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20/12/2003
-
08h10
da Folha de S.Paulo, em Brasília
O Brasil recebeu US$ 1,954 bilhão em investimentos estrangeiros diretos no mês passado, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central. Entre janeiro e novembro, o ingresso de capital externo somou US$ 8,735 bilhões.
O resultado de novembro, porém, foi afetado pela reestruturação da dívida da BCP, que, no mês passado, transformou em acionistas alguns de seus credores. Pela metodologia adotada pelo BC, essa operação --chamada de conversão-- é classificada como investimento direto.
A conversão feita pela empresa de telefonia respondeu por US$ 1,117 bilhão do US$ 1,954 bilhão que ingressou no país no mês passado, segundo o BC.
Entre janeiro e novembro deste ano, as conversões representaram 30% do total de investimentos recebidos pelo Brasil. Em igual período de 2002, essa proporção ficou em 27%.
De acordo com dados parciais fechados anteontem, neste mês a entrada de capital externo já havia chegado a US$ 840 milhões. Com os resultados obtidos até agora, o Banco Central estima que o total de investimentos recebidos pelo Brasil neste ano fique próximo de US$ 10 bilhões.
Abaixo do previsto
O valor é bem menor do que os US$ 16 bilhões projetados pelo governo no final de 2002.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, culpa a crise enfrentada desde o ano passado pelo baixo resultado obtido.
"O fraco desempenho dos investimentos diretos reflete a crise que tivemos até o primeiro trimestre deste ano."
Lopes afirma que, com a desconfiança, observada a partir de 2002 e atribuída em parte às eleições presidenciais, do mercado internacional em relação à economia brasileira, muitas empresas desistiram ou, no mínimo, adiaram seus planos de investir no país. Com isso, o fluxo de capital em 2003 ficou comprometido.
Segundo ele, a situação só se normalizou a partir do segundo trimestre deste ano. "Com a definição mais clara das regras para o setor de infra-estrutura, a PPP [Parceria Público-Privada] e a retomada do crescimento, os investimentos devem voltar a crescer no ano que vem", afirma.
O melhor desempenho das economias mais desenvolvidas, como Estados Unidos e Europa, também deve favorecer essa recuperação. A estimativa do BC é que, em 2004, os investimentos estrangeiros diretos fiquem em US$ 13 bilhões.
Teles lideram
O principal destino dos investimentos estrangeiros recebidos pelo Brasil é o setor de telecomunicações, que ficou com 22,3% dos recursos que ingressaram no país entre janeiro e novembro deste ano. Em segundo lugar ficaram as montadoras de automóveis, que receberam de 8,2% dos investimentos.
Os investimentos estrangeiros são importantes para o equilíbrio das contas externas do país. Em geral, eles servem para compensar o déficit em transações correntes (saldo das operações de compra e venda de bens e serviços com outros países) registrado tradicionalmente pelo Brasil.
Neste ano, com o superávit recorde da balança comercial (as previsões indicam que o país obterá saldo superior a US$ 24 bilhões), o Brasil deve registrar, pela primeira vez desde 1992, superávit em transações correntes.
Nesse cenário, a "sobra" de dólares observada no mercado acaba sendo absorvida pelo governo para recompor as reservas internacionais do país.
Isso é feito por meio da atuação do Tesouro Nacional, que tem comprado dólares regularmente no mercado de câmbio.
Investimento estrangeiro não chegará a US$ 10 bilhões
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O Brasil recebeu US$ 1,954 bilhão em investimentos estrangeiros diretos no mês passado, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central. Entre janeiro e novembro, o ingresso de capital externo somou US$ 8,735 bilhões.
O resultado de novembro, porém, foi afetado pela reestruturação da dívida da BCP, que, no mês passado, transformou em acionistas alguns de seus credores. Pela metodologia adotada pelo BC, essa operação --chamada de conversão-- é classificada como investimento direto.
A conversão feita pela empresa de telefonia respondeu por US$ 1,117 bilhão do US$ 1,954 bilhão que ingressou no país no mês passado, segundo o BC.
Entre janeiro e novembro deste ano, as conversões representaram 30% do total de investimentos recebidos pelo Brasil. Em igual período de 2002, essa proporção ficou em 27%.
De acordo com dados parciais fechados anteontem, neste mês a entrada de capital externo já havia chegado a US$ 840 milhões. Com os resultados obtidos até agora, o Banco Central estima que o total de investimentos recebidos pelo Brasil neste ano fique próximo de US$ 10 bilhões.
Abaixo do previsto
O valor é bem menor do que os US$ 16 bilhões projetados pelo governo no final de 2002.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, culpa a crise enfrentada desde o ano passado pelo baixo resultado obtido.
"O fraco desempenho dos investimentos diretos reflete a crise que tivemos até o primeiro trimestre deste ano."
Lopes afirma que, com a desconfiança, observada a partir de 2002 e atribuída em parte às eleições presidenciais, do mercado internacional em relação à economia brasileira, muitas empresas desistiram ou, no mínimo, adiaram seus planos de investir no país. Com isso, o fluxo de capital em 2003 ficou comprometido.
Segundo ele, a situação só se normalizou a partir do segundo trimestre deste ano. "Com a definição mais clara das regras para o setor de infra-estrutura, a PPP [Parceria Público-Privada] e a retomada do crescimento, os investimentos devem voltar a crescer no ano que vem", afirma.
O melhor desempenho das economias mais desenvolvidas, como Estados Unidos e Europa, também deve favorecer essa recuperação. A estimativa do BC é que, em 2004, os investimentos estrangeiros diretos fiquem em US$ 13 bilhões.
Teles lideram
O principal destino dos investimentos estrangeiros recebidos pelo Brasil é o setor de telecomunicações, que ficou com 22,3% dos recursos que ingressaram no país entre janeiro e novembro deste ano. Em segundo lugar ficaram as montadoras de automóveis, que receberam de 8,2% dos investimentos.
Os investimentos estrangeiros são importantes para o equilíbrio das contas externas do país. Em geral, eles servem para compensar o déficit em transações correntes (saldo das operações de compra e venda de bens e serviços com outros países) registrado tradicionalmente pelo Brasil.
Neste ano, com o superávit recorde da balança comercial (as previsões indicam que o país obterá saldo superior a US$ 24 bilhões), o Brasil deve registrar, pela primeira vez desde 1992, superávit em transações correntes.
Nesse cenário, a "sobra" de dólares observada no mercado acaba sendo absorvida pelo governo para recompor as reservas internacionais do país.
Isso é feito por meio da atuação do Tesouro Nacional, que tem comprado dólares regularmente no mercado de câmbio.
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