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18/11/2003 - 12h31

Real é a moeda mais instável do mundo, revela pesquisa

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EDUARDO CUCOLO
da Folha Online

Apesar das promessas de estabilidade tanto do governo Lula quanto na era FHC, o real deve completar seus dez primeiros anos de existência como a moeda mais volátil do mundo.

Segundo estudo da consultoria Global Invest, nos últimos cinco anos, o real teve uma volatilidade (variação) anual de 17,7%, o que colocou a moeda nacional no topo do ranking das mais instáveis da economia mundial.

Desde a desvalorização de 1999, quando o governo adotou o câmbio flutuante, o real passou apenas um ano tendo uma relativa estabilidade, em 2000. Consequentemente, esse foi o único ano que apresentou um crescimento expressivo da economia (4,4%).

"Analisando o comportamento do real frente ao dólar nos últimos 5 anos, apenas no ano de 2000 vimos uma volatilidade média inferior a 10%. Isso indica que o mercado de câmbio brasileiro continua muito suscetível ao humor do mercado financeiro", diz o estudo.

Entre 1999 e 2003, o câmbio sofreria com o nervosismo do mercado em pelo menos mais quatro ocasiões: o racionamento de energia, os atentados de 11 de Setembro, a crise argentina e a tensão pré-eleitoral do ano passado. Mesmo neste ano, o real apresentou grande oscilação frente ao dólar, mas desta vez com uma valorização.

Em 2003, a moeda norte-americana chegou a ser vendida por mais de R$ 3,60, e recuou para cerca de R$ 2,80, passando nos últimos dias para o patamar de R$ 2,90. Em 2002, ano de maior volatilidade, o dólar saiu da casa dos R$ 2,30 para chegar a R$ 4 no auge da crise.

Na comparação com outros países emergentes as oscilações do real só se aproximam das registradas pelo peso argentino e pela lira turca, além das moedas da África do Sul (rande) e da Indonésia (rupia). Essas moedas chegaram a ter uma desvalorização bem maior que a alcançada pelo real. Mas na média dos últimos anos, a moeda brasileira acabou se consolidando como a mais instável.

Futuro incerto

Segundo a Global Invest, a previsão para os próximos anos também não é otimista pois o Brasil precisará continuar contando com a estabilidade da economia mundial e a entrada de capital estrangeiro, que pode "fugir" para outros países ao primeiro sinal de crise.

"Apesar de estarmos vivenciando uma das mais baixas volatilidades em relação às outras moedas no período, nenhuma mudança efetiva para amenizar uma futura volatilidade ocorreu", diz a consultoria.

"O problema do Brasil tem início pela taxa de câmbio. Porém, nada de concreto foi realmente elaborado para se controlar essa volatilidade. Atualmente vemos uma continuidade de um ciclo vicioso, no qual o BC tornou-se refém de suas próprias ações."

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