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24/11/2003 - 09h10

Juro em queda tira o brilho da renda fixa

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BETINA MOURA
da Folha de S.Paulo

Os fundos DI e de renda fixa perderam parte do brilho com os constantes cortes nos juros desde julho. Um baque para o investidor do mercado doméstico.

"O brasileiro está mal acostumado, ganhando muito em cima dos juros altos sem precisar se preocupar", afirma Fernando Rodrigues, economista-chefe do Opportunity.

Quem fizer questão de bons rendimentos poderá ter que reavaliar o portfólio e buscar aplicações em outros ativos, como renda variável. Mas, para aqueles que investem para defender o patrimônio da inflação, os juros continuam a ser a melhor opção.

Apesar da queda da Selic, o Brasil ainda tem a maior taxa de juros real do mundo, de 10,92%.

Os fundos DI e de renda fixa são normalmente compostos por títulos públicos. Na carteira dos DI, o que impera são os títulos pós-fixados que acompanham as oscilações dos juros e são, de longe, os mais indicados para o investidor comum, cuja maior preocupação é não perder para a inflação.

Os fundos de renda fixa também investem em papéis pós-fixados, mas também há prefixados na carteira. São os melhores para quem aposta que os juros continuarão em declínio.

"Mas é preciso lembrar que boa parte da queda aguardada para o próximo ano já está nos preços dos títulos", diz Carlos Otero, diretor de Renda Fixa do Bradesco Asset.

Poupança

A poupança, que rende a variação da TR mais 6% de juros ao ano, deverá ganhar novo fôlego. "O rendimento não será tão inferior ao dos fundos DI, nos quais incide Imposto de Renda, com a queda dos juros", acredita Marcos Buckton, diretor do Unibanco.

Os fundos imobiliários também são investimentos que agradam àqueles que estão em busca de segurança. "Alguns fundos são comercializados na Bolsa, o que garante liquidez ao investimento", diz Sérgio Belleza Filho, diretor da corretora Coinvalores.

Num misto de previsão e torcida, os economistas dizem que os juros devem continuar em queda.

Os que não se contentam com rentabillidade menor do que a obtida até agora precisam buscar novos caminhos. A falta de costume em enfrentar o risco faz com que os fundos multimercados mais moderados sejam a melhor opção. Com carteiras compostas por uma maior variação de ativos, como ações e papéis cambiais, os gestores desses fundos têm opção de fugir dos títulos atrelados aos juros. A quantidade de cada ativo na carteira vai definir o perfil mais moderado ou agressivo do fundo. A escolha do gestor agora é questão de vida ou morte -ou de lucro e prejuízo.

Garimpo

A Bolsa de Valores foi o melhor investimento em 2003, com valorização acumulada de cerca de 70% no ano, e continua a ser uma opção atraente.

Os preços dos papéis, no entanto, já estão altos e será preciso garimpar oportunidades. A retomada da economia deverá beneficiar empresas voltadas ao mercado doméstico, como as que atuam no setor de varejo, da mesma maneira que o comércio exterior beneficiou as exportadoras.

Investimento em câmbio continua a ser indicado apenas para quem precisa fazer operações de hedge (proteção cambial).

"O risco é muito grande, e rapidez para entrar e sair do mercado é crucial", avisa Rafael Valdívia, sócio da Hedging-Griffo.
 

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