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24/11/2003
-
09h06
PAULO HENRIQUE DE SOUSA
da Folha de S.Paulo
Se, de tanto ouvir falar que a Bolsa está em alta, você está convencido de pôr parte das suas economias em ações, não deixe de levar em consideração uma advertência muito comum entre os especialistas: os inexperientes sempre entram no mercado quando ele já está em alta -e perdem.
Isso porque o mercado se movimenta de acordo com expectativas e ganha mais quem consegue se antecipar, tanto para comprar, quanto para vender.
O vice-presidente de investimentos da Sulamérica, Walter Brasil Mundell, estima que a chance de ganho em Bolsa, neste momento, é a mesma da renda fixa. Então, a relação entre risco e retorno não compensaria, pois os riscos da renda variável são maiores do que a da renda fixa.
Para Mundell, só deve botar dinheiro na Bolsa agora quem tem certeza de que não vai precisar dele no ano que vem.
O diretor da Planner Corretora de Valores, Luiz Antônio Vaz das Neves, consultou os gráficos e concluiu, em termos de probabilidade: no primeiro trimestre, haveria "grande probabilidade" de a Bolsa subir; no segundo, "pequena probabilidade".
Neves explica que o primeiro semestre de 2004 ainda refletirá os dados da virada do ano, de crescimento econômico, aqui e no exterior. Para ele, o Brasil vai ficar de olho nos juros dos EUA. Uma eventual decisão do Fed (o banco central americano) de elevar as taxas seria prejudicial para os países emergentes, como o Brasil.
O investidor estrangeiro poderia ficar tentado a voltar a aplicar nos papéis americanos, mais seguros, em vez de ficar exposto ao risco de uma economia emergente. "A tendência é de volta para a qualidade", disse, referindo-se à segurança das aplicações em títulos do governo americano.
De certa forma, o diretor de pesquisa da Unibanco Asset Management, Jorge Simino, concorda que a Bolsa deverá ser uma boa opção até o meio do ano que vem. Para ele, não seria absurdo o Ibovespa chegar aos 23 mil pontos.
Mas, mesmo para quem tem perfil mais arrojado, Simino recomenda, no máximo, aplicação de 20% dos recursos em ações.
Neves, da Planner, diz que os analistas vão ter mais trabalho, em 2004, para identificar boas oportunidades na Bolsa. Ao contrário deste ano, quando os preços estavam baixos. "Este ano foi uma moleza para os analistas."
Simino, do Unibanco, diz que hoje já há papéis sendo negociados no que os analistas chamam de "preço justo", ou seja, com poucas chances de valorização.
O gestor de fundos do BBM Gestão de Patrimônio, Rodrigo Noel, explica que as melhores oportunidades estarão nas ações de empresas beneficiadas pelo reaquecimento da economia.
Mas, como o mercado está longe do consenso, Simino discorda de forma categórica. Ele conta que já há quem encare a situação da siderurgia e da mineração mundial como uma bolha, em que os preços dispararam em dólar, principalmente pelo aumento da demanda da China. As empresas brasileiras exportadoras desses setores passaram a receber mais pelo produto, e não por causa de desvalorização cambial, mas por aumento dos preços em dólar. Baseado em avaliações positivas dos cenários econômicos interno e externo, o diretor de private bank do banco Opportunity, Fernando Rodrigues, vê o "início de um ciclo de alta" da Bovespa. Os últimos números estariam indicando uma retomada do crescimento, ainda que tímida, na Europa e no Japão.
Bolsa deve manter alta no início de 2004
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da Folha de S.Paulo
Se, de tanto ouvir falar que a Bolsa está em alta, você está convencido de pôr parte das suas economias em ações, não deixe de levar em consideração uma advertência muito comum entre os especialistas: os inexperientes sempre entram no mercado quando ele já está em alta -e perdem.
Isso porque o mercado se movimenta de acordo com expectativas e ganha mais quem consegue se antecipar, tanto para comprar, quanto para vender.
O vice-presidente de investimentos da Sulamérica, Walter Brasil Mundell, estima que a chance de ganho em Bolsa, neste momento, é a mesma da renda fixa. Então, a relação entre risco e retorno não compensaria, pois os riscos da renda variável são maiores do que a da renda fixa.
Para Mundell, só deve botar dinheiro na Bolsa agora quem tem certeza de que não vai precisar dele no ano que vem.
O diretor da Planner Corretora de Valores, Luiz Antônio Vaz das Neves, consultou os gráficos e concluiu, em termos de probabilidade: no primeiro trimestre, haveria "grande probabilidade" de a Bolsa subir; no segundo, "pequena probabilidade".
Neves explica que o primeiro semestre de 2004 ainda refletirá os dados da virada do ano, de crescimento econômico, aqui e no exterior. Para ele, o Brasil vai ficar de olho nos juros dos EUA. Uma eventual decisão do Fed (o banco central americano) de elevar as taxas seria prejudicial para os países emergentes, como o Brasil.
O investidor estrangeiro poderia ficar tentado a voltar a aplicar nos papéis americanos, mais seguros, em vez de ficar exposto ao risco de uma economia emergente. "A tendência é de volta para a qualidade", disse, referindo-se à segurança das aplicações em títulos do governo americano.
De certa forma, o diretor de pesquisa da Unibanco Asset Management, Jorge Simino, concorda que a Bolsa deverá ser uma boa opção até o meio do ano que vem. Para ele, não seria absurdo o Ibovespa chegar aos 23 mil pontos.
Mas, mesmo para quem tem perfil mais arrojado, Simino recomenda, no máximo, aplicação de 20% dos recursos em ações.
Neves, da Planner, diz que os analistas vão ter mais trabalho, em 2004, para identificar boas oportunidades na Bolsa. Ao contrário deste ano, quando os preços estavam baixos. "Este ano foi uma moleza para os analistas."
Simino, do Unibanco, diz que hoje já há papéis sendo negociados no que os analistas chamam de "preço justo", ou seja, com poucas chances de valorização.
O gestor de fundos do BBM Gestão de Patrimônio, Rodrigo Noel, explica que as melhores oportunidades estarão nas ações de empresas beneficiadas pelo reaquecimento da economia.
Mas, como o mercado está longe do consenso, Simino discorda de forma categórica. Ele conta que já há quem encare a situação da siderurgia e da mineração mundial como uma bolha, em que os preços dispararam em dólar, principalmente pelo aumento da demanda da China. As empresas brasileiras exportadoras desses setores passaram a receber mais pelo produto, e não por causa de desvalorização cambial, mas por aumento dos preços em dólar. Baseado em avaliações positivas dos cenários econômicos interno e externo, o diretor de private bank do banco Opportunity, Fernando Rodrigues, vê o "início de um ciclo de alta" da Bovespa. Os últimos números estariam indicando uma retomada do crescimento, ainda que tímida, na Europa e no Japão.
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