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11/12/2003 - 10h35

Entenda o que é o PIB e como é calculado pelo IBGE

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da Folha Online

O PIB - Produto Interno Bruto - é um dos principais indicadores de uma economia. Ele revela o valor de toda a riqueza gerada no país durante o ano.

Quando os economistas dizem, por exemplo, que o PIB brasileiro no primeiro semestre de 2001 foi de R$ 571,5 bilhões, eles estão afirmando que os setores da economia do país - agropecuária, indústria e serviços -criaram, juntos, riquezas nesse valor.

O IBGE precisa fazer esses cálculos para toda a cadeia produtiva brasileira. Ou seja, ele precisa excluir da produção total de cada setor as matérias-primas que ele adquiriu de outros setores.

Depois de fazer esses cálculos, o instituto soma a riqueza gerada por cada setor, chegando à contribuição de cada um para a geração de riqueza e, portanto, para o crescimento econômico.

Exemplo:

1- Imagine que o IBGE queira calcular a riqueza gerada por um artesão. Ele cobra, por uma escultura de madeira, R$ 30. No entanto, não é esta a contribuição dele para o PIB.

2- Para fazer a escultura, ele usou madeira e tinta. Não é o artesão que produz esses materiais, ele teve que adquiri-los da indústria. No preço de R$ 30, ele inclui os custos para adquiri-los.

3- Assim, se a madeira e a tinta custaram R$ 20, a contribuição do artesão para o PIB foi de R$ 10, não de R$ 30. Os R$ 10 foram a riqueza gerada por ele ao transformar um pedaço de madeira e um pouco de tinta em uma escultura.

Entenda como o IBGE calcula o PIB

O PIB é calculado pelo Departamento de Contas Nacionais do IBGE, que o divulga trimestralmente.

Primeiro, é apresentada a variação percentual do crescimento ou da retração da economia. Depois de 45 dias sai o valor em reais do PIB, ou seja, o tamanho da economia. Também é feita uma pesquisa mais ampla para estabelecer o PIB anual, sempre apresentada em dezembro.

Para fazer o cálculo do PIB trimestral, o Departamento de Contas Nacionais primeiro coleta os dados que já estão disponíveis em outros departamentos do órgão, como os relativos à indústria e agropecuária.

Informações não disponíveis nos outros departamentos, como as de energia, comunicações e sobre impostos, são solicitadas diretamente às empresas e aos governos municipais, estaduais e federal. São pesquisados somente impostos sobre produtos, como ICMS e IPI.

O IBGE aguarda a resposta das empresas. Caso elas não informem em tempo hábil para inclusão no cálculo do PIB, os dados são estimados com base no comportamento do trimestre anterior ou dos últimos 12 meses, dependendo do caso.

A projeção não leva em conta a evolução do cenário econômico, como o aumento de juros, por exemplo. Somente observa a evolução passada de determinado setor ou empresa que deixou de dar as informações.

Ao longo do processo de recolhimento dos dados, as informações são checadas - e confirmados ou corrigidas - com os "informantes" (governos, empresas ou os próprios departamentos do IBGE). Essa checagem é feita caso o técnico responsável por cada setor da economia desconfie de algum erro.

De posse de todos os dados já confirmados, os técnicos atribuem aos produtos que são pesquisados sem o preço - como os da indústria e de agropecuária, que são pesquisados por quantidade pelos respectivos departamentos do IBGE - um valor para chegar ao cálculo do PIB.

Esse preço é estabelecido com base no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do próprio IBGE, para os produtos vendidos ao consumidor final.

No caso de itens comercializados entre as indústrias e empresas, o índice usado é o IPA (Índice de Preços no Atacado), da FGV (Fundação Getúlio Vargas).

Dependendo do preço de cada produto e da quantidade produzida, o IBGE atribui pesos aos itens e aos ramos de atividade da economia para calcular o PIB. A indústria de transformação, por exemplo, tem peso de 22,48% no cálculo do PIB.

Os pesos dados aos produtos no PIB podem ser diferentes dos atribuídos na Pesquisa Mensal da Indústria, que mede a produção do setor. Isso porque no primeiro caso leva-se em conta os preços. No segundo, somente consideram-se as quantidades.

O único setor que o Departamento de Contas Nacionais do IBGE pesquisa em campo é o de impostos, no qual os dados são coletados nas diversas esferas de governo. Nos demais, as perguntas são encaminhadas às empresas ou usadas informações de outros departamentos do órgão.
 

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