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16/11/2003 - 08h38

Mercado de sucos prontos para beber cresce 7,2%

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MAELI PRADO
da Folha de S.Paulo

Nos bastidores do apelo saudável e crescente do mercado de sucos prontos para beber, ocorre uma briga de foice entre as principais empresas de bebidas pela preferência do consumidor.

Explica-se: a disputa é por um segmento que cresceu 7,2% de outubro de 2002 a setembro de 2003, ante outubro de 2001 a setembro do ano passado. Foram 11,45 milhões de litros a mais vendidos no varejo, aponta o instituto de pesquisas AC Nielsen.

Na mesma comparação, a indústria de refrigerantes --que neste ano investe em novidades como a Pepsi Twist e a Coca Light Lemon, entre outros lançamentos-- cresceu irrisório 0,2%.

Não é por acaso que a Coca-Cola lança no Brasil neste fim de semana, no início apenas na rede de lanchonetes McDonald's, sua marca Minute Maid, líder mundial em sucos.

"De cada cinco bebidas vendidas no McDonald's, uma é suco. É um crescimento espantoso, o dobro de há cinco anos", diz Mauro Multedo, vice-presidente de marketing e comunicação da rede.

Com o lançamento, a Coca-Cola segue o mesmo caminho tomado por empresas como a chinesa WOW!, que em novembro do ano passado lançou o SuFresh, que tem 10% do mercado paulista.

"O segmento de suco pronto para beber representa apenas 5% do mercado de sucos e está crescendo muito. E por isso mesmo todo mundo está querendo entrar", afirma o diretor de marketing da empresa, Edson Chang.

De 2002 até o momento, entraram no mercado a Kraft Foods, com o Maguary Pronto para Beber, a Vigor, com o Néctar Syn, o Pão de Açúcar, com marcas próprias, e a Mais, com o Suco Mais, entre outras empresas.

A concorrência provoca alterações bruscas no ranking dos líderes em participação de mercado.

Hoje, a Marbo, da marca Tampico --que em setembro do ano passado era vice-líder, com 17,4% do volume de mercado--, está em quarto, com 8,9%. A Mais, hoje com 12,5%, tinha 0,2% no mesmo período do ano passado.

A Del Valle continua em primeiro lugar, com 25%, mas perdeu cinco pontos percentuais de 2002 até hoje.

"Essa competitividade do mercado causa hoje uma guerra de preços", analisa Chang. Essa é uma das explicações para o aumento da demanda pelo produto: os preços estão menores.

Além disso, o mercado específico de sucos prontos para beber em embalagens que não requeiram refrigeração, como as em lata, por exemplo, é relativamente novo no país. A Del Valle, a primeira empresa de peso a entrar nesse mercado, chegou em 97 ao Brasil.

As empresas explicam o crescimento também como um aumento da demanda por produtos naturais. "Além disso, há a questão da conveniência. As pessoas querem gastar menos tempo na cozinha", diz o diretor comercial da Mais, Rogério Botelho.

Os investimentos em publicidade de sucos prontos cresceram 721,34% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2002, segundo o Ibope Monitor.

Fogo cruzado

Além da concorrência natural entre as empresas, uma polêmica maior sacode o mercado.

Alguns dos produtos encarados pelo consumidor como suco prontos --como o Tampico e Fruthico, entre outros-- não são considerados como tal pelo Ministério da Agricultura, já que possuem uma quantidade muito pequena de suco de frutas.

"É um produto com cor de laranja e rótulo com imagens de frutas, o que engana o consumidor", afirma Marcos Santin, presidente da Laranja Brasil, que reúne a cadeia produtora de citros.

A entidade encaminhou ao Ministério da Agricultura uma proposta na qual pede que as bebidas artificiais não possam utilizar corantes em sua composição.

"Somos uma bebida à base de suco e seguimos integralmente o que a legislação nos solicita", rebate Daniel Peres, diretor de vendas da Tampico Brasil.
 

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