a cobrança de royalties da multinacional Monsanto nesta safra, pelo uso das sementes transgênicas.
O assunto foi discutido em uma audiência pública realizada na Fundacep (Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa), com a presença do relator da medida provisória 131, deputado federal Paulo Pimenta (PT).
Os produtores contestam a cobrança sobre a produção e dizem que vão procurar uma consultoria internacional para avaliar o assunto.
Pimenta recomendou aos produtores que negociem com a Monsanto.
Outras entidades, porém, aceitaram a cobrança. A Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul) afirma que a Monsanto tem o direito de receber pelos royalties, como proprietária da tecnologia.
"O que está sendo plantado é uma mistura de soja convencional com transgênica'', afirmou o presidente da Fetag, Ezídio Pinheiro, que, por isso, considera natural a cobrança por parte da multinacional.
Caso a cobrança seja feita na entrega da soja, como quer a Monsanto, será generalizada, atingindo toda a produção da safra atual.
A Agência Folha não conseguiu, ontem à tarde, contato com a Monsanto para saber sua posição a respeito de uma eventual tentativa de acordo por parte dos produtores gaúchos. De qualquer forma, a empresa já afirmou, por intermédio do seu presidente, Richard Greubel, que pretende fazer a cobrança ainda nesta safra, no momento em que a produção for vendida. É justamente isso que não querem os produtores gaúchos neste momento.
O diretor-presidente da Cotrijal (Cooperativa Mista Tritícola Alto Jacuí), Nei Mânica, por exemplo, afirmou que os produtores aceitam pagar os royalties para a Monsanto nas próximas safras --trata-se de uma questão fechada.
A exigência, segundo Mânica, é de que a cobrança seja feita no momento da compra da semente, o que facilitaria o controle e não atingiria a safra atual.
Produtores contestam pagamento de royalties de transgênico para a Monsanto
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da Agência Folha, em Porto Alegre
Os produtores rurais gaúchos se recusam a pagar royalties à multinacional Monsanto a respeito da produção de soja transgênica colhida na safra atual. O assunto deverá ser motivo de negociações nos próximos dias.
Quanto ao pagamento à Monsanto em safras futuras, o presidente da Fecoagro (federação das cooperativas), Rui Polidoro Pinto, disse saber que isso deverá ser feito. A Monsanto é proprietária da tecnologia de soja transgênica Roundup Ready e, por isso, já anunciou que cobrará royalties pelo seu uso.
Reunidos anteontem no município de Cruz Alta, 80 produtores das maiores cooperativas de soja do Estado decidiram não aceitar a cobrança de royalties da multinacional Monsanto nesta safra, pelo uso das sementes transgênicas.
O assunto foi discutido em uma audiência pública realizada na Fundacep (Fundação Centro de Experimentação e Pesquisa), com a presença do relator da medida provisória 131, deputado federal Paulo Pimenta (PT).
Os produtores contestam a cobrança sobre a produção e dizem que vão procurar uma consultoria internacional para avaliar o assunto.
Pimenta recomendou aos produtores que negociem com a Monsanto.
Outras entidades, porém, aceitaram a cobrança. A Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul) afirma que a Monsanto tem o direito de receber pelos royalties, como proprietária da tecnologia.
"O que está sendo plantado é uma mistura de soja convencional com transgênica'', afirmou o presidente da Fetag, Ezídio Pinheiro, que, por isso, considera natural a cobrança por parte da multinacional.
Caso a cobrança seja feita na entrega da soja, como quer a Monsanto, será generalizada, atingindo toda a produção da safra atual.
A Agência Folha não conseguiu, ontem à tarde, contato com a Monsanto para saber sua posição a respeito de uma eventual tentativa de acordo por parte dos produtores gaúchos. De qualquer forma, a empresa já afirmou, por intermédio do seu presidente, Richard Greubel, que pretende fazer a cobrança ainda nesta safra, no momento em que a produção for vendida. É justamente isso que não querem os produtores gaúchos neste momento.
O diretor-presidente da Cotrijal (Cooperativa Mista Tritícola Alto Jacuí), Nei Mânica, por exemplo, afirmou que os produtores aceitam pagar os royalties para a Monsanto nas próximas safras --trata-se de uma questão fechada.
A exigência, segundo Mânica, é de que a cobrança seja feita no momento da compra da semente, o que facilitaria o controle e não atingiria a safra atual.
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